Ipseidade [ Kth + Jjk ]

Tópicos Sensíveis

Encarei as fotos no meu feed do Instagram e não consegui evitar em ir no de Hyungsik, as nossas fotos ele havia apagado todas e não havia postado nenhum status até então. Apaguei uma por uma do meu próprio feed, lembrando de todos os momentos em que cada foto se passou. As lágrimas misturando-se na tela do celular, limpei logo em seguida, seria bastante difícil daqui para frente.

Queria que ele estivesse aqui ao meu lado, me ajudando a tomar banho e até mesmo a vestir a camisa, mas eu sabia que ele não era desse tipo, o máximo que Hyungsik iria fazer é olhar para mim com desprezo para logo depois me ajudar com raiva e jogar tudo que já fez na minha cara depois, não iria me ajudar e só agora eu percebi que ele nunca foi um bom namorado.

Eu amava ele, mas doía muito, eu não sabia se o que eu sentia era o sentimento de pelo menos ter alguém, a posse de dizer "tenho uma pessoa ao meu lado". Mesmo que fosse para te destruir psicologicamente, misturado com carência, tenho medo de não achar outra pessoa que me ame tanto quanto ele, mas uma vez eu lembro perfeitamente o que lhe disse "eu te dou o mundo, mas se você me trair, eu nunca mais irei te perdoar". Não saberia o que fazer se ele me pedisse para voltar agora, talvez eu voltaria.

Vivemos de segundas chances, se ele estivesse disposto a mudar e ser uma pessoa melhor... mas as cenas não saem da minha mente tão facilmente. As duas garotas peladas na cama e ele no meio delas, o sorriso cafajeste e os champagnes super caros que ele me fez comprar um dia antes, dizendo que iriamos aproveitar muito na noite seguinte, no final, era para ser usado com outras.

As lágrimas voltaram quando olhei para a minha camisa estendida em cima do sofá. Tomar banho foi o maior sacrifício, o meu ombro estava dolorido demais e eu não conseguia colocar nem a tipoia nem a camisa, o máximo que eu consegui fazer foi pegar um cobertor com muito custo e mexer no celular apoiado no sofá com os outros três dedos restante, os outros dois ainda fervilhavam e não tinha força suficiente.

Alguém bateu na minha porta, franzi o cenho e o meu coração disparou, será que era o Hyungsik? Levantei depressa, olhando pelo olho mágico e suspirei, era apenas Jungkook.

Destranquei a porta com dificuldade, encarando o moreno a minha frente, suas roupas não eram as mesmas, agora ele usava um conjunto de moletom que cobria seus braços e pernas, nas suas mãos estavam duas sacolas transparentes.

— Eu acabei fazendo muita comida hoje, imaginei que você não tenha comido por conta das suas... — Ele fez uma pausa, encarando meu torso nu. — Você não conseguiu vestir a camisa, né?

Respirei fundo, não queria admitir tais coisas, era como se eu fosse fraco, não conseguindo fazer coisas tão simples. A forma como ele falou não foi de superioridade, apenas um tom preocupado como se já estivesse lidando com isso muitas vezes.

— Olha, Jungkook, agradeço muito a sua oferta, mas... — Encarei o homem na minha frente, sua expressão de inocência e preocupação demonstrava que ele era uma boa pessoa, mas eu não conseguia ser receptivo e aceitar ajuda nesse momento de quem eu não conhecia.

— Já passei pelo que você passou. — Franzi o cenho, ele estava falando do meu término? — O seu ombro, eu já desloquei e, na época, foi muito difícil me virar sozinho e ainda mais você que caiu de uma altura daquela. Só me deixe ajudar? Eu fiz realmente muita comida.

Respirei fundo e abri mais a porta, dando passagem para ele entrar. Não sabia se estava ficando louco por deixar um homem desconhecido entrar na minha casa, mas todos os amigos que já tive um dia também já foram desconhecidos, a diferença era gritante, no entanto, os amigos que eu fazia não sabiam onde era a minha casa e nem moravam na minha frente, fora que também não achavam que eu era um suicida, eu tinha quase certeza que o Jungkook achava que eu era.