01. A voz do anjo

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Ano de 1021

      

        O salão principal do Paraíso parecia um cenário de terror. Sangue, ruínas e corpos para todos os lados, mas os Cinco Grandes, estava intactos. 
Como sempre ficavam. Lutar contra eles era como assinar sua sentença de morte, porém naquela guerra, os deuses não tiveram tanta sorte.
    
O tempo parou, as aves que voavam no céu do Paraíso, estavam imóveis. Não demorou muito para Hinadin aparecer.
A pele pálida do oráculo deixava claro que sua saúde estava se esvaindo, a sanidade da moça asiática já não existia.

A felicidade por vencer mais uma guerra se desfez e os sorrisos nos rostos sumiram aos poucos. Uma profecia grande sempre trazia morte.

Haverá paz por mil anos. — A voz fria soa, sem vida. Causando arrepios nos deuses ali presentes. — Existem dois prisioneiros, um já é pó e o outro será.

Ulisses, o deus dos mares, se aproxima. Mais preocupado com o estado de Hinadin do que com o que ouvia.

Os pecados de um deles, é a prisão de quem ainda não nasceu, seja  aqui ou la. — Mee sente um aperto no peito e, de forma inconsciente, segura a mão livre de Adina. Os sussurros estranhos do Oráculo eram famosos por causar arrepios. Não importa quem os ouvisse.

Um novo herói surge, mas pode ser parado pela flecha de prata quando passado e futuro se encontram.

O corpo do oráculo começa a perder as forças e Ulisses vai até o mesmo, segurado-o — como não é indicado.— nos braços para não cair.

Um entre vós, tem muitas faces.
Quando o tempo se quebra, a dura verdade prevalece;
Mas o maior destruidor de todos, sempre será o amor. 

Os olhos de Hinadin voltam ao normal e ela desfalece nos braços que a seguram. Os outros presentes se aproximam do corpo do oráculo, em choque.
Nenhum humano deveria herdar um poder assim, muito menos viver tanto tempo, eles sabiam, então não era uma surpresa que Hinadin não resistisse após tanto tempo viva como um oráculo, mas não fazia doer menos. Ulisses a abraçava com vontade, chorando sobre o corpo da amada. Não chegava a sentir arrependimento por ter apoiado quado ela aceitou ser um oráculo mil anos atrás, quando precisavam de um para vencer a terceira guerra, mas se arrependia de fer deixado-a chegar a esse nível.

Eles sempre venciam, mas a que custo?

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Ano de 2018|
Quarta-feira, 2:55h da manhã.

        

          A rua estava silenciosa, sim, estava, no verbo passado, pois Augusto, um poeta irritado que estava bêbado, está abrindo a porta de seu carro.

Meio de semana é o dia ideal para beber? Não, mas ele se importa? Não mais. Passou o final de semana sem um só minuto de paz, pois seus vizinhos decidiram deixar o som ligado, no máximo, por 31h seguidas.

Ele está revoltado. Podia ter feito isso na segunda, mas ele é vingativo o suficiente para esperar os vizinhos estarem "cansados" da semanas para agir.

— Augusto, seu filho da mãe, nós vamos ser presos se descobrirem. — Tarcísio, seu amigo, comenta.

Augusto sorri, coloca o cinto de segurança e liga o carro. Uma Hilux 2009 preta, ele ama esse carro. Tem mais ciúmes dele  que de qualquer outra coisa.

Talvez até mais que de sua ex mulher.

— Não vão descobrir. — Ele conecta o pendrive no som do carro, abaixando o volume.

Enquanto Não Me Lembro De Nós Where stories live. Discover now