005 - VERIFICADO.

2.3K 144 16
                                    


ANTONELLA P.O.V.

A sessão de fotos não foi tão longa ou cansativa, para falar a verdade foi bem mais fácil do que eu esperava e, com toda a certeza foi bem mais fácil do que fotografar os garotos da base: os garotos da base são adolescentes e é mais complicado fazer eles levarem algo a sério. Já os do time profissional não, não era um ambiente tenso de repleto silêncio, mas eles sabiam o horário de fazer uma piada para descontrair e sabiam quando levar as coisas a sério — isso facilitou MUITO para mim.

Após a sessão de fotos finalmente terminar, eu me despeço do homem que normalmente auxiliava Bruna e pego minha bolsa, eu queria sair dali o mais rápido possível pois, lá no fundinho algo me dizia que Richard iria me procurar novamente. Mesmo que eu não quisesse realmente acreditar na minha intuição que, na maioria das vezes sempre está correta.
Richard sempre foi uma pessoa muito insistente, ele não desistia facilmente e provavelmente continua do mesmo jeito.

Na adolescência eu tinha meu grupinho de amigas que era formado por três garotas: Ashley; ela era uma garota baixinha que tinha, em média, um metro e cinquenta centímetros. Seus fios de cabelo tinham um tom de castanho levemente avermelhado e suas orbes eram verdes, a garota é branca mas tinha um rubor natural — provavelmente pois ela vivia nas praias do Rio de Janeiro —, Helena; ela era bem alta, não sei exatamente sua altura, mas com toda a certeza passava dos um metro e setenta centímetros. Seus fios de cabelo são incrivelmente longos e bem cuidados, tem uma coloração natural preta e era um cabelo virgem — utilizamos isso para dizer que é um cabelo que nunca sofreu nenhuma química ou alteração do seu natural — e liso, seus olhos são um pouco mais claros que a tonalidade do seu cabelo e ela tinha uma pele da mesma cor que a minha. E, por fim mas não menos importante, eu; minha pessoa era a típica nerd que se escondia nas sombras das minhas amigas, elas eram incrivelmente populares e por isso os garotos só vinham falar comigo para mim falar bem deles para alguma delas.
Richard foi o primeiro garoto que veio falar comigo sem interesse algum, ele simplesmente começou a conversar comigo e o assunto fluiu numa facilidade fora do normal, desde aquele dia nós passamos a conversar todos os dias na escola — normalmente no recreio, já que ele não era do mesmo ano que eu.
A primeira vez que nos beijamos foi quando ele veio até minha casa para eu ensinar um conteúdo de matemática para ele, aquilo provavelmente foi só uma invenção para que ele pudesse ir me ver fora do curto horário escolar: ele já sabia toda a matéria, somente fingiu — muito mal, se posso falar — que não sabia de absolutamente nada.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebo que o elevador já havia parado no estacionamento. De longe já avisto meu carro e vou andando calmamente até ele, não olho para trás já que eu não escuto barulho algum.
Abro o automóvel utilizando a chave própria dele, adentro no carro e passo o cinto de segurança, quando eu estava pronta para dar partida em direção a saída, uma figura masculina se apoia no meu carro e se abaixa levemente para deixar seu rosto visível para mim pela janela ainda fechada.

Reviro meus olhos ao reconhecer quem é e somente finjo que não escutei ele dando batidinhas leves no meu vidro, as batidinhas começaram a se intensificar e aquilo começou a me incomodar, então eu abri o vidro bruscamente e o encarei com uma expressão de poucos amigos; na minha cabeça isso o faria ir embora mais rápido. Pena que eu estava completamente errada...

— Eu já não te falei para me deixar em paz? - questiono, meu tom de voz claramente indignado por ele não ter entendido meu recado.

— Você falou para nós mantermos o profissionalismo, e, pelo que eu estou vendo você não está mais trabalhando - ele ergue uma sobrancelha sugestivamente, um sorriso sacana presente em seus lábios.

Só agora eu pude notar o quanto seu português havia melhorado, ele já não tinha sotaque algum — diferente de quando nos conhecemos, eu tive que ensinar várias palavras para ele e até mesmo me tornei sua professora particular de língua portuguesa, já que ele tinha muita dificuldade na escrita e quase reprovou de ano por conta dessa matéria tão extensa e complicada.

MATURIDADE - RICHARD RIOS.Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz