10. Narração 🪽

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SEMANAS ATRÁS

Jake encontrava-se em um enorme estado de frustração, bufando e chutando o vento como uma criança sem doce ou grana para comprar, também nervoso com todo o cenário que Riki, seu humano, estava passando naquele momento. Mais uma vez, eles não conseguiram uma resposta do menino que o mais novo estava gostando.

Em contrapartida, o Nishimura passou pelo menos três horas colocando em pauta todos os motivos do porquê gostava de Kim Sunoo, o mais bonito e simpático líder de torcida de sua escola. Certamente, esses eram apenas dois motivos no meio dos outros, e, se o cupido bem contou — porque foram tantos que se perdeu no cálculo em determinado momento — havia pelo menos outros quarenta. Bem pontuados, precisos.

Não que ele não gostasse de escutar o estrangeiro falando pelos cotovelos e suspirando todo abobado; Riki era um amor de pessoa e sabia que Sunoo também. Eles dariam super certo um com o outro, mas o fato de ainda não ter conseguido fazê-los ao menos conversarem o deixava emputecido da vida. As ideias que tinham eram boas, extremamente boas. Não era à toa que Nishimura estava sempre animado para colocar os planos em ação, sem ao menos terem terminado eles.

No entanto, toda vez que davam início aos esquemas, acontecia algo que os empatava, e tudo era largado de mão porque não podiam usar a mesma coisa duas vezes. Jake sempre falava que não era de boa sorte.

Mas o Sim estava seguro em não abandonar os dois pombinhos. Nunca. Se havia uma coisa que ele mais possuía vontade de fazer, era aproximar aquele belo casal de adolescentes boiolas e ser chamado como padrinho para o casamento deles, porque, assim que se colocassem um ao lado do outro, seria para a vida toda. O Sim sabia. Puff! Seu serviço era bem feito. Sempre foi.

Quer dizer, ele queria acreditar nisso.

Contudo, naquele momento, Jake só estava precisando de um pouco de bebida — uma forte, de preferência — para colocar os neurônios no lugar e pensar em outras alternativas. Se não bebesse, teria um ataque do coração no meio da rua, e se morresse, não haveria cupido eficiente o bastante para pegar aquele caso. Riki derramaria lágrimas pesadas em seu enterro e se deitaria em cima do caixão, porque, sobretudo, eram amigos próximos e confiavam um no outro.

Jake estava convencido a encher a cara naquela noite, por isso se recompôs e começou a andar um pouco mais rápido do que costumava fazer para chegar ao portal mais próximo e retornar à Decode, o mundo dos monstros. Sobretudo, as luzes no céu chamaram sua atenção e a música alta, mais ainda. Seu corpo se alegrou imediatamente, sabendo bem que era uma festa, e festas humanas, na maioria das vezes, eram um arraso só.

Ele mudou o caminho, seguindo o som e confiando em seu senso de direção, chegando em uma enorme casa noturna privada. Ao observar o ambiente exterior, percebeu que não era uma festa comum, pois havia carros e mais carros de repórteres e fotógrafos estacionados na frente e por todo o resto da rua. Sua curiosidade aumentou ao começar a se aproximar mais ainda, passando pela porta sem barreira alguma quanto aos seguranças, sem que os humanos pudessem vê-lo ou questioná-lo sobre sua identidade.

Cupido | HeeJakeWhere stories live. Discover now