02.

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NITARA COLOMBO

Eu encarei a Lilith com incerteza quando peguei a minha bolsa. A uruguaia revirou os seus olhos escuros e me puxou pelo meu braço enquanto resmungava para eu parar de ser uma rata.

Eu não tenho culpa. Qualquer ser humano que estivesse no meu lugar, se sentiria assim.

Depois de seis meses, eu veria a família do meu ex-namorado. Peguei a torta de limão que eu fiz, já que eu não queria chegar de mãos vazias na casa da minha ex-sogra. Lilith levaria os presentes.

— E se ele estiver lá? — eu perguntei totalmente nervosa. Lilith me encarou com uma expressão de tacho e eu direcionei o meu dedo do meio para ela. — Ninguém me leva a sério. Será que eu sou o Patati?

— Não sei quem é, mas sim, você é. — Lilith retrucou. Eu arregalei os olhos abismada.

— Você cresceu em um país colado no Brasil e não sabe quem é o Patati Patatá? Você até fala português, Lilith! — eu perguntei indignada. A uruguaia movimentou os ombros para cima e para baixo se mostrando indiferente quanto a isso. Acertei um tapa na nuca dela e ela resmungou.

— Vai se foder. — ela reclamou. Estalei a língua e pedi para a mulher pega a chave no bolso traseiro da minha calça, ela pegou e acertou um tapa na minha bunda. — Que isso, bebê... Está fazendo academia? Está com a maior bunda do planeta Terra.

— Estou. Gostou? — eu brinquei de volta. Lilith assentiu, semicerrou os olhos e mordeu o lábio inferior exageradamente, fingindo que estava tentando me seduzir. — A bunda grande é para combinar com o meu ex-namorado, já que ele é um bundão.

— Supera ele logo, Nitara. Eu imploro, pelo amor de Deus. — Lilith juntou as mãos como se estivesse fazendo uma prece. Ela olhou para cima e eu revirei os meus olhos, fingindo que ia golfar. — Você quer dar para ele, você fala. Eu desenrolo sem problemas.

Eu? Justo eu? Ela ficou louca de vez.

— Já superei aquele... Aquele gordo 157 de geladeira! Cabeça de tarântula! — eu disse qualquer coisa que veio na minha mente. Lili me encarou pasma e congelada no próprio lugar. — Peguei pesado?

— Um pouco. — ela disse. Eu alinhei os meus lábios e pisquei diversas vezes. Lilith bufou e me puxou pelo braço para sairmos da minha casa. Ela trancou a porta e nós vimos o carro do meu ex-sogro parado à nossa espera.

Entramos no banco de trás e eu percebi que a Isis estava no banco do carona. Cutuquei a minha melhor amiga com o cotovelo enquanto um sorriso malicioso estava nos meus lábios e ela acertou um tapa no meu braço. Resmunguei silenciosamente, mas abri um sorriso de orelha a orelha ao falar com a família do boboca do meu ex-namorado.

Sabe o que eu acho? Que as mulheres deveriam fazer um movimento revolucionário de 'Morte ao Pênis'.

— Isis! Senhor Garcia! — eu disse animada. Meu ex-sogro e a minha ex-cunhada sorriram para mim e me cumprimentaram antes de ele dar partida no carro.

— Cunhadinha! — Isis me cumprimentou. Soltei uma risada nervosa pelo apelido. — Oi, amor. — ela deixou um selinho nos lábios da Lilith. Eu sou tão solteira.

— Minhas queridas noras! — Xavier nos cumprimentou. Eu sorri e nós fizemos um hi-five. — Ni, põe aquelas suas músicas aí. Eu estou aprendendo português.

exmas, hector fort.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ