Capítulo 31

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A parede branca fazia os olhos de jones ficarem derretidos, estava cansado de ficar sentado naqueles bancos desconfortáveis. Mas estava mais cansado de ter que viver aquela dor novamente. Ouviu passos se aproximando de seu corpo, rolou os olhos no tênis ridículo notando ser seu único e verdadeiro amigo. Tentou formar uma frase, mas ainda estava nervoso e triste. Muito triste.

Peter descansou o corpo na cadeira observando o médico passando tranquilamente com a pasta nos dedos e sorriso ensaiado.

- já pensou se aquilo nunca tivesse acontecido? - o loiro soltou as palavras em uma calmaria.- talvez vocês não estivessem passando por isso. Além do mais, você não teria medo de se arriscar e comunicar as coisas com humildade sem precisar pisar nas pessoas.

Tic tac tic tac tic tac

O relógio de jones era o único que ainda tinha determinação para continuar trabalhando, mesmo se estivesse caindo o mundo ao seu redor. Ele ainda fazia tic tac sem se importar com as circunstâncias.

- a verdade é que tenho dó da coraline, ela vai passar o resto da vida tentando te entender,tentando tirar algo de você e no final só saberá que na real- o loiro puxou o ar quase permitindo deixar as outras pessoas sem oxigênio.- que você é completamente quebrado. Mas não por causa dos traumas, e sim, por ter escolhido viver assim.- Peter olhou para o lado encontrando o amigo de cabeça baixa completamente mudo e pensativo. - o que me deixa mais perplexo é que no fundo você sabe james, que chegará um dia que você não brilhará mais nos olhos de coraline. Ela encontrará uma pessoa que realmente poderá dar o que ela merece e você ficará sozinho e esquecido. Assim como sua mãe.

- não me compare com ela, NUNCA! - Jones virou o rosto para peter com raiva, seu corpo estava fervendo. E não queria perder a paciência e meter uma bala no parceiro.- pode me chamar de diabo se quiser, mas jamais me compare com aquela mulher. Você sabe que não somos iguais, eu jamais cometeria aquelas imundícies... Ainda mais com as pessoas que dizia amar.

O clima estava pesado, até às pessoas que passavam perto dos dois homens sentiam algo no ar.

- se está chateado pela loira, é só falar, mas não fica colocando coraline ou aquela maldita no meio. Por acaso falo do seu pai assassinado ? Ou da sua mãe que mora sozinha e é infeliz ? - o loiro rapidamente ficou paralisado no banco. Aquilo tinha despertado progressivamente fúria pelo amigo. Quem ele era para falar de tal modo.- acha que pode dar palpite na minha vida ? Se está tão insatisfeito vá para merda e me deixe em paz. Não preciso de ninguém, NUNCA PRECISEI.
Jones jogou as palavras no rosto do loiro, sentiu arrependimento,mas seu orgulho e ego eram enormes. Sempre fazia as coisas no impulso e depois se arrependia.

- você está certo. Não quero atrapalhar seus negócios... Só estava tentando te ajudar, mas a verdade é que você não tem conserto. - olhou mais uma última vez para jones, por um segundo viu uma tristeza no olhar do amigo. Mas depois notou que jones jamais sentiria algo, na verdade aquilo era reflexo de suas emoções. - só espero que isso não te leve completamente para o abismo. Afinal, você é meu melhor amigo e ainda me importo com você.

- SAI DAQUI JOHNSON!

o loiro saiu pisando pesadamente no piso do hospital, Jones deu um soco no banco permitindo ecoar um barulho no corredor.

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Irina viu o homem entrar em seu quarto murcho. Conhecia o chefe como ninguém, ele era como um irmão para si. Muitas vezes se viu desmoronando,mas por algum motivo jones a buscou das profundezas do abismo com o seu sorriso sarcástico e pensamentos horripilantes.

Amor cruel Where stories live. Discover now