Capítulo 21

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Coraline sentiu os pingos grossos da chuva molharem seu rosto e embaçar sua vista dificultando seus olhos de enxergarem o caminho asfaltado em sua frente. Naquela manhã tinha decidido caminhar e fazer uns exercícios,porém esqueceu de olhar a previsão do tempo. Encontrava-se encharcada e solitária. Passava pela enorme floresta e via como a água invadia as plantações e terrenos, fazendo tudo desmoronar assim como seu coração estava, olhou o relógio no pulso magrelo e notou que marcava exatamente 7h30 da manhã de uma segunda e triste feira. Aniversário de sua filha e data da tragédia de seus pais, há mais ou menos oito anos atrás perdia a razão de viver e o propósito de respirar sem dificuldade. Ainda culpava-se, afinal no ocorrido tinha pedido para mãe ir em um mercado local por pura birra comprar um simples chocolate e quando percebeu tinha perdido eles por causa de um acidente bobo. Nunca conseguiu ver os corpos na época, pois ainda era adolescente e por conta de ficar devastada, uma tia distante lhe acolheu e ajudou nos primeiros meses. Mas coraline tinha muito azar e também perdeu a parente.

Stuart percebeu que tinha chegado na residência dos Johnson's, examinou as rosas no mini jardim e viu de soslaio a sra. Smirnov olhando pelo fresta da janela, ela continuou por longos minutos e depois saiu batendo as cortinas no ar fazendo coraline ficar confusa e curiosa pela atitude da mulher. Entrou na casa e seguiu para o quarto que estava hospedada, a filha continuava dormindo tranquilamente abraçada com um ursinho verde que a adolescente tinha lhe presenteado. Pegou uma toalha no guarda roupa marrom escuro e começou a enxugar os cabelos curtos. Sentiu novamente alguém lhe observando, de repente ouviu a voz delicada e gentil da senhora invadir seu quarto. Daria smirnov estava com um casaco escuro e seus cabelos loiros em um boné verde militar, coraline olhou para a senhora e expressou dúvida e incerteza.

- bom dia coraline jones - disse encarando com certo desprezo stuart, fazendo a moça menosprezar a fala da mais velha.

- é stuart!

- que seja.- chegou mais perto e deixou o perfume extremamente enjoativo invadir as narinas de coraline.- por que você está fazendo isso ?- Stuart olhou para ela e questionou fazendo careta e afastando-se da mulher. Não entendia o rumo daquela conversa, mas sabia que não seria coisa boa. Daria soltou um sorriso copiosamente idêntico de jones e puxou o braço de coraline fazendo o mesmo estralar com a força. A moça continuou sem entender nada,afinal a mulher já era uma senhora e como poderia ter uma força inexplicável. Então puxou o braço do alcance da mulher e fez uma leve massagem na região vermelha e sensível.

- do que a senhora está falando? - soltou com raiva indo em direção da cama e pegando a filha recém acordada no colo. - daria, você machucou meu... Por que a senhora fez isso?

- você é a semente do mal! - disse espumando com fúria, de repente tirou uma enorme faca do casaco e apontou em direção da stuart.- você vai destruir ele, igual ela fez
Você vai destruir ele, igual ela fez
Você vai destruir ele, igual ela fez - a Sra. Smirnov gritava as palavras repetidamente no rosto de coraline fazendo ela ficar com medo e jogar-se para o lado com a bebê. - você precisa morrer... Vocês duas precisam. - daria grudou coraline pelos cabelos e levou seu rosto de encontro com a lâmina fazendo a bochecha de coraline sangrar. Stuart tentou sair das garras da mulher, mas quando virou-se sentiu a filha chorar e viu a faca presa no peito da pequena abigail.

- o que você fez? - gritou desesperada sentindo o sangue quente da filha encharcar sua roupa, viu a filha perdendo a vida aos poucos, os olhinhos fechando-se lentamente. Coraline chorou observando tudo ao seu redor ficando turvo e escuro. Porém uma voz te chamou, era como uma canção em seus ouvidos e percebeu ser a única pessoa que poderia lhe salvar disso tudo.

Amor cruel Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora