A história acompanha Laura, uma menina generosa e carismática, que cresce ouvindo rumores sobre uma rainha de um reino distante. A rainha é conhecida por usar um vestido de peles de lobo e beber vinho vermelho, o que desperta a curiosidade de Laura...
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- Estamos quase lá, rapazes. - disse Andreas.
Andreas estava cansado e sujo, da mesma maneira que os demais do seu grupo. Seu rosto e mãos, antes marrom, agora estavam com manchas secas de lama e sangue. Não era possível dizer se o odor terrível vinha de seu corpo ou de sua roupa.
- Sinceramente, pai, não consigo entender como o senhor consegue manter o ânimo - Alex comentou rindo enquanto arrumava a alça da aljava no ombro após correr para chegar onde seu pai estava.
- Poderei guardar esta espada, tomar um bom banho e comer uma boa comida quando voltarmos para casa. Mas o que me anima mesmo, é saber que logo verei a sua mãe e a sua irmã - respondeu.
- Já eu poderei ver as belas dançarinas do bar do Caleb - se intrometeu Caio, o rapaz de cabelos loiros e trancados e olhos azuis com um sorriso ladino.
- Coisas passageiras e arriscadas trazem uma adrenalina deleitosa, mas nada se compara a beleza da vida quando acompanhado de uma mulher sábia - disse Gregório calmamente enquanto descascava sua última maçã.
- Vô, eu sou jovem! Tenho muito do que aproveitar.
- Você é jovem agora, Caio. E a juventude passa. - suspirou com a teimosia do neto - A vida também passa.
Aquela tarde nublada pareceu se tornar mais sombria após a fala de Gregório. Aqueles homens sujos e fedidos haviam visto muitas coisas. Aquelas imagens voltavam frequentemente à mente dos mais jovens que lutavam para afastá-las enquanto voltavam para casa.
- O que acham de pararmos um pouco? - Perguntou Andreas a Gregório - enquanto isso, alguns de nós podem procurar algo para nos alimentarmos.
- Eu concordo - disse Caio erguendo a mão -, estou morrendo de fome.
- Você sempre está, Caio. - disse Alex se aproximando do amigo e dando-lhe um tapa no ombro - Era isso o que eu iria lhe dizer, pai: os homens lá atrás precisam descansar.
- Pode me dizer quantos estão no seu grupo, Caio? - perguntou Andreas a um dos soldados que se aproximavam.
- Cinquenta homens. Dez deles são anciãos voluntários.
- Certo, então vamos parar um pouco. Caio, junte o grupo de caça e saiam do campo aberto para a floresta ao nosso lado. Acredito que é a nossa melhor chance de conseguirmos algo para comer e água.
- Certo, senhor! - Saiu reunindo os demais.
- Vamos, Alex - chamou Caio.
Alex era muito parecido com seu pai, não simplesmente pelos olhos castanhos escuros ou pelo cabelo crespo, mas ambos tinham a honestidade e fidelidade como seus traços mais marcantes.
