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A situação estava feia, passou apenas um dia depois da postagem. Hoje era sexta-feira e o nosso menager, com sua expressão nada boa, aparece na porta do dormitório dizendo-nos para arrumar as coisas e ir direto para a empresa.

Chegando lá, nos aprontamos para subir até o último andar, rumo ao escritório gigante de JYP. E ao entrarmos, nunca me senti tão ruim como estava me sentindo agora. Sentamos no sofá enorme que havia ali e JYP logo se pronuncia.

– É claro que já sabem o que está rolando na internet. – Seu suspiro pesado deixa tanto eu quanto os meninos nervosos. – Eu não consigo acreditar que vocês deixaram isso acontecer! Eu avisei para pararem com isso, eu não sei onde estava com a cabeça quando deixei que vocês quebrassem a regra de não poderem se relacionar!

– Perdão, senhor, nós ultrapassamos o limite. – Chan é o primeiro a começar a falar entre nós.

– Eu disse para não fazerem nada em público! – O velho grita. – Agora por causa dessa imunda o grupo de vocês vai passar por muitas coisas, não sei nem se vão continuar com o grupo. Isso é muito sério!

– Você me chamou do que? – Me levanto automaticamente, vendo o mais velho me olhar indignado.

– Imunda! É isso que você é. Não pensou nos seus colegas não? – Ele aponta para todos na sala, estes que não conseguiam abrir a boca para falar um "a".

– Como ousa me insultar? Nosso grupo que levantou essa empresa de merda! – Eu já estava gritando, tacando o foda-se para esse nojento. – Você é tão incompetente que não consegue protejer o próprio trabalho!

Eu tinha tantas coisas presas na garganta para xingar aquele maldito, mas minhas palavras estavam presas de tanta amargura que estava sentindo. Ninguém nessa empresta gosta desse hipócrita que só pensa no próprio umbigo e no seu dinheiro que nós fazemos para ele. Com os olhos vermelhos de tanto chorar, eu não ouço mais nada e apenas saio da sala, correndo para qualquer lugar.

Me sinto ainda pior quando penso que nenhum dos meninos me defendeu, apenas abaixaram as cabeças como se fossem cachorrinhos daquele imprestável, como se concordassem com ele... Eles também me achavam imunda? Que pecado que eu cometi na vida passada para merecer isso?

Minhas pernas me guiaram para a cobertura do prédio, e quando abro a porta, sinto o vento gélido soprar em meus cabelos. Fecho a porta e vou para o parapeito, me escorando enquanto olho a cidade iluminada, uma das vistas mais linda que eu já tinha visto. Aproveito o momento para pensar na minha vida, o tanto que eu sofri para chegar até aqui, mesmo com todo o hate apenas por ser estrangeira e estar num grupo de oito meninos sendo a única menina. Era loucura, eu sei, JYP parecia estar chapado quando resolveu que seria algo inovador e que faria bem a empresa. Mas agora, vejo que eu só estraguei tudo.

Ouço a porta ser aberta novamente e quando olho para trás, Bang Chan vinha correndo até mim. Sua expressão era serena, mas seus olhos não demonstravam nenhuma serenidade, muito menos sua voz.

– Não saía correndo quando viermos falar com ele, sabe que ele pode fazer qualquer coisa com nós. Ele é o chefe. – Chan dizia enquanto se escorava ao meu lado.

– O quê? Tá dizendo que era para eu ficar quieta e só ouvir ele me insultar? Me chamar de imunda e eu só abaixar a cabeça? – Em meu tom de voz era claro que eu deixava a decepção sair. – Você concorda com isso, Chan? Eu sou imunda pra você?

– Não é isso, _____. – Ele suspira pesado parecendo cansado. – Mas você tem que pensar no grupo, olha o que estamos passando.

– Chan, eu não sei você, mas eu não sou de levar desaforo para casa! Eu estou decepcionada que vocês não tiveram atitude para me defender daquele velho.

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