Midnight Sunshine

derrubei Coca em um deus

Eu já estava cansada, minha mente não ia aguentar ficar despertada, eu consegui ver a entrada do Acampamento Meio- Sangue, mas antes eu escorei em um pinheiro ali, só pra retomar o fôlego, então entrei e assim que pisei lá, desmaiei.

☆

- Quem é?- ouvi uma voz feminina perguntando a alguem

- Uma nova campista, Annabeth- a voz do homem ecoou. Eu estava deitada, claro que sim, e ainda estava despertando de um possível desmaio.

- Ela está acordando, Quíron!- a voz da tal garota, Annabeth, ficou mais alta. Então eu abri os olhos. A garotinha de cabelos trançados estava me olhando fixamente.

- Olá, jovem!- o tal Quíron me saudou

- Onde eu estou?- perguntei forçando os olhos por conta da luz.

- No Acampamento Meio- Sangue.- então me recordei do que havia acontecido, a viagem de carro, o Basilisco, a Lidia...- A encontramos desmaiada na entrada do campo. Creio que chegou até aqui sozinha.

- Sim... quero dizer, não. Mais ou menos. Minha mãe me trouxe, mas subi até aqui sozinha.- me levantei pra poder me sentar. Sentada pude notar uma coisa que não havia notado antes, o sr. Quíron é metade cavalo. Isso mesmo. Cavalo.

- Isso tudo deve ser novo pra você, jovem!- acho que ele notou meus olhos arregalados olhando para a perte cavalo do seu tronco.

- Sim.- falei sem tirar os olhos dele.

- Se precisar descansar mais um pouco, vou me retirar pra lhe deixar mais confortável. - ele se direcionou até a porta fazendo "toc toc".- Annabeth- ele chamou a garotinha que deveria ter mis ou menos uns sete  anos. Enquanto ela andava até a porta ela me dava tchauzinho.

Fiquei ali deitada por um tempo, tentando entender tudo oque aconteceu comigo. O que mais me intriga é não saber oque de fato houve com a Lidia. Ela estava sem forças pra se levantar, e mesmo que tivesse, pra onde ela iria? Quem a levou? E a minha mãe? O que vai ser dela agora? Meu pai tem culpa nisso, e eu quero saber oque ele tem a dizer! A final, quem é ele? Essa pergunta na minha mente me motivou a me levantar e dair dali. Havia uma blusa laranja escrito "Acampamento Meio- Sangue", interpretei aquilo como um "me vista"

Quando cheguei do lado de fora fiquei admirada, era lindo. Continuei andando na esperança de encontrar Quíron de novo. Quanto mais eu andava, mais eu via. Crianças e jovens pra todo o lado vestidos de uma camiseta laranja igual a minha, bem diferente das minha antiga camiseta suja. Pareciam crianças normais, até eu ver algumas delas metade... bode? Aquilo me desconcentrou completamente porque sem querer acabei esbarrando em alguém- EI, ei!- ele gritou

- Desculpa, senhor!- falei me virando pra ele.

- Desculpas?!- ele riu ironicamente- Você derramou minha Coca Diet, garota! Não tem olhos não?

- Eu sou nova aqui, eu acabei me distraindo e...

- Tá, tá, tá bom, mas o que eu tenho a ver com isso?- já estava sentindo meu nariz arder de novo, eu odiava que gritassem comigo.

- Calma, Sr. D- Quíron se aproximou- Ela chegou ontem à noite, deve está atordoada.

- Então fique atordoada longe da minha Coca Diet e de mim!- ele sorriu e andou pra longe.

- Perdão pelo Sr. D. Ele é meio ranzinza, sabe, muito tempo longe de seus vinhos.

- Certo. - falei e olhei ao redor- Então, tudo isso é real mesmo, não é? Monstros, deuses, centauros, sátiros...

- Sim, sim, tudo real. É a sua realidade agora.

- A realidade do meu pai...- falei- Quem é meu pai? Ele está aqui?

- Sinto muito, Amélia, mas os deuses não ficam entre nós. Ele não está aqui.- senti meu peito queimar. É um inútil mesmo, que tipo de dinvidade é essa que abandona os filhos? Eu mesma respondo, do tipo grega.

- Espera, como sabe meu nome? Não vai me dizer que eu te contei e não lembro, por favor.

- Não, - ele riu- na verdade eu sei ele há muito tempo. Sua sátira, estava te vigiando pra te manter à salvo, ela deveria ter lhe trazido, mas infelizmente não conseguiu concluir a missão.

- Espera, como assim eu tenho um sátiro?

- Uma sátira.

- E eu nunca a vi? Ela estava me vigiando, mas nunca a vi?

- Ah, você já a viu!

- Já?

- Já sim, na verdade a conhecia como Lidia.- naquele momento senti meu coração disparar, como assim a Lidia, minha Lidia, minha melhor amiga, era uma sátira?

- Como assim? Você tá me dizendo que a minha melhor amiga era um ser mitológico?

- Como a Fúria que você viu no campeonato, o Basilisco... a missão dela, no entanto, não era te machucar, mas sim te trazer até aqui em segurança.

- Por isso ela queria tanto me levar a um acampamento.- comecei a encaixar as coisas que haviam me ocorrido.

- A ESSE acampamento. De fato era para você ter sido trazida ontem, mas não naquelas circunstâncias. - senti meus olhos encherem d'água- Ela falhou na missão. Eu sinto muito, Amélia. - comecei a chorar em silêncio, somente as lágrimas desciam, não saía nenhum som da minha boca, minha expressão não mudou, eram apenas lágrimas. Só isso.

- Tá tudo bem.- falei enxugando as lágrimas- Já que eu estou aqui, o que eu faço agora?

- Se acomode!- ele sorriu- Vem comigo.- ele me guiou entre alguns jovens que passavam. Haviam vários chalés por onde estávamos andando, e então entramos em um- Esse é o Chalé de Hermes, deus dos viajantes, um ótimo lugar para hospedar semideuses que ainda não foram determinados.

- E o que seria isso?

- É quando seu pai ou mãe divinos te reconhecem como seus filhos. No seu caso seu pai divino não a reconheceu ainda.

- E nem vai!- dei um riso irônico- Não vou esperar por isso.- ele olhou pra mim com uma expressão de pena.

- Bem...- ele pigarreou- geralmente o chalé está lotado, mas como a maioria está ocupada treinando, não tem ninguém aqui. Considere- se sortuda, não é sempre que terá um tempo pra si mesma aqui.- ele me deu um tapinha no ombro e saiu, me deixando sozinha.