CAPÍTULO 4

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LÍVIA

  São 3h da manhã de uma sexta-feira, já estou a uma semana aqui nessa casa, com essas pessoas que eu não conheço, com uma menina que deposita uma confiança extraordinária em mim, meu corpo tá suando frio, eu estou me sentindo uma merda, tenho dormido mais que o normal, mas quando não estou dormindo, me sinto jogada, me sinto mal, começo me tremer, e percebo que em meio aos meus pensamentos perturbados sinto que estou prendendo meu ar.

Tento regular a respiração, me sinto presa e perdida, agoniada, angústia me consome, meu corpo está sentindo falta daquela sensação, a droga tirava toda essa merda que me enfiei da cabeça, mas também era a causa de eu está na merda.

Ouço o barulho de alguém bater na porta, logo uma voz doce.

Camile: Lívia? Lívia.- chama, e logo abre.- está tudo bem? -Me encara jogada no chão.- você estava gritando, se aproxima eu recuo.

Ela e encara com pena, mas não diz nenhuma palavra.

Camile: eu só quero te ajudar, posso me aproximar?- eu nego prontamente.- quer que eu chame um médico?- nego mais uma vez.

Lívia: não chega perto.- grito.- me deixa, não chega perto.- ela se assusta e da um passo para trás.

Camile: eu só quero ajudar.- diz calma.

Lívia: eu não te pedi ajuda, eu não queria ajuda de ninguém.- me altero outra vez.

Perigo: o que tá rolando aí?- entra no quarto acompanhado do outro irmão.

Camile: ela só está alterada, está tudo bem.- tenta explicar ao irmão.

Carlão: mandei deixa essa porra onde ela tava.- diz se virando.

Lívia: ele tem razão, eu sou uma fudida, deveriam me deixar onde eu estava.- digo com raiva. A cocaína me levou a ruína e a falta dela,me faz virar um ser horrendo.

Camile: eu posso te ajudar? Vamos tomar um banho, comer algo?- tento respirar mais está difícil, tudo está confuso.- eu vou me aproximar ta bom?- assinto.

Ela me ajuda a levantar e me leva até o banheiro, liga a água morna e me dá banho com o sabonete líquido, lava meus cabelos e não diz nada, apenas me ajuda.

Logo me enrola em uma toalha, sai do banheiro comigo e na cama tem uma bandeja com um sanduíche, um copo de suco, pela cor acredito que seja maracujá, também tinha um bombom.

Ele pega um pijama e me ajuda a vestir, me sinto mal por tudo isso, o vício é uma merda.

Camile: bom agora come enquanto eu seco seus cabelos.- eu assinto, o dia já clareou, ouço o saquinho na porta e Camile manda entrar.

Perigo: estamos indo, qualquer coisa liga.- ela assente e eles saem.

Camile: vou marcar uma psicóloga para você, tudo bem?- assinto.- descansa um pouco, mais tarde vamos comprar umas roupas.

Ela sai do quarto e eu me deito, logo meus olhos pesam e eu durmo.

CAMILE

   Eu sabia que não seria fácil para a Liv, sei que ela tá tendo abstinência da droga, e que tudo isso é por causa da falta da cocaína, mas sei que ela pode ficar bem e largar esse vício horrível, não sei muita coisa sobre ela, ela ainda está bem retida, e sei que está tentando,mas vou esperar o tempo dela, não quero precionar ela e nem vou deixar que os meninos faça.

A Lívia parece uma menina boa, e eu vi isso nela assim que entrei na sala do hospital, ela me parece amedrontada, uma menina nova que só precisa de carinho e amor e sei que isso pode ajuda-la.

 SALVAÇÃO Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt