04 - Por favor, não me odeie.

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Eu estava surtando, quase que eu o beijei! QUASE! Foi uma mistura de emoções tão intensa que meu coração quase saltou do peito. Estávamos tão perto, olhos nos olhos, a tensão entre nós era palpável. Eu conseguia sentir seu hálito quente enquanto nossos rostos se aproximavam. Todas as minhas defesas estavam desmoronando, a razão lutando contra o desejo avassalador que tomava conta de mim.

Naquele momento, o mundo ao nosso redor desapareceu. Era apenas eu e ele, envoltos em uma aura de eletricidade. Eu podia notar o brilho nos seus olhos, aquele mesmo brilho que me hipnotizava desde o primeiro dia em que nos conhecemos. Toda a insegurança e hesitação foram deixadas de lado, substituídas pela pura intensidade do momento.

Mas, no último instante, algo fez com que eu recuasse. O medo, talvez. O medo de arriscar, de me entregar completamente a essa atração que ardia dentro de mim. Era como se uma voz interior me advertisse, me alertasse sobre as consequências de cruzar essa linha. E em um ato de autodefesa, eu recuei.

O ar ficou carregado de uma tensão estranha, um silêncio desconfortável se estabeleceu entre nós. Eu pude ver a surpresa em seu olhar. Queria poder voltar atrás, apagar aquele momento e ter a coragem de ir em frente. Queria poder dizer a ele o que eu realmente sentia, sem medo das consequências… 

Foi um momento de quase, quase que eu me permiti mergulhar na incerteza e na vulnerabilidade do amor. Quase que eu me joguei de cabeça, ignorando todas as barreiras e mergulhando de coração aberto. Mas o quase prevaleceu, e agora resta a dúvida do que poderia ter sido.

Eu tive a oportunidade de beijá-lo, de finalmente juntar nossos lábios, mesmo que fosse por um mísero momento. Mas eu não pude explicar, não consigo para ser mais exato…

Apertei meu travesseiro com força e senti meu peito apertar, estava inseguro. As incertezas permeavam minha mente, envolvendo-me em uma teia de ansiedade. Em meio a pensamentos tumultuados, eu me encontrava buscando respostas.

— Porra, eu sou um idiota! Estava tudo indo tão bem. — Reclamei enquanto apertava meu travesseiro, era como se tentasse aliviar a pressão interna que me consumia. Sentia-me tão perdido, como se estivesse em um labirinto sem saída. A sensação de insegurança tomava conta de mim, minando minha confiança e abalando minhas convicções. Isso mesmo, Katsuki Bakugou se sentia inseguro.

— E se ele achar que sou tarado? Nossa relação estava tão agradável, estava tão… Ai que merda!

Vi meu celular em cima do criado mudo e em um segundo tive uma idéia, algo que poderia extravasar e liberar pelo menos um pouco o que eu sentia. Rapidamente soltei meu travesseiro e peguei meu celular e entrei nos documentos, começando a escrever.

Eu me questionava sobre minhas escolhas, sobre o caminho que estava seguindo. O medo do desconhecido se fazia presente, provocando dúvidas constantes em minha mente. A incerteza parecia ser minha companheira mais fiel nesse momento, ecoando em cada respiração, em cada batimento acelerado do meu coração.

Naquela noite solitária, eu ansiava por clareza e paz interior. Olhava para o travesseiro em minhas mãos, esperando que suas fibras macias absorvessem minha aflição. Mas a resposta não estava ali. A resposta estava dentro de mim, esperando para ser descoberta.

Percebi que a insegurança fazia parte da jornada. Ela estaria comigo sempre quando algo envolvesse aquele que tanto amo, porra, tinha insegurança até de andar errado ao lado dele. Insegurança de tudo…

Insegurança de meus sentimentos não serem retribuídos.

Insegurança de não ser aceito.

Insegurança de sofrer aquilo que tanto desprezo, ainda mais pelo homem que amo, sofrer homofobia para aquele que entreguei meu coração em uma bandeja.

Desabafo do dia meninas: Que nerd gostoso! - BakuDeku.Onde histórias criam vida. Descubra agora