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Algumas semanas atrás...

Na manhã seguinte, Lena se esforçou para sair da cama primeiro que a esposa. A verdade é que mal conseguiu fechar os olhos durante a madrugada. Se sentia ansiosa para que a manhã chegasse logo e pudesse surpreender a loira, por isso, quando o relógio marcou 05:58 da manhã, ela se levantou e desceu as escadas enrolada em um roby vinho, um canivete na mão e o aparelho auditivo na outra.

Cuidadosamente, ela abriu a porta e foi até o jardim. O sol estava começando a colorir o céu e o frio começando a se dissipar. Respirou fundo com os olhos fechados e logo os abriu com um sorriso inspirador. Procurou pelo jardim as melhores rosas azuis e com cautela, arrancou meia dúzia da roseira.

- Desculpe, desculpe... - Sussurrava para cada galhinho que cortava. Ao terminar, voltou para casa com o recipiente que as colocaria na mente. Uma linda jarra de vidro com espaço perfeito para acomodar todas as rosas - Perfeito... - Concluiu sorrindo para si mesma.

"Panquecas. Mel. Torradas. Geleia. Suco. Salada de frutas... Café? Café! Leite... Postikers! Onde vou arrumar isso uma hora dessa?"

Bocejou sentindo sinais de sono. O relógio marcava 06:17. Logo a loira acordaria e não teria uma surpresa se não agisse logo, e Kara adorava as refeições juntas. Ela sempre cuidava para que a morena não esquecesse nenhuma.

"Carro!"

Rumou para sala onde pegou o sobretudo da loira para se enrolar, junto das chaves da mesma.

A lista não muito grande sumiu de sua mente ao chegar perto do veículo. A ideia de tocar a maçaneta do carro a fez ofegar. Esta seria a primeira vez sozinha fora de casa depois do episódio que abandonou o carro na calçada. Suas mãos começaram a suar frio, e logo começaram a tremer.

"Eu consigo..."

Abriu a porta.

"Droga... Vamos lá Lena, você consegue!"

Puxou a porta com força. A morena entrou no veículo como se fugisse da chuva. A respiração como se tivesse corrido uma quadra a incomodou. Mal tinha começado o dia e este pequeno detalhe já tinha a deixado exausta. Encostou a testa no volante tentando se recompor. Apertou o casaco de Kara contra si para aspirar o cheiro da mesma e fechou os olhos, se acalmando.

"Talvez eu esteja mesmo virando uma pessoa dramática..."

Concluiu ao ficar mais calma. Colocou a chave na ignição e partiu para a padaria.

Lena sempre foi o tipo de pessoa com inteligência admirável. Sempre tirou notas excelentes na faculdade. Comandou a empresa com o melhor desempenho do país e era uma das empresárias mais cobiçadas do continente. Tinha a melhor esposa do mundo, e provavelmente a mais talentosa também. Kara era simplesmente perfeita. Inteligente, honesta, criativa, amorosa e seu porto seguro, mesmo quando brigavam... Se considerava uma mulher de sorte. Só não entendia o porquê de ainda não ter passado logo essa fase inconveniente da vida. Não acreditava em baboseiras como terapia, afinal, qual é o sentido de conversar sobre a vida com um estranho que só faz anotações irrelevantes? Já tinha recorrido a um antes e só perdera tempo, não precisava disso pois seu amor por Kara, aparentemente, estava sendo o suficiente para melhorar.

[N.A: nota dó]

Ao voltar da padaria não perdeu tempo para organizar tudo em uma bandeja, incluindo as rosas azuis. Com cuidado para não derrubar nada, a morena equilibrou a bandeja nas escadas e lutou para abrir a porta, por fim, teve êxito e foi agraciada com a visão da loira ainda dormindo de forma esparramada. A Luthor sorriu, feito uma verdadeira boba e colocou tudo na mesa de madeira.

Sentiu vontade de abraçar a loira e foi o que decidiu fazer no momento seguinte. Engatinhou para perto da mesma e a agarrou feito um bebê coala, colocando uma perna na cintura da loira e se aninhando feito um gatinho manhoso no pescoço da mais alta.

- Hmm bom dia... - Kara sorriu com os olhos fechados. A sensação maravilhosa do abraço a encantou. Imediatamente, apertou Lena contra si.

- Dormiu bem?

- Uhummm - Beijou os cabelos negros carinhosamente. Se sentia incrivelmente bem com a esposa nos braços. Como se pudesse lidar com qualquer coisa que aparecesse para tirar sua paz porque, Lena, nessa manhã, era seu porto seguro, e estar com ela era o suficiente para ter forças e lidar com a vida - O que é aquilo? - Olhou desconfiada para pontinhos azuis na mesa.

- Eu fiz pra você - Sorriu satisfeita.

- Olha só. Alguém está tentando ser romântica aqui? - Impulsionou o corpo ficando sobre a de olhos verdes - Que fofinha - Sorriu beijando a bochecha da menor que corou.

- Boba... - O despertador tocou - Ah não! Você pode faltar hoje? - Pediu brincando com a gola do pijama da loira com uma expressão manhosa.

- Claro que não - Sorriu - Eu ainda não sou dona de um empresa para fazer meus horários assim

- Se quiser, eu compro a Catco pra você... - Brincou realmente considerando a ideia.

- Boba! - Beijou Lena na ponta do nariz e se levantou - Uau! Isso está lindo... - disse ao chegar próximo da mesa - Oh meus deus! Postikers! - Sorriu pegando e dando uma grande mordida no alimento. Kara admirou a namorada que pode ver seus olhos brilharem - Obrigada Lee.

"Adorável"

Pensaram no mesmo instante. Se admirando feito adolescentes.
Kara estava adorando a forma como o dia tinha começado repleto de abraços, comidas gostosas, flores e uma Lena toda carinhosa.

- Você não vai tomar café comigo?

- Tsc! - Sorriu negando - Eu fiz pra você.

- E eu quero dividir com você - O estômago roncando fez a morena deixar a recusa e se levantar para ir até o colo da loira, que só então notou seu casaco na namorada junto dos sapatos - Tá estilosa hem! - Elogiou. A boca cheia de doce enquanto pegava uma torrada e dava para Lena.

- Sabe, eu acho que você deveria ligar pro trabalho falando que acordou com febre. Sei lá, talvez um resfriado super contagioso... - Ergueu uma sobrancelha sugestivamente esperando que a loira comprasse sua ideia.

- Senhorita Luthor, está querendo que eu minta para minha chefe?

- Talvez?... - Finalmente mordeu a torrada com geleia. Mesmo sabendo que a loira jamais faltaria, tentou. Kara sempre fora dedicada demais ao trabalho e isso a fazia uma excelente profissional. Admirava a carreira da esposa e sempre torcia para que ela recebesse as devidas considerações em breve.

Passaram os minutos que tinham até o horário que a Loira teria de ir conversando, e entre carícias. Ambas se sentiram conectadas com a pequena ação matutina. Kara estava certa de que isso renderia um dia extremamente agradável e leve. Esperava que isso não fosse passageiro.

***
Apertem o cinto para os próximos capítulos, crianças!

Não se esqueçam de acender a estrelinha🐙

Extremos R#004 - SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora