VINTE E OITO

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Killua se virou para ir embora e eu segurei seu pulso com mais força, a impedindo de ir

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Killua se virou para ir embora e eu segurei seu pulso com mais força, a impedindo de ir. Ela olhou para a mão que a segurava, depois ergueu os olhos, encontrando-se com os meus. As lágrimas transbordavam em seus olhos, molhando seus cílios e fazendo com que eles brilhassem. Queria que fosse um choro de alegria. Doeria muito menos se eu soubesse que o motivo para que eu tivesse feito Killua chorar fosse algo alegre. Ou que pelo menos não tivesse sido eu.

Ela está chorando por minha causa.

Um choro triste.

Eu me odeio por ter feito isso.

Mas...

— Você não pode dizer tudo o que pensa e ir embora sem me deixar explicar nada. – retruquei, sentindo o choro entalar em minha garganta. – Me escute, por favor.

Ela não disse nada. Apenas ficou ali, parada, me olhando com aquela feição triste.

— Sinto saudade de casa. Da minha casa na selva. Sinto saudade dos amigos que tinha lá, de caçar na floresta, de escalar as árvores. Isso não significa que eu não goste daqui. Gosto muito daqui. É minha casa também. Você fez com que esse lugar significasse tanto.

— Você não hesitou. – ela murmurou, a voz embargada.

— Eu não hesitei porquê, quando respondi que voltaria, imaginei você indo comigo. Todas as vezes em que pensei em voltar, em todas elas, Killua, você estava comigo. Nunca pensei em te deixar aqui. Sempre pensei em te levar pra lá. Sempre achei que você gostaria de ir, de conhecer a selva. E quando eu disse aquilo, imaginei automaticamente que sua resposta sobre ir comigo fosse ser sim, já que você sempre sonhou em conhecer Pandora com Sunthao. Não esqueci de você, Killua. Nunca esqueceria de você.

Seus olhos tristes e cheios de lágrimas me encararam. Meu coração doeu e em resposta a ele, apertei a mão de Killua, querendo alguma resposta.

— Me desculpe. – ela sussurrou, a voz fraca.

— Não peça desculpas. – reclamei, a puxando para perto e levantando seu rosto para mim. – Você não fez nada de errado.

— Fiquei com medo.

— Com medo do que?

— De te perder. – meu coração apertou contra o peito. – Não posso perder mais ninguém. Não posso perder você.

A abracei, prendendo seu corpo no meu. Afundei o rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro de flores.

— Você não vai me perder. Sempre voltarei pra casa. Sempre voltarei pra você.

Com Killua em volta dos meus braços, não tive vontade de solta-la. Poderia, na verdade, ficar assim por horas. Mas, enquanto eu pensava em continuar assim por mais algum tempo, o pontinho preto no céu que vinha em nossa direção planejava nos interromper.

UM DE NÓS - AVATAR, NETEYAM SULLYOnde histórias criam vida. Descubra agora