𝙸𝙽𝙲𝙴𝚁𝚃𝙴𝚉𝙰𝚂 |7

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  O cheiro do seu café se mesclava com a brisa fria da manhã de inverno.

— Você já falou com ele?

  Encontrei Charlotte na mesma cafeteria que costumo frequentar antes da aula quando tenho tempo, então ela decidiu me acompanhar.

— Eu não sei se quero falar. Na verdade... Estava pensando apenas em me afastar. — Ajeitei as luvas pretas em minhas mãos, estava realmente frio.

— Ninguém nunca te ensinou a não aceitar bebidas de estranhos? — A indignação era nítida em sua voz.

  Nunca pensei que seria tão tentador a vontade de contar meus problemas para um estranho, mas ao julgar pela forma como desconfio das pessoas com as quais convivo ao ponto de guardar toda a angústia para mim, Charlotte foi a melhor opção.

— Sabe... Na hora pareceu tão certo, tão confiável. Era a minha única chance, uma oportunidade pela qual esperei por anos, mas... Foi decepcionante.

  Sentia a angústia me abordar a cada lembrança de como fui tola naquela noite, de como desconfiei sem desconfiar.

— Ele é realmente um riquinho de rosto bonito, qualquer garota se apaixonaria fácil, mas você foi muito além. — Ela falava olhando para frente, enquanto desfrutava do seu café expresso ainda quente.

  A primeira vez em que ele me beijou, borboletas dançaram em meu estômago, todas as células do meu corpo estremeceram e eu pensei que tinha vencido, um pensamento bobo que se desfez junto à minha própria  sanidade naquela mesma noite, naquelas mesmas mãos.

— Escuta, sei que você é louca por ele ou algo do tipo, mas você está se envolvendo com um cara que tem tudo, mas não vale nada, Lana. — Ela voltou seu olhar para mim — Se realmente quer minha opinião, você deveria falar com ele, mas apenas para entender o que aconteceu e nunca mais se humilhar por esse garoto.

  Fiquei em silêncio por alguns segundos, ouvindo atentamente cada palavra dela na intenção de prender aquilo na minha cabeça como se fosse uma ordem. Após isso, respirei fundo, assentindo com a cabeça.

  Nós tínhamos parado em frente à grande escola que já estava rodeada por adolescentes desanimados.

— Obrigada por me ouvir. — Suspirei.

— Nem precisa agradecer, adorei sua história louca. Faz tempo que não escutava algo assim! — ela riu — Pode me mandar mensagem para contar como foi a conversa com o príncipe mascarado depois. — Falou enquanto se afastava de mim, acenando com a mão.

  Sorri e acenei de volta para ela que estava indo na direção do ponto de ônibus.

  Respirei fundo outra vez, voltando meu olhar para a estrutura nada convidativa. Eu só precisava escutar as palavras de Charlotte e fazer o certo.

"Querido Diário" de Lana BergerOnde histórias criam vida. Descubra agora