180 dias

chapter fourty one

Point of view —
Victor Camilo

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CAPÍTULOS FINAIS 3/5

Abaixo-me pegando Ariel no colo depois que mesmo sem intenção demonstrei minha insatisfação por ter encontrado parte de minha família em minha casa. Bárbara pigarreia e eu a olho quando sei que a mesma quer chamar minha atenção, a linda mulher de olhos verdes tem um olhar repressivo para mim, mas finjo não notar, foi uma surpresa encontrar minha mãe e irmã em nossa casa e eu não posso e, muito menos consigo, fingir que gostei da surpresa.

— Mamãe precisa lavar sua boca com sabão, Vivi.

Bárbara e minha mãe gargalham enquanto seguro Ariel um pouco mais firme pois a pequena começa a mexer sem parar em meus braços tentando olhar para baixo.

As duas mulheres olham curiosas para a menina que está inquieta em meus braços assim como eu.

— O que é isso, Vivi?

Só então lembro que estou até agora segurando a sacola com as coisas que comprei no mercado, gelo da cabeça aos pés, Ariel pode até não entender quando ver os produtos, contudo minha mãe e Bárbara entenderão assim que a sacola for aberta e não era assim que eu queria que Bárbara visse. Na verdade nem sei porque comprei essas merdas, eu queria fazer uma noite... romântica? Nem eu mesmo sei responder o que queria quando comprei os produtos, só pensei que talvez na hora algo iria fluir, agora devido as visitas indesejáveis eu jamais saberei o que seria dessa noite.

Eu não sou um cara bom com palavras e pretendia apenas preparar tudo e quando Bárbara visse entenderia que eu queria um momento entre nós dois.

Ariel quase pula dos meus braços e eu a coloco no chão evitando que minha pequena se machuque.

— É só umas coisas que estão precisando aqui em casa.

Tento despistar mas como qualquer criança Ariel pega a sacola de minha mão e começa a tirar tudo que está dentro da sacola de papel começando a colocar em cima do sofá olhando tudo minuciosamente, coço minha cabeça incomodado com o olhar de Bárbara em mim e depois volta a olhar o queijo e o vinho, é divertido ver suas bochechas um pouco coradas, mas meu desconforto é muito maior.

Umedeço meus lábios quando minha mãe sorri entendendo tudo e Ariel solta um grito ao ver o chocolate. Eu preciso sair daqui.

— Bom... eu vou tomar banho.

Saio da sala sem esperar nenhuma resposta das duas mulheres e meia que estão presentes na sala, vou até o meu quarto procurando por uma calça de moletom e uma cueca e quando encontro as peças pretas vou até o banheiro fechando a porta não deixando de notar Bárbara e Ariel levando os itens até cozinha planejando cozinhar algo.

Abro o registro do chuveiro depois que retiro a roupa suada do meu corpo, fecho meus olhos quando a água quente entra em contato com minha musculatura rígida.

O banho é feito rapidamente e mesmo sentindo que não estou mais sujo, ainda sinto que estou com um peso sobre as costas.

Porque minha mãe teve que vir até aqui? Eu a amo muito, mas eu não consigo ficar ao seu lado sem brigar por saber tudo que ela aceita com o doador dos meus genes. Sei que é a escolha dela, mas é difícil aceitar quando percebemos que a escolha é idiota.

Acabo de secar meu corpo e visto as peças pretas e saio do banheiro secando meus cabelos podendo ver Bárbara e Ariel se divertindo enquanto enchem o colchão de ar. Minha mãe tem os olhos presos em mim enquanto as meninas não percebem minha presença.