Entre Lágrimas e Silêncios

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Pov:Ruggero

A noite caía sobre Buenos Aires quando meu telefone tocou, interrompendo a tranquilidade que havia se instalado após as celebrações do filme. O nome de Cande piscava na tela, e a urgência em sua voz ecoava através do fio.

— Ruggero, por favor, você precisa vir. Estou com dores intensas, algo está errado. — A angústia nas palavras de Cande cortou o ar, deixando-me instantaneamente alerta.

Sem hesitar, corri para o carro, acionando o motor enquanto a preocupação se instalava em meu peito. Ao chegar à casa de Cande, encontrei-a em um estado de agonia. Sem perder tempo, a conduzi para o carro, decidido a levá-la ao hospital o mais rápido possível.

O trajeto até o hospital foi uma jornada silenciosa, interrompida apenas pelos gemidos de dor de Cande. A incerteza pairava no ar, uma sombra escura que se projetava sobre nossas esperanças.

Ao chegar à sala de emergência, a ansiedade aumentava a cada minuto que se passava. As notícias que recebemos foram devastadoras. A gravidez de Cande estava em risco, e as esperanças de trazer uma nova vida ao mundo desvaneciam-se diante de nós.

A sala de espera tornou-se um refúgio de desespero, onde o tempo se esticava em uma espera dolorosa. Os médicos, com olhares sérios, compartilharam a notícia que nenhum de nós estava preparado para ouvir. O coraçãozinho que havíamos ouvimos pulsando com vida agora estava silencioso.

A perda atingiu-nos como uma onda avassaladora, e as lágrimas que caíam não eram apenas de Cande, mas também minhas. A dor compartilhada era quase palpável, e o luto se entrelaçava com a tristeza que preenchia nossos corações.

Após a série de exames e procedimentos, levei Cande de volta para casa. O silêncio no carro era ensurdecedor, cada palavra de consolo parecia insuficiente diante da magnitude da perda. Ajudei-a a se acomodar em casa, tentando oferecer algum conforto, mas a tristeza pairava no ar.

Ao me despedir, Cande segurou minha mão, seus olhos cheios de gratidão e pesar.

— Obrigada por estar aqui, Ruggero. — Suas palavras eram sussurradas, mas carregadas de uma emoção que nenhum de nós conseguia expressar totalmente.

De volta ao meu apartamento, a solidão era um peso tangível. O vazio do quarto refletia o vazio em meu coração. Uma mensagem para Karol permanecia não enviada, a dor ainda fresca demais para ser compartilhada.

À medida que a noite avançava, decidi enfrentar sozinho o redemoinho de emoções que me consumia. Na escuridão do quarto, as lágrimas que havia contido no hospital finalmente encontraram liberdade, e o lamento doloroso ecoou pelas paredes.

A mensagem para Karol permanecia na ponta dos meus dedos, mas as palavras teimavam em escapar. A decisão de manter a verdade guardada, pelo menos por enquanto, era uma barreira que eu erguia para protegê-la do impacto avassalador da notícia.

Na manhã seguinte, com os olhos ainda marcados pelas lágrimas, enfrentei a realidade de um novo dia. A dor da perda era uma ferida aberta, mas uma jornada silenciosa de cura começava, uma jornada que precisava ser percorrida antes de compartilhar a tristeza com aqueles que amava.

Pov: Cande

A noite pesava como um manto sombrio quando senti as primeiras ondas de dor. Cada contração era uma punhalada, uma advertência silenciosa de que algo estava terrivelmente errado. Meu telefone tremia nas mãos enquanto discava o número de Ruggero, uma chamada urgente em busca de apoio.

— Ruggero, por favor, você precisa vir. Estou com dores intensas, algo está errado. — Minhas palavras vacilavam entre suspiros de desconforto, enquanto implorava por sua presença.

Ruggero chegou rapidamente, seu rosto contorcido em preocupação. Em seu carro, a corrida até o hospital foi marcada pelo silêncio tenso, quebrado apenas pelos gemidos de dor que escapavam de mim.

O hospital tornou-se um cenário de incertezas, onde as palavras dos médicos eram tempestuosas, prevendo um desfecho indesejado. O coração que há pouco imaginávamos pulsante agora estava silenciado, transformando nossas esperanças em luto.

As notícias eram inegavelmente cruéis, e as lágrimas caíam livremente, misturando-se com a dor que se instalava em nossos corações.

Depois de uma série de procedimentos, Ruggero me levou de volta para casa. O trajeto foi  carregado de tristeza e silêncio.

Ao chegar em casa, a solidão era um eco de vazio. Ruggero, com olhos marejados, tentou oferecer conforto, mas a dor parecia insuperável. Suas palavras de despedida ecoaram como um lamento suave.

— Obrigada por estar aqui, Ruggero. — Minhas palavras eram sussurradas, carregando uma mistura de gratidão e pesar.

A solidão em meu quarto era esmagadora. Cada lembrança do que poderia ter sido, cada sonho desfeito, ecoava como um lamento silencioso. As lágrimas que mantive contidas no hospital agora fluíam livremente, uma expressão de tristeza que parecia nunca ter fim.

Tudo Um Dia VoltaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang