[𝟎𝟎𝟏]

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[𝟎𝟎𝟏]

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[𝟎𝟎𝟏]. As rosas;

Skyler
Dias atuais, Meridian...

RESPIRO FUNDO, tentando alinhar minha mente na coordenação de giro necessária para esse passo. Ergo minha mão livre, guiando-a para frente, ao lado e a cruzando sobre meu tronco, fazendo meu pé acompanhá-la em uma linha imaginária logo em seguida. Devant. Relevè. Retirè devant.

A ordem era demasiadamente simples, mas o olhar rígido e inconformado da mulher ao meu lado indicava que eu estava fazendo tudo errado.

— Sustenta essa perna. — Ordena Madame Ekaterina. — Este A la second está ridículo! Mais amplitude!

Faço o que ela ordena, ignorando completamente a ardência que surgiu entre as fibras musculares da coxa estendida ao ar. Foco meu olhar duro à frente, dando de cara com a minha própria figura no imenso espelho que cobria todas as paredes daquele enorme estúdio.

Inclinando meu braço a frente do tronco, tento criar equilíbrio o suficiente para não precisar pegar na barra ao lado, mas graças à sobrecarga gerada pela amplitude, meu corpo inclinou levemente para trás, ocasionando em um pequeno deslize em minha sapatilha de ponta.

Apesar de ter reparado e consertado meu erro quase que imediatamente, o olhar carrasco de minha professora deixava claro que ela não deixaria aquilo passar. Pisco, tentando espantar o frio que subiu por toda a minha espinha.

— Está com dificuldades, Skyler? — Indagou retoricamente, irônica. — Está dificil para você manter a porra do seu corpo sustentado?

Mantenho meu olhar fixo em minha própria imagem, ainda permanecendo na mesma posição A la second, apesar do desconforto de tê-la me encarando como se fosse arrancar meus olhos a qualquer momento.

— A força da sua perna não é o suficiente para firmar o peso de seu corpo? — Ela nem tentava esconder o seu veneno, e eu me obriguei a ficar imóvel, embora soubesse o que viria a seguir. — Então perca ele.

Mordo minha língua com força, ignorando completamente o gosto metálico que dominou meu paladar, pois eu sabia que seria muito pior caso eu demonstrasse alguma emoção diante de suas palavras duras as quais eu nunca me acostumava.

Sinto seus dedos finos rodearem meu braço a frente de meu tronco com brutalidade quando ela se aproximou rapidamente e agilmente o estica, retirando-o de seu local de origem e o colocando na região lateral de meu corpo. Seu toque é áspero, mas me mantive retesa ao máximo que consegui.

— Port de Brás!

Atendo seu pedido e movimento meu braço com extrema delicadeza, ignorando completamente a música melodiosa que ecoava no salão, e foco apenas em ser perfeita, e claro, no temor que sentia em estressá-la ainda mais.

De repente, é como se tivesse concreto em meu pé, prendendo-me firmemente naquela posição dolorosa. Eu não podia desequilibrar. Eu precisava ser melhor.

𝐅𝐀𝐋𝐋𝐈𝐍𝐆, Kai MoriWhere stories live. Discover now