22.

297 36 52
                                    

Honestamente, Harry não sabia que ele teria um chá de bebê. Ele tinha abandonado toda a esperança a respeito disso.

Então, sim, sua primeira reação é ter seu coração bombeando com calor, forte contra seu peito. Porque não havia como ter todos os seus amigos presentes jogando brilhos e Louis segurando um grande bolo com um sorriso ainda maior não fosse um chá de bebê, certo?

O brilho de várias cores cai sobre a sua pele e sorri. Por um segundo, pensa em como será difícil tirá-lo do couro cabeludo, especialmente agora que seus cachos estão pendurados debaixo de suas orelhas novamente. E pensa em quanto tempo terão de investir em aspirar toda a área porque definitivamente não podem arriscar que uma área da casa não seja hipoalergénica. — você é toda uma mamãe coruja, amor. A voz de Lou ressoa em sua cabeça e talvez ele sorria um pouco mais com isso. — Mas ele também está feliz porque sabe que aquele brilho vai aderir à sua pele lisa, fazendo-o brilhar se um raio de luz decidir bater nele e isso o faz se sentir bonito.

Bonito e lindo, porque agora pesa dezesseis quilos a mais e sua pele dói de tanto alongamento. Ele tem os pés inchados e mal pode se mover.

Então, sim, ele sorri desfrutando daquele pequeno momento onde ele é a estrela, adorando como sua própria emoção desperta suas filhas, fazendo com que elas se mexam em um ténue ballet em busca do porque tanto movimento.

Porque ele ama o olhar que Louis lhe dirige, e então sua blusa de holanes verde, que se apega à sua — já não tão marcada cintura denotando de forma óbvia, quase colada à sua pele, a forma tão grande e redonda de sua barriga, deixando de sua barriga livre porque sua calça ficou na cintura marcando apenas um pouco os ossos de seu quadril, faz com que ele se sinta como a criatura mais digna de atenção que existe.

Porque seus broches de cabelo combinam com a blusa e suas unhas, deixando todo o seu rosto descoberto para admirar Louis sem e as pequenas rugas que se formam ao sorrir, sem nada incomodando no meio. E o seu colar consegue perder-se entre o decote pronunciado que deixa as suas andorinhas livres.

Então, sim, pense novamente. Ele se sente bonito, amado, feliz e muito grávido nessa fração de segundo. E é permitido desfrutá-lo.

Porque com a pandemia sem aparente melhoria já se tinha resignado completamente ao não ter um. Eles não precisavam das coisas, mas mesmo que fosse parte de um desejo infantil, parecia todo o pacote da experiência.

Ter os jogos, os mimos, e um monte de risos entre entes queridos onde, o único tema de relevância, seriam aqueles novos membros da família e do como elas seriam tão amadas.

Ninguém pode culpá-lo por se perder na emoção do momento, no azul de sua vida, no pai de suas filhas e suas pequenas ações. Esquecendo-se no processo de que seus amigos, seus amigos que ele não vê há meses e que não descobriram nada daquele pequeno - já não tão pequeno - segredo dele, estavam presentes.

Detalhes.

Ele acaba de descer com pesar as escadas, um a um a cada centímetro restante. E beija o comisso dos lábios de Louis.

— Você...

— Surpresa boa ou surpresa ruim?

— Deus. Eu te amo tanto — sussurra só para eles. Louis arranjando-se para manter o bolo numa mão. E com a outra propiciar uma carícia às suas filhas, onde sabe que é o ponto favorito da bebê um para chutar. Ganhando com isso uma pequena careta entre os lábios de Harry.

Seus amigos, por outro lado. Eles permanecem estáticos. Mandíbulas abertas e olhares confusos.

— Rapazes! — Harry sorri. Dá-lhes um daqueles sorrisos que só podem guardar anos de cumplicidade. E ele segura sua própria barriga em busca de aliviar um pouco o peso que exerce. — Zayn! Oh Deus, estão todos aqui. Como todos vocês. Isso é real? Há uma vida inteira que eu não conseguia vê-los e... — ele para de falar. Um par de lágrimas ameaçam sair. Honestamente?

eccentric | l.s | m.preg (pt-br)Where stories live. Discover now