Nossa História de Natal

Capítulo 7

O local da festa é enorme e já tive várias ideias de decorações.

Eu e Lucas chegamos agora no Arvoredo do James para comprarmos a árvore de Natal mais linda que alguém já viu.

Desde aquele momento chato no carro, nossa conversa tem sido simples e direta. Nosso acordo de comunicação profissional está sendo maravilhoso, sem conversas sobre o passado ou nós.

Aqui tem muitas árvores bonitas, andei ao redor de várias e não consigo achar a perfeita.

Encaro uma que parece estar olhando para mim, implorando para que eu dê atenção a ela. É quando a analiso que percebo, ela é a árvore perfeita.

- Lucas!

- Oi? -diz se aproximando de mim.

- Achei a árvore perfeita -digo animada apontando para ela. Ele passa um tempo analisando-a até que fala:

- Certeza?

- Claro -olho para ele indignada.

- Ela tem alguns defeitos.

- Ninguém é perfeito.

- Certo, mas olhe alguns galhos -ele se aproxima da árvore. -Quando colocar os enfeites vai ficar estranho.

- É exatamente os galhos tortos que dão charme a ela -argumento. -É isso que a faz ser tão especial!

Lucas me olha com certo divertimento.

- Você às vezes é insana, sabia?

- Talvez -digo quase rindo.

- James -Lucas grita ao vendedor. -Vamos querer esta.

- Claro, já estou indo! Coloque seu nome na plaquinha ao lado dela, já vou cortar -James grita de volta.

Lucas faz o que James mandou. Vejo-o colocar meu nome, Nina Alves. Ele se levanta e vem em minha direção. Usa uma camisa preta de mangas longas e calça jeans preta. Todo de black. E eu uso rosa e uma calça branca que achei perdida no meu guarda roupa.

- Quer um chocolate quente?

- Não, obrigada -digo me sentando num banquinho. -Não quero demorar aqui.

- Entendo -ele senta ao meu lado. Estamos olhando para a árvore que escolhi. Um homem chegou e está a analisando. -Só você pra fazer eu comprar uma árvore dessas.

- Ela é linda -ele olha para mim enquanto eu continuo brisada na árvore.

- Muito linda -diz.

O homem que estava analisando a árvore olha para a plaquinha com meu nome. Por um segundo, penso que ela vai apagar meu nome e escrever o dele. Olho para Lucas que também o observa com desconfiança. Estamos próximos um do outro, percebo.

- Quem é que escolheu uma árvore feia dessas?

Volto minha atenção para o carinha perto da árvore. Algumas pessoas pararam de prestar atenção nas árvores as quais estavam olhando para ver a minha árvore e a plaquinha com meu nome.

- A pessoa que escolheu precisa de uma consulta de vista -diz rindo. Algumas pessoas riem junto. -Favor, Nina, apareça!

O homem ri alto.

- Nina, cega, apareça -decido levantar e ir até ele. Bater em sua cara e mandá-lo procurar uma lavagem de roupa, mas...

- Exijo respeito pela Nina se não quiser que eu quebre a sua cara -diz Lucas o intimidando.

- Qual é, cara? -o doido bate de leve no ombro de Lucas. -Estou falando a verdade.

- Também estou falando verdade, se chamar a Nina de cega mais uma vez, mato você.

Pessoas se afastaram um pouco mais deles dois. O louco tem uma expressão de horror, intimidação e divertimento. Lucas continua sério.

- Quem você pensa que é para falar assim comigo? -o homem cuspe.

- Sou Lucas Miller -diz com autoridade.

- Nunca nem ouvi falar -debocha.

- Talvez me conheça como o dono da Stalvez.

Vejo o homem ficar nervoso. Lucas tem um divertimento no olhar.

- Ria da Nina novamente e faço da sua vida um inferno.

- Sinto muito -diz o homem engolindo em seco. -Não queria ofender, é que...

- Suma -Lucas o interrompe. -Agora.

Caminho até Lucas após o homem sair apressadamente.

- Não precisava disso tudo -digo cruzando os braços. -Poderia ter resolvido sem ameaçar o cara.

- Aí seria chato - ela faz um biquinho.

Balanço a cabeça negativamente o repreendendo. Lucas sorri e se aproxima do meu ouvido. Fico nervosa com o coração errando as batidas.

- E só eu posso falar do seu gosto peculiar para árvores -sussurra me arrepiando da cabeça aos pés.

- Idiota -o empurro fracamente, mas ele se afasta por vontade própria. Fico agradecida por ele não forçar a barra da aproximação.