4428 Palavras
Pisco algumas vezes, sentindo minha visão um pouco embaçada, e por isso não reconheço o lugar onde estou. É um cômodo estranho e sem mobília alguma.
Apesar de não reconhecer este lugar, tenho uma sensação muito familiar presente em todo o meu corpo.
Percebo que estou suspensa no ar por uma força que não consigo enxergar, mas que abraça todo o meu corpo com seu profundo e acolhedor calor. Uma sensação que me causa tanta nostalgia.
Meus olhos finalmente se adaptam e passo a enxergar com clareza novamente, e tudo que reconheço nesse espaço vazio, é Klauss, que me olha com bastante surpresa presente em seu rosto.
Ele vem até mim, e quase que instintivamente vou para frente de encontro a ele, com meu corpo abaixando aos poucos.
Apoio minhas mãos nos ombros do anjo, enquanto que ele envolve minha cintura com seus braços, e nesse instante nossos corpos se encontram devagar. Em todo momento nossos olhares permaneceram unidos.
- Onde... – Sussurro com a voz fraca, olhando para ele buscando a certeza de que é real – Onde nós estamos?
- Em casa. – Responde com um pequeno sorriso, e uma de suas mãos sobem ao meu cabelo, num agradável carinho feito pelos seus dedos.
Baixo meus olhos por um momento, não conseguindo me lembrar ao certo do que aconteceu. A única coisa que me lembro são borrões, e um rosto que parece ser o de Stefan. Somente pensar nisso me causa um calafrio que percorre todo o meu corpo em um instante.
Aperto as mãos, agarrando firmemente as roupas de Klauss e torno a olhar a ele – Nós estamos em casa...? Mesmo?
- Mesmo, está tudo bem. – Ele diz, e por um segundo seus olhos me dão a entender que Klauss não quer se afastar de mim. Eu o entendo, também não quero me afastar dele agora. Ficar dessa maneira é agradável, e não quero que pare. – Está sentindo alguma coisa?
- Não, não sinto nada. – Respondo pensativa com meu corpo tão leve.
Olho para trás por um momento, me dando conta de que eu estava dentro da aura que Klauss mantém em seu quarto, e com isso finalmente entendo em qual local da casa nós estamos, o que não deixa de me causar um grande espanto.
- Eu estava...? – Sussurro apontando para a aura, e voltando meu olhar a ele.
- Sim, você estava. – Klauss responde, já tendo entendido qual seria minha pergunta.
- Eu estava ali... Mas... – Sussurro confusa – Por que?
Ele fica em silêncio alguns segundos, me deixando com expectativas de qual seja o motivo – Falamos disso depois Mika. – Responde finalmente – Está com fome?
- Eu... – baixo uma das mãos e toco minha barriga por um momento, não escutando nenhum dos barulhos estranhos de quando estou com fome – Acho que não... Minha barriga não está fazendo barulhos agora... Mas...
ČTEŠ
Aurora de Sangue
RomanceDistante dos olhos dos humanos, o anjo cumpriu seu papel. Sempre que seu trabalho foi feito, os humanos se encantavam, mas nunca o encontravam. Por diversos anos, ele os observou, mas nunca se aproximou. Mas a curiosidade o instigou, e assim ele vo...