𝗠𝗲𝗱𝗼

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Eren

Envolvi seu corpo com meu braço, puxando-a para mais perto enquanto inspirava seu perfume. Ela é tão pequena e frágil, que eu poderia quebrá-la facilmente ao meio. A água da fonte respingou ao nosso redor à medida que seus dentes cravaram em minha mão, mas ao invés de afastar meu braço, a dor provocada pelos dentes pequenos preencheu minhas veias com calor, fazendo minhas pálpebras tremerem.
Arrepios espalharam por baixo da minha pele, e o fôlego que eu nem havia percebido que estava segurando, deixou meus pulmões.

Não é uma sensação ruim.
Nem doía como deveria doer.
Olhei para seu rosto sem resistir, mesmo quando a pressão dos seus dentes aumentou, chegando a romper a pele.
Sim.
Eu não me afastaria.
Nunca.

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Aumentei o aperto do meu braço, as curvas do seu corpo se moldando ao meu, enquanto eu me recusava soltá-la. Mesmo com a consciência começando a se infiltrar, o perfume do seu cabelo se transformou no cheiro do meu sabonete. O vestido que ela usava agora, era suave como algodão, e suas pernas nuas, agora encostaram nas minhas.
Isso é diferente. Tem alguma coisa diferente.

Pisquei com força sentindo o sono pesar em minha cabeça à medida que o sonho se dissolvia. Meu quarto entrou em foco, assim como o corpo ao meu lado.

Infelizmente, aquela não era a garota dos meus sonhos.

Encarei a garota ao meu lado, os cabelos curtos e negros espalhados pelo travesseiro.
Sua respiração soprava sobre meu braço que ainda envolviam seu corpo, minha mão cerrou em um punho quando percebi que estava em sua barriga.

Eu me agarrei enquanto dormia. Nunca fiz isso.

Encolhi os dedos e acidentalmente eles roçaram na pele nua de sua barriga onde a camiseta estava embolada, então parei e estreitei o olhar sentindo o desconforto se arrastar por meu corpo.

Levantei o lençol e olhei por baixo, notando a curva acentuada de sua cintura muito mais definida da última vez que vi; Sua  firme bunda pressionada contra minha virilha.

Porra. Fechei os olhos sem sentir alívio com o sonho.

Ela estava começando a se parecer com as outras garotas. As mesmas garotas que tinham idade suficiente para que os caras pudessem fazer o que quisessem.
Ela parecia tão gostosa quanto as meninas que já fodi.

-- Eren...-- a garota disse de repente. -- Que horas são?

Encolhi meu braço e empurrei meus pés para fora da cama.

-- Hora de você ir embora. -- eu disse esfregando os olhos. -- Se vista e saia sem que minha mãe te veja.

-- Você vai precisar de mim de novo. -- a encaro através dos ombros. -- Então não tem porque eu ir embora.

Eu sequer sabia o nome dela. Eu queria apenas gozar e ela me pareceu fácil demais.

-- Saia de uma vez.

Eu não esperei por sua resposta, peguei minha calça, me enfiei no banheiro e tranquei a porta.

Encarei meu reflexo no espelho me sentindo estranho. Eu estava muito agitado nesses últimos dias, e confesso que ter encontrado a S/n naquele estado foi um dos motivos.
Seu corpo estava gelado quando eu a peguei nos braços e a levei até o hospital. Eu não conseguia ficar lá, precisava de respostas e sabia que ela não iria me dizer tão facilmente.

Tinha alguma coisa errada. Eu vasculhei cada parte do seu quarto mas não achei nada que pudesse ser associado a sua tentativa de suicídio.

Dois meses depois, fiquei sabendo que ela recebeu alta do hospital, e estava em casa.
E eu esperei. Todas as manhãs eu sentava na entrada do campus esperando, mas sequer ela aparecia.
Arrisquei ligar, mas ela não me atendeu.

𝗙𝗲𝗮𝗿, 𝙀𝙧𝙚𝙣 𝙔𝙚𝙖𝙜𝙚𝙧Where stories live. Discover now