Capítulo 01

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– Ryeon...
  
Esse desejo de não me calar era mais forte que eu. Eu abri mão da minha reencarnação por auto punição, mas agora estava mais do que disposta a lutar pelo Park Joong-gil novamente e mesmo que daqui, recomeçar.
      
– Senhora Imperatriz...
    
Ela como sempre, cuidando de suas plantas em Jumadeung.
     
– Vejo que os dois já conseguem ficar no mesmo ambiente sem querer se matar.
    
Ela tocou meu pulso e o ergueu levemente, me forçando a ver e lembrar que a linha do destino estava rompida entre nós dois.
     
– Sim, mesmo aqui, podemos deixar o passado em seu lugar e sermos bons amigos de trabalho.
     
Me cortava o coração ver... Ou melhor, não ver o que faltava aquela linha.
     
– Pelos próximos seis meses ele irá ficar trancado naquela sala, ajoelhado e amarrado. Será doloroso para ele, mas a partir de hoje, aquela sala estará bloqueada por mim e a única pessoa que terá acesso para entrar e sair sou eu.
     
  Não iria de nada adiantar discutir com ela nesse momento. A imperatriz não está nessa cargo atoa, seria uma guerra perdida.
       
– E a senhora me chamou aqui só para me informar isso?
      
– Não! Logo irá chegar um caso para vocês dois, não será um caso fácil.  Então tenha cuidado aonde pisa, pois é um verdadeiro campo minado.
       
Peguei o celular em meu bolso, mas não constava nada no aplicativo, nem mesmo notificação de atualização.
      
– Esse caso não entrou no sistema. Eu quero total sigilo...
      
– É alguém que a senhora conhece?
    
Sem falar mais nada, apenas me analisou por completo, deixou seu regador ao lado de uma das plantas e começou a andar em direção à sua mesa.
      
– Lembre-se, a dor pode deixar as pessoas cegas e burras... E infelizmente a dor leva ao desespero e o desespero a atos impensados. E isso pode acontecer com qualquer um.
      
– Até mesmo a senhora?
     
A imperatriz me olhou pelo canto do olho e deu um leve sorriso sarcástico.
      
– Eu também já fui humana antes de chegar até aqui. Ninguém pode dizer que eu não entendo todos que estão na terra. – Ergueu a mão e sentou-se. – Agora vá, eu tenho muito o que fazer.
     
  Respirei fundo.
     
– Quem é a pessoa?
     
– O relatório chegará até você em breve. Prepare-se.
     
– Sim senhora.
    
Me retirei da sala para ir em direção a minha, mas com uma vontade quase insana de voltar para perto do Joong-gil. Minha mente começou a vagar para o passado, para o dia do nosso casamento... A alegria que estavam todos, a cidade dançava, bebia, ria... E eu só aguardava ansiosa o momento em que poderia ficar a sós com meu marido.
      
A porta do elevador se abriu, me fazendo voltar a realidade.
     
– Senhora... Está tudo bem?
    
Lim Ryung-gu me observava curioso.
    
– Temos um caso, passado diretamente pela própria Imperatriz.
   
– Mas, não recebi nada pelo sistema.
   
– E nem vai.
  
Segurei em seu braço e o fiz entrar novamente no elevador.
   
– Vamos tomar um café e conversar.
   
Ryung-gu suspirou.
   
– Como está o senhor Park?
   
– Não sei, não o vi ainda.
   
A porta do elevador se fechou e descemos até o estacionamento.
  
– E a senhora, como está com tudo isso?
  
– Bem. O que aconteceu entre o senhor Park e eu ficou no passado, eu abri mão de tudo, incluindo dele, quando me matei. Não há por que revirar isso...
   
Meu antigo assistente me observava.
 
  – O que é? Esteve conversando com Freud novamente? Ele já te deu o diploma de psicanalista?
    
Lim Ryung-gu sorriu e cruzou os braços.
   
– A senhora está certa.
   
A porta do elevador abriu novamente e tomei a chave da mão do Lim.
  
– Eu dirijo.
  
– Sim senhora... – Suspirou. – Estou sentindo falta daquele idiota.
  
O olhei por completo sem dizer uma palavra.
 
  – São apenas 50 anos... Nem é tanto tempo assim, gerente Lim.
   
Todo orgulhoso arrumou a gravata.
  
– Isso mesmo, gerente Lim.
   
Entramos no carro para ir até a lanchonete. Nesse meio tempo recebi uma mensagem da Imperatriz.
   
– Nosso caso chegou....

Motivos para o Amanhã ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora