Covarde

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— Mas que palhaçada - falei antes que Endo abrisse a boca para responder aos três super patetas - isso lá é jeito de se comportar na loja dos outros, trio de imbecis.

— Você não pode falar assim... - interrompi o idiota de cabelo roxo.

— Eu falo do jeito que eu quiser, e é bom que fiquem caladinhos - revirei os olhos e entreguei minha bolsa para Goenji - segura pra mim um minutinho, loirinho, e me espera lá fora. Só vou resolver uma coisinha e já vou.

— Não faz besteira, Yumi - ele advertiu, me olhando desconfiado.

— E desde quando eu faço besteira? - perguntei incrédula - confia em mim, eu sei o que tô fazendo.

— Juízo, bonequinha - sussurrou antes de sair da loja, sorri para as crianças enquanto adentrava a lojinha.

— Acompanha ele, Endo - dei uma batidinha em seu ombro quando me aproximei do goleiro - e leva as crianças com você. Eu cuido do resto.

— Mas, Yumi... - ele interrompeu, mas o interrompi com um gesto.

— Só faz o que eu pedir que depois você vai entender - disse calmamente, e mesmo ainda meio contrariado, ele saiu levando as crianças consigo. Então, me virei para a senhorinha - A senhora está bem?

— Ah, sim, mocinha - ela sorriu docemente para mim - só um pouco confusa ainda.

— Eu sinto muito pelo que aconteceu - me curvei como um pedido de perdão pela bagunça que os três idiotas tinham causado - vou resolver isso para a senhora.

Me virei para os três palhaços com um sorriso, mas logo fechei a cara, dando um tapa na cabeça de cada um e agarrando a orelha dos três, dois em uma mão e o outro na outra. Torci suas orelhas, arrastando-os para fora da loja e me assegurando de pedir desculpas mais uma vez para a senhorinha por cima dos gritinhos e resmungos irritados dos três.

Endo e Goenji arregalaram os olhos quando viram eu arrastar os três pela calçada. Era bom que ficassem assustados, porque assim iriam pensar duas vezes antes de sair da linha. Larguei os três no meio da rua, afastados o suficiente da loja e de Goenji para não arrumarem briga.

— Você não pode fazer isso - gritou o roxinho, pense num menino escandaloso.

— Eu já fiz - dei de ombros - e se estiver pensando em revidar, saiba que se encostar a mão em mim, eu vou alegar legítima defesa e desço a mão na sua cara.

— Isso foi agressão - o verdinho tomou a frente, confiante - vou contar para o treinador...

— Pode contar - sorri tranquila, olhando minhas unhas - e quando eu contar para ele o tumulto que os três estavam fazendo na loja de uma senhorinha, vamos ver de que lado ele vai ficar.

Quase gargalhei ao ver a confiança se esvair do rosto do menino. O treinador da Kidokawa é um dos homens mais gentis e justos que eu já tinha conhecido. Falei pela primeira vez com o Sr. Nikaido depois da minha discussão com os trigêmeos, ele veio se desculpar pelo comportamento de seus alunos. Foi tão educado que, quando vi, já estava me desculpando por ter batido em um deles. Mas ele só riu e disse que não precisava, que os errados da situação tinham sido os meninos, mas que eu não devia usar de violência porque ela não levava a lugar nenhum.

Parando para pensar agora, provavelmente o Sr. Nikaido nem sequer deve saber onde os três babacas estão neste exato momento. Duvido que ele os deixaria sair por aí, sabendo que poderiam encontrar o Goenji.

— Vocês envergonham o Sr. Nikaido se comportando desse jeito - acusei, dando as costas para eles e indo pegar minha bolsa com o loirinho - Obrigada, Goenji.

Jogadora ImperialWhere stories live. Discover now