Diante da oportunidade de trabalhar com um chefe de personalidade difícil, você optaria por aceitar o desafio ou permanecer em sua zona de conforto?
Em "Amor e Desejos", Cristina, após um doloroso divórcio, busca cura e recomeço, mas as cicatrizes...
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Algumas horas se passaram, e eu comecei a me arrumar para ir à casa da minha irmã. Vesti um lindo macacão e uma rasteirinha preta. Enquanto me arrumava, peguei as chaves do meu carro. No entanto, ao ver Robson parado na porta, ele ficou nervoso e perguntou. - Onde pensa que vai a essa hora, 22:00? Eu o tranquilizei, explicando que apenas sairia um pouco. Ele retrucou: - Quero ver como você vai sair daqui. Robson saiu apressado em direção à cozinha. Eu o segui, ao chegar na cozinha, ele abriu a gaveta do armário, pegou uma faca afiada e dirigiu-se ao meu carro, que estava estacionado em frente ao jardim. Eu tentei tirar a faca dele, mas como ele era mais forte, ele me jogou no chão e continuou furando os pneus.
Fiquei muito nervosa com a situação enquanto ele dizia. - Você não vai fugir de mim, Cristina, está me escutando. - Disse Robson, bem furioso.
Retruquei enquanto me levantava. - Quem disse que eu ia fugir? Eu só queria dar uma volta, visitar minha irmã. Por que você está agindo assim?
Robson aperta ainda mais a faca na mão, seus olhos expressando raiva descontrolada. - Você não entende, Cristina. Você é minha, e ninguém mais terá você.
Eu respondo, buscando acalmar a situação. - Robson, isso não é saudável.
Ele responde com desdém. - Você não vai sair dessa casa sem mim, Cristina. Isso é um aviso.
Ao voltar para o meu quarto e perceber o ferimento no meu joelho direito, decidi cuidar dele imediatamente. Peguei um pedaço de algodão e um pouco de álcool para limpar o ferimento e evitar qualquer infecção.
Enquanto estava focada nessa tarefa, murmurei para mim mesma: - Ai, que merda, como pode arder tanto assim?
De repente, fui surpreendida pela presença inesperada de Robson.
Ele se aproximou de mim e disse: - Deixe-me cuidar do seu joelho, afinal, você se machucou por minha causa.
- Sai daqui, retruquei - mas ele pegou o algodão da minha mão - O que você viu em mim?
Robson olhou nos meus olhos intensamente e respondeu: - Pare de ser teimosa... Desde o primeiro momento em que te vi, Cristina, algo me atraiu. Sua força, sua vulnerabilidade... é difícil de explicar.
- Às vezes, você me assusta. - digo observando ele.
Robson pensou por um momento, com um olhar intrigado, e disse: - Cristina, eu sabia que você fazia tratamento psicológico três vezes por semana.
- Como você sabia sobre isso? - pergunto surpresa.
- Através da atendente Pamela, após as consultas, costumava tomar cappuccino e ler um livro na cafeteria no centro. Sempre marquei consultas jurídicas lá.
Surpresa e um pouco desconcertada, retruquei: - Você está ciente da grande diferença de idade entre nós, certo? São 17 anos, para ser mais preciso.
Robson manteve a intensidade no olhar e respondeu: - Naquele dia em que você usou aquele vestido azul, não foi a primeira vez que vi essas cicatrizes. - Ele desliza suavemente mão sobre elas. - A primeira vez, foi quando estávamos do lado de fora da cafeteria, e você tirou o moletom, olhou à sua volta, achando que não tinha ninguém - ele acaricia meu rosto suavemente - eu estava no carro, uma BMW preta. E a nossa diferença de idade não importa para mim.
Sentindo uma mistura de raiva e preocupação, eu disse: - Isso é loucura, Robson.
Ele continuou: - Cristina, esta mansão possui mais de 150 seguranças, então fugir não seria uma opção viável. Aqui, ninguém vai te machucar. Descobrirei o verdadeiro motivo dessas cicatrizes e farei justiça contra quem te fez mal.
- Quem disse que quero fugir? Para onde eu iria? Meu pai me abandonou, assim como minha mãe. A minha irmã está prestes a se casar, é você tem razão, eu não tenho para onde ir - chorando contínuo - voltar para minha casa, nem pensar... não suporto aquele lugar. É um local que me traz tantas lembranças dolorosas e insuportáveis.
Robson, com olhos preocupados, murmurou: - Cristina, não quero que pense que estou te aprisionando. Só quero te ajudar a superar o passado.
Olhando pela janela, respondi: - Robson, não se trata apenas de superar o passado. Essas cicatrizes são mais do que lembranças; são parte integral de quem sou agora. Preciso apenas me acostumar com os olhares de julgamento das pessoas.
Ele insistiu: - Eu só quero te proteger. Se não confia em mim, prometo que provarei que estou do seu lado.
Desconfiada, retruquei: - Ah, que tal começar arrumando meu carro?
Com um sorriso enigmático, ele disse: - Vou descobrir a verdade, desvendar os segredos que você esconde. Nada ficará no caminho. Não arrumarei o seu carro.
Inquieta, falei: - Robson, isso tudo é surreal. Não sei se devo confiar em você.
Ele finalizou com convicção: - Dê-me uma chance, Cristina. Farei tudo ao meu alcance para mostrar que estou aqui para protegê-la, não para machucá-la. Vou deixá-la descansar um pouco.
"Como pode alguém mudar de humor tão rápido assim?" Penso.