Kim Jongin é o príncipe rebelde da segunda família mais importante do país e próximo na linha de sucessão ao trono, mas odeia tudo que a realeza representa. Sua lista de transgressões é extensa: vomitar em banheiros públicos, orgias em quartos de ho...
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Após o toque de recolher, a madrugada cai silenciosa sobre o internato. O falatório acalorado e as risadas escandalosas se reduzem a conversas sussurradas, sons de porta se fechando e uma sinfonia cadenciada de roncos. Os três monitores caminham pelos corredores da Casa Clermont, a mente alerta e os olhos atentos, enquanto seus passos ecoam suavemente pelo piso de madeira escura.
É uma verificação rotineira. Todas as noites, Kyungsoo, Baekhyun e Minseok inspecionam o dormitório, certificando-se de que não há nenhum aluno fora da cama.
Sozinho, Kyungsoo segura uma lanterna pequena, cuja luz difusa varre os cantos escuros, iluminando os rostos frios e estoicos nos quadros ou clareando a sequência infinita de portas fechadas.
Ele encontra um único aluno atrasado, escovando os dentes no banheiro, e então o acompanha de volta até o quarto. Baekhyun enxota dois rapazes jogando uma partida acirrada de xadrez na sala de convivência e, finalmente, os três se encontram na escadaria para o segundo andar.
— Tudo limpo — comenta Baekhyun, com um aceno.
— Lá em cima também — responde Minseok.
Kyungsoo se apoia no corrimão de madeira entalhada, suspirando de exaustão.
— Não temos ronda hoje, então vamos descansar.
Os três voltam para seus dormitórios sem fazer barulho, os sons de suas respirações se misturando no silêncio. Quando alcançam a metade do corredor, Minseok aperta seu braço.
— Parabéns, Kyungsoo. Ouvi dizer que vai se casar — sussurra ele, baixo o suficiente para que sua voz não reverbere pelas paredes. — Bom, pelo menos os cortejos do baile deram certo para um de nós. — Sua fala é interrompida por um grunhido de dor quando Baekhyun pisa com força em seu pé. — Ai! Que foi? Os corredores falam, e eu não pude evitar de ouvir os rumores.
O coração de Kyungsoo despenca pela milésima vez naquela semana. Antes de Jongin, não sabia que poderia experimentar no amor as dores físicas de um rompimento trágico. Sua boca resseca, os batimentos cardíacos aceleram e seu peito se dilacera em mil pedaços toda vez que a noite do baile cruza sua mente — o que acontece, inevitavelmente, o tempo todo.
