Capítulo 17

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O chalé era enorme coberto de árvores e musgo, qualquer pessoa que olhasse para residência diria que estava muito tempo abandonado. Coraline imediatamente notou que tinha grades abraçando as janelas de madeira, pegou as malas no carro escuro e caminhou em direção da porta principal do chalé. Quando subiu o primeiro degrau da escada, ouviu um grande ranger e observou o chão feito de grápia velha quase quebrando-se com o seu peso. Olhou para trás e viu stacy vindo arrastando uma mala rosa chiclete acompanhada do namorado que segurava a pequena abigail nos braços. Todo tempo peter observava a namorada com admiração e amor, ele enxergava algo único na loira mesmo ela sendo extravagante e exagerada. Nunca tinha sentido isso antes, stacy fazia seu estômago borbulhar de ansiedade e o sorriso da loira aquecia seu coração. Tinha a certeza que quando a guerra acabasse levaria a willians em um lugar especial e pediria-a em casamento. Peter não imaginava mais sua vida sem a namorada, queria viver para sempre ao lado dela. Mas tinha medo de algo ruim cair sobre ela, viu a furada que o amigo tinha colocado coraline e percebeu que talvez ele também estragasse tudo. Não era um excêntrico igual Jones, porém estava enterrado até o pescoço com o parceiro. Pois sabia de segredos que jamais poderia vir a tona e com a chegada da francesa tudo poderia ir parar no ventilador. A questão era, quando seria ?

- quem morava aqui ?

- não sei direito - abriu a porta, quando entraram sentiram um cheiro de mofo e umidade, os móveis estavam empoeirados e tinha embalagens e quadros quebrados no chão. Aquela casa precisava urgentemente de uma limpeza pois nenhum deles conseguiriam ficar no ambiente poluído.- Jones conseguiu esse chalé em um leilão 2010, mas assinei umas papeladas e vi que fazia parte dos Jones... Então digamos que é de vocês, porém ainda tenho minhas dúvidas. Hum... Acho melhor a gente ir para minha mãe, pois vai demorar para ficar completamente limpo e organizado.

- por que ele se interessou por isso?- pegou um dos quadros e analisou um menininho no colo de uma mulher de cabelos escuros com um sorriso gentil, a criança não tinha mais do que quatro anos e coraline logo notou ser jones. Coraline sentiu um déjà-vu ou algo do tipo com aquela fotografia.- perm é o fim do mundo e outra jones vem de família estadunidense... Isso não faz sentido.

- o James? - Peter gargalhou e averiguou o quadro também.- ele é tudo menos estadunidense.

- como assim ?

- Jones nasceu aqui, exatamente nesse solo russo... Sua mãe ekaterina nasceu e cresceu aos arredores de perm, quando completou dezoito anos foi obrigada a se casar com nikolai wladimir jones estadunidense com ascendência russa... Sim, jones e eu temos histórias parecidas. Única diferença é que eu não enlouqueço por mulheres de cabelos curtos escuros.- puxou a stacy e beijou os lábios da moça.- apenas loiras.

- tá, mas isso ainda não está fazendo sentido...- Coraline olhou ao redor do cômodo e avançou mais um passo chegando perto da lareira. - como jones construiu aquele enorme império vindo de uma família de camponeses e pessoas humildes ? Ou talvez ele tenha tido ajuda, por exemplo de alguém com mais poder e ganância. Estou certa ?

- sim e não... Jones vem de família nobre, os pais sempre tiveram as coisas, ekaterina era a única filha e o pai era mafioso e contrabandista, pelo fato da anciã ter morrido no parto só fez ela ganhar a liderança e poder, já nikolai era um empresário bem sucedido no ramo de agricultura porém tinha negócios ilegais por fora. - desgrudou da stacy e aproximou-se da lareira com a garotinha ainda nos braços.- Mas ouvi boatos que ekaterina no dia do casamento arrumou as malas e tentou fugir pela fronteira com o líder rival de uma máfia. Eles mantinham caso por longos anos, mas quando o patriarca descobriu jogou ela rapidamente nas mãos de nikolai. Até hoje não sei direito, mas quem sabe um dia você não possa perguntar para James assim você tirará suas  dúvidas.

- caraca... Isso está confuso e estranho. - disse com a mente branca.- mas posso fazer mais perguntas ?

- claro! Estou aqui para isso. - disse abrindo um biscoito holandês e colocando metade na boca, oferecendo para as mulheres. Coraline negou e Stacy acompanhou o namorado na breguice.- mas tem coisas que não saberei responder, pois estou te passando apenas informações que um dia james me contou.

- o que aconteceu com os pais dele ?

- ops sinal vermelho... Não tenho permissão para falar sobre isso.- disse com um semblante tranquilo e sério.- mas digamos que eles estão mortos.

- ok. Mas eles foram assassinados ?

- nossa mulher tu é insistente em... É complicado. - Peter desviou o olhar e focou no rosto da namorada que no momento encarava-os curiosa. - isso é coisa pessoal do jones, se eu falar demais posso me colocar em saia curta com o meu amigo. Aliás já falei demais, tem coisas que jamais conseguirei explicar para você, pois só james tem a resposta.

- desculpa... Não quero forçar a barra, mas tenho curiosidade de saber afinal estou aqui por causa dele e das circunstâncias.

- eu entendo coraline... mas te garanto,você não quer saber. - ouviu o gritinho da neném e deixou stacy pega-la no colo e aconchegar a pequena em seus braços brincando e sorrindo para ela.- você sentirá nojo, pois afetará muita coisa. Então continue com sua mente estável e viva sua vida o mais normal possível.

- eu não sei por onde. Como ?

- simples, aproveite a juventude da sua filha alegre-se com stacy saia para passear, faça um piquenique ou até jogue-se na neve.- disse com determinação e certeza.- mas jamais queira saber ou fazer parte desse nosso mundo, você ainda tem a chance de revidar e mudar seu destino,mesmo que pareça impossível. Vejo em seus olhos esperança, então continue alimentando... pois apenas ela que nos move.

- mas e se a gente não conseguir sair vivos dessa? - coraline sussurrou quase não conseguindo escutar as próprias palavras.- talvez seja melhor não ter esperança.

- não vamos mesmo... Todo mundo morrerá um dia, mas estamos aqui para deixar um legado. Para futuramente nossos filhos e netos observarem e sentirem orgulho e admiração. - Peter beijou a mãozinha da pequena no colo de stacy e sorriu com carinho e afeto.- já estamos vendo frutos, Abigail é a esperança... Talvez de fato não conseguiremos, mas ela sim. Ela é a possível viabilidade.





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Amor cruel Where stories live. Discover now