14. Como num sonho.

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Os dias monótonos de inverno duradouro deram lugar aos muitos raios de sol que transpassavam as janelas naquele dia; os pinheiros ao redor da casa solitária estavam livres da neve congelante, assim como a grama que dava suas caras depois de meses escondida nos "escombros" brancos e gelados.
Apesar do pouco calor causado pelo sol repentino, o que aquecia o ômega durante todo aquele dia que começara ameno, fora a conversa que teve com seu alfa na noite anterior. Saber que Louis queria lhe dar filhotes alegrava à ele e ao seu lobo, que não o deixou dormir a noite agitando-se dentro de si.

Ele acordou cedo naquele dia, as mãos quentes do alfa ainda o aqueciam quando ele as retirou de sua cintura e se levantou. Os pés descalços tocando o chão com certa cautela, Louis ainda dormia serenamente em seu ninho; cabelo e barba por todas as partes, o rosto macio sendo acariciado pelos feixes de luz solar que invadiam o quarto, Harry queria apenas registrar aquela imagem.
Ele desceu as escadas como num sonho, as mãos acariciando o ventre ainda vazio, idealizando os filhotes que viriam em breve; o sorriso tímido não abandonava o seu rosto em nenhum momento sequer. Ele já podia imaginar pequenos lobos correndo ao redor da casa, era uma visão com a qual ele passara a sonhar por muitas noites.

Enquanto caminhava para a cozinha, Harry fazia planos sobre o resto do dia; ele e Louis planejaram passá-lo em casa. Queriam que a vinda dos filhotes fosse tranquila, o cio do ômega chegaria no fim do dia e ambos queriam que tudo saísse como esperavam.

Ele cortava algumas frutas quando o cheiro inconfundível invadiu a cozinha, o fez fechar os olhos rapidamente reprimindo o desejo de olhar para trás, para logo em seguida sentir mãos quentes adentrarem sua roupa e o segurar firme. Ele podia sentir os fios lisos caírem sobre seus ombros, assim como a respiração tranquila batendo em seu pescoço; a barba fazia um carinho único em sua bochecha e ele tinha certeza que aquilo o deixara ainda mais corado. Ele desejava não estar usando nada naquele momento, apenas para sentir o peito nú e quente do seu alfa encostar em suas costas sem que nada os atrapalhassem.
E como se lesse seus pensamentos, Louis disse, com a voz rouca e inebriante:

"Por que diabos você está usando roupas hoje, ômega?" A risada no final da pergunta fez com quê toda a sua pele se arrepiasse; havia algo na maneira com que o alfa falava, sua voz doce e macia mesclava perfeitamente com a rouquidão leve logo depois de acordar. Ele não entende como passou uma porção de anos sem ouvir esse som, porque nos últimos meses é como se ele o tivesse ouvido todos os dias. E Harry jura, com toda a sua alma, que poderia reconhecer aquela voz em uma sala lotada de milhões de outras vozes.

Apesar dos dias e da rotina criada, o ômega ainda sentia certa timidez em estar nos braços de Louis; havia algo intimidante em ser segurado e sentir-se amado. O início turbulento o fez sentir estranheza ao finalmente receber em troca aquilo que tanto desejou um dia, o afeto criado juntamente ao laço de seus lobos, faziam com que a conexão entre eles se tornasse mais forte a cada dia. Por isso Harry sorriu ao sentir em sua marca a felicidade do alfa assim que ele plantou um beijo molhado em seu pescoço.

"Eu não posso preparar o nosso café sem roupas, deixe disso." Veio um pouco de dificuldade ao formar aquela frase, era difícil quando o alfa insistia em passar a barba por todo o seu rosto o causando cócegas. "Também não posso com você por todo o meu rosto." Ele sentiu sua covinha ser mordiscada assim que sua risada aumentou. Louis o soltou pouco tempo depois, apenas para lhe ajudar no preparo da refeição; o que não havia dado muito certo, levando em consideração a pouca experiência do alfa. Harry achava curioso alguém não saber cortar morangos corretamente, mas Louis colocava todo seu empenho na tarefa.

Eles estavam sentados no chão da cozinha quando o alfa o perguntou sobre como ele esperava que fossem seus filhotes; os joelhos se tocando e toda aura apaixonante os envolvendo enquanto dividiam seu café. Harry tinha o cabelo caindo em seu rosto lindamente, os fios castanhos tornando-se quase totalmente claros devido aos raios solares vindos de fora; Louis não conseguia prestar atenção em mais nada que não fosse o verde inebriante dos olhos de seu ômega. Ele achava que não, até Harry abrir a boca e então a voz dele ser a coisa mais bonita em toda aquela casa.

A boca do ômega se movia cada vez mais à medida em quê sua agitação o atingia, a animação e euforia ao falar sobre os futuros filhotes o fazia rir ao final de cada frase. Os lábios rosados sendo repuxados num breve sorriso para então serem mordiscados vez ou outra pelos próprios dentes; Louis pensava não existir nada mais bonito que aquilo, até ser atingido pelo pensamento de que sim, poderia existir, e esta seria a junção dos dois em único filhote. Mas até ele nascer, para Louis, Harry apenas existindo era sim, ele tinha certeza, a coisa mais bonita que já vira.

"... e então ele teria os seus olhos e com certeza a sua personalidade." Foi o que Louis conseguiu ouvir depois que parou de listar mentalmente as inúmeras maneiras que ele poderia reverenciar e adorar o seu ômega. "Você nem está prestando atenção!" Foi o quê sua luna disse, esbanjando o sorriso bonito e o beliscando. "Você ao menos me escutou?"

Mais tarde naquele dia, enquanto assistiam um documentário enrolados no calor do sofá, enquanto a chuva fina batia sob as janelas e a lenha queimava na lareira diante deles, Harry podia começar a sentir o seu cio começando a dar indícios. O formigamento subindo por todo o seu corpo o deixando agitado; a pele queimando em seu próprio calor e a necessidade de se estar cada vez mais perto de seu alfa, como se mesmo afundando-se nele não fosse o suficiente para suprir aquela falta. Ele queria mais. E Louis sabia disso.

Harry podia sentir no toque suave e firme em seus quadris, na ponta do nariz do alfa se afundando em seu pescoço. A sala de repente tornando-se mais apertada fazendo com que o seu cheiro se sobressaísse, sendo esse o motivo do grunhido do alfa, este que fez com que o ômega fechasse os olhos, quase se derretendo sob os dedos ágeis de Louis.

Harry pensava que não poderia enlouquecer mais, ele jurava que não, mas então Louis disse: "vamos ômega. Não quero passar mais nem um segundo sem estar dentro de você."

🏹

oiii!!

ai meu deus, quanto tempo e que saudades!!

nesse meio tempo muuuuita coisa aconteceu na minha vida, e as atualizações que eram raras se tornaram mais raras ainda. pra quem não sabe eu tive uma bebê!!! (não se preocupem, eu tenho 22 anos) entao vcs já devem imaginar como tudo ficou muito corrido pra mim.

mas eu nunca esqueci as minhas histórias e o quanto eu as amo, escrever me traz um conforto enorme e não faze-lo tem me deixado tão mal. espero que entendam a minha ausência e a falta de prática na escrita, já faz muito tempo.

no mas, espero que tenham gostado desse capítulo curtinho que fiz pra que vocês soubessem que não desisti dessa história (nem que eu termine ela daqui muitos anos) obrigada aos novos leitores e aos que permanecem aqui desde o início, vocês são importantes pra mim ❤️

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⏰ Last updated: May 23 ⏰

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