Capítulo 06

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TRÊS SEMANAS SE PASSARAM desde que Thomas e eu ficamos "presos" em seu quarto e algo estranho aconteceu.

A princípio achei que era algo da minha imaginação imatura e inexperiente porque com apenas três noites de sexo eu havia pensado estar apaixonada por ele e a menos que Thomas tenha percebido o que eu sentia, algo me diz que ele também se sentiu diferente aquela noite.

No entanto, ao acordar, o silêncio entre nós parecia a melhor maneira para lidar com isso. Sem falar do espaço físico entre nós ficando cada vez maior.

Quando Marina abriu a porta pontualmente às 18 horas, nós dois estávamos prontos para ir à faculdade quando ela nos mostrou o anel enorme em seu dedo.

David havia a pedido em casamento e por alguma razão ele achou que seria uma boa ideia fazer isso no dia do seu aniversário. Vai entender. Quem sou eu pra julga-lo.

O fato é que Marina estava radiante demais para se importar se seu primo transou ou se eu perdi minha virgindade porque ela não toca no assunto nem naquele dia e em nenhum outro durante essas três semanas seguintes.

Thomas e eu não nos falamos em casa. Nada. Nenhuma palavra ou mesmo olhar direcionado ao outro.

Ele ainda está cozinhando para nós dois, mas nunca me espera para comer e eu me certifico de que ele não estar na cozinha quando vou fazer as refeições.

Ontem comprei mais comida e enchi o lado dele do armário que curiosamente se tornou o nosso armário compartilhado.

Na faculdade por outro lado, nos falamos duas vezes. Apenas.

Sempre que possível, permito que Erick fale e tire as dúvidas sobre o nosso projeto e Thomas não faz nenhum esforço para extrair algo de mim.

_ Você tem algum plano pra esse final de semana?

Erick não é um nerd comum. Com pouco mais de um mês, ele já deu a entender diversas vezes que está afim de sair comigo, mas não estou muito interessada.

Não que ele não seja bonito ou interessante, porque ele é. Mas é também a minha dupla de projeto em uma disciplina importante e eu não quero comprometer a minha nota caso isso entre nós não dê certo. O que tenho certeza que não dará.

_ Pretendo dormir e estudar. Depois dormir e estudar de novo, lavar as minhas roupas e, quem sabe, dormir um pouco mais.

Ele sorri. Não é um sorriso encantador, mas é um sorriso bonito.

Estamos sentados em uma das mesas da cantina universitária enquanto eu tomo um café no intervalo da aula de sexta.

Eu não chamei Erick para vir comigo, mas ele grudou em mim como um carrapato desde que consegui os recursos para custear o nosso projeto.

_ Amanhã tem uma feira de tecnologia no centro. 15 minutos de carro, tá afim de ir?

_ Que horas?

Me interesso pela feira de tecnologia, não pela companhia de Erick.

_ Eu te busco às 15 horas. Visitamos a feira e depois podemos jantar ou quem sabe, ir ao cinema.

_ Eu aceito a feira, mas o resto é um encontro?

Ele fica vermelho. Tosse algumas vezes para limpar a garganta e então diz:

_ Você iria num encontro se eu deixasse isso claro?

_ Isso depende.

_ Do que? - Ele se inclina na cadeira, bastante interessado.

Vejo Thomas se aproximar da cantina e congelo por alguns segundos.

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