Num século onde falácias dançam no ar,
A aristocracia vê discórdias a brotar.
Argumentos em meio à vulnerabilidade,
Cresce a incerteza na vasta sociedade.
Seres divinos, noutra esfera a tecer,
Enviaram um escolhido para vencer.
Triunfante, só um reg...
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Entre as páginas escuras de mistério, os segredos ancestrais dançam, revelando uma narrativa onde as sombras do sacrifício se entrelaçam com as asas luminosas da redenção.
Nos sombrios recessos do tempo, o véu do templo se rompeu, desencadeando ventos furiosos que ecoavam como trovões selvagens, rugindo como uma fera à espreita de retalhos vivos a serem traçados e dilacerados. Lamentações e choros ecoavam entre aqueles que conheciam e temiam a ira do Deus poderoso. Mentes inquietas e corações perturbados estavam presentes, armados com pedras e paus, prontos para apagar da memória aquilo que era irreal e real ao mesmo tempo.
O azul celestial dos céus cedeu lugar à escuridão que se espalhava, revelando um corpo sem vida pendurado em uma cruz. Gritos ecoavam enquanto a multidão, outrora armada, agora se via tomada pelo medo e inquietação, empurrando-se para fugir do local.
Próximo à cruz, uma voz chorosa lamentava, sem consolo. Um assopro tenebroso foi sentido, seguido por uma risada medíocre e impiedosa, acompanhada por uma voz bruxuleante carregada de ódio e desprezo.
— Ninguém ficou ao teu lado, nem mesmo seu pai veio te salvar. —A risada ecoou, desaparecendo em despedida, deixando um corpo vazio pendurado.
Então, um ser franzino e de gentil aspecto arrastou-se por trás da cruz, analisando a cabeça despencada em sinal de redenção espiritual. Um corpo vazio estava à sua frente; palavras de consolo não seriam mais ouvidas, histórias não seriam mais contadas, olhos não mais olhariam nos seus, lábios não mais sorririam.
Joelhos se dobraram, uma reverência foi feita, e a testa tocou o pó da terra. Ao lado, uma luz raiou, revelando uma presença de longos cabelos pretos, lábios vermelhos como sangue e olhos azuis como tempestade. As lágrimas brilhantes desciam de sua face rosada como pêssego.
Um vento forte varreu o lugar, e a figura de cabelos pretos pairou no ar, revelando grandes asas brancas tingidas de vermelho sangue. Suas vestes brancas transformaram-se em uma armadura vermelha brilhante, e uma grande espada dourada com cristais flutuava em suas mãos. Ela olhava para longe, onde uma tempestade resplandecente se aproximava, grandes olhos vermelhos de fogo a seguindo.
A criatura frágil e de gentil aspecto desmaiou, e o corpo pendurado não se encontrava mais. A mulher bradou eloquente, palavras proferidas na tarde de escuridão e medo iminente.
— A tempo para aqueles que buscam arrependimento e redenção. Um sibilo e uma risada grotesca foram ouvidos, raios vermelhos lançados em sua direção.
Golpes foram travados, uma guerra entre um anjo e uma legião de exilados. A criatura abriu os olhos e viu uma ave vermelha gritando, lançando raios em direção à nuvem preta e horrenda.
Uma voz sussurrante acariciou seu rosto pálido e trêmulo. — Corra, esconda-se.
Recobrando seus sentidos, ele se lançou atordoado pela floresta, sem compreensão clara do que testemunharia. Em meio à urgência desesperada, seus pés tropeçaram, projetando-o ao chão, onde sua face encontrou o solo, lambuzando-se com seu próprio sangue que escorria de um dos olhos outrora castanhos escuros.
