CAPÍTULO - 08

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LETÍCIA

Minas Gerais

Cheguei em Minas Gerais, eram 5h da manhã. Meu irmão estava me esperando no aeroporto, em Belo Horizonte. Daqui para Ouro Preto são duas horas de viagem.

O pobre madrugou para estar aqui.

- Maninho - falo correndo para abraçá-lo.

- Que saudades que eu tava de você, seu chato. - falo pra ele.

- E eu de você, sua chata. - ele responde devolvendo o elogio.

- Pensei que tinha esquecido da gente - ele fala.

- Jamais. É que nesses últimos meses foi uma correria terrível. - falo enquanto a gente vai saindo.

- O pai e a mãe estão morrendo de ansiedade. - Léo fala.

- Já tavam aqui me mandando mensagem. - respondo vendo as mensagem no celular.

Chegamos até o carro dele, coloquei minha mala no banco de trás, e sentei no banco da frente.

O Sol estava nascendo, eu resolvi filmar um trechinho para fazer um vídeo para o canal.

A paisagem é belíssima. São várias árvores, fazendas, animais, durante o trajeto. Tem um cheiro maravilhoso de mato que eu sinto saudade. E tem aquela brisa, que quando bate no rosto da gente traz a sensação de paz.

Chegamos na fazenda era 7h30.

Fui gravando alguns momentos.

Meus pais quando ouviram o barulho do carro saíram para a varanda.
Descemos do carro, fui correndo e dei um abraço nos dois ao mesmo tempo.

- Que saudades de vocês dois. - digo em meio ao nosso abraço.

- E nós de você, filhota. - meu pai diz.

- Vamos entrar. - minha mãe diz.

Minha mãe tinha preparado um banquete de café da manhã, com pão de queijo, bolo de milho e de macaxeira.

- Tava com tantas saudades desse café da manhã. - falo, colocando um pouco de cada no prato.

- Filhota, quantos dias você vai ficar? - minha mãe pergunta.

- Só vou embora na segunda. - respondo.

- Hoje vamos fazer um luau. Já chamei a vizinhança. - meu pai diz.

- Que bom, pai. Eu já ia perguntar se íamos ter luau. - falo.

- Maninha, que dia assistiu um jogo do Tricolor no Morumbi? - Léo pergunta.

Nessa hora eu lembro do Jonathan, e sinto saudades dele. Mas não falei que estava próxima dele. Meus pais não sabem que eu e ele nos tornamos amigos.

- Assistir o último jogo que o Tricolor jogou. - respondo.

- Teve um jogo recente que o Calleri não tava bem. Errou bastante no início, até ser substituído. - meu irmão diz e eu me lembro de que naquele dia provavelmente ele deve ter passado mal.

- Foi. Às vezes a gente não tá bem, né?! - falo defendendo o Jonathan.

- Achei ele péssimo naquele dia, nunca o vi jogar tão mal. - Léo fala.

- Ele é um ótimo jogador. Tem raça, defende o clube. Só devia tá mal naquele dia. - falo.

- Ele é muito lindo, isso sim. - minha mãe fala rindo.

- Olha só, pai, o que a mãe tá dizendo aqui. - falo rindo também.

- Até seu pai acha. - minha mãe fala.

- Ele é muito lindo sim. - eu penso.

- Quando eu for ao Morumbi, quero tentar tirar uma foto com aquele lindo. - minha mãe diz.

- Mãe! - falo rindo.

- Pede a sua amiga Larissa para ajeitar as coisas, para eu conseguir minha foto. - ela fala sem dá ouvidos para mim.

Se minha mãe soubesse que esse lindo já dormiu no apartamento da filha dela, ai ai...

Fui olhando as novidades da casa. Meus pais tem um cantinho dedicado ao São Paulo. Quando cheguei perto, reparei um quadro novo. Era uma foto do Jonathan.

Com certeza isso é obra da minha mãe. Quem mais colocaria a foto dele na parede?!
Eu tirei uma foto da parede. Quem sabe eu mostre ao Jonathan quando voltar...

Ajudei minha mãe no almoço. E fui aproveitando para gravar conteúdo.

Fiz uma foto da janela da cozinha e postei com a legenda: "Melhor lugar do mundo".

Algumas pessoas curtiram, responderam, até o Jonathan curtiu.

Mensagem no WhatsApp

CALLERI
Oi, Letícia. Já tá em Minas, né?!

LETÍCIA
Oi, Jonathan. Sim, cheguei hoje cedo.

Ele não me mandou mais mensagem. E eu também não disse mais nada.

Segui gravando alguns momentos do meu dia na fazenda.

Almoçamos todos juntos e foi maravilhoso. Rimos com as palhaçadas do meu pai, e com as
implicâncias dele com minha mãe.

À tarde, começamos a preparar tudo para o luau. Estava ficando lindo. Meu pai tirou madeira para fazermos a fogueira, separou as carnes e temperou. Minha mãe fez os acompanhamentos.

À noite já estava tudo pronto e os vizinhos começaram a chegar. Gisele, uma amiga de infância também estava por perto e apareceu. Fiquei tão feliz em vê-la.

Todos nós estávamos animados. Meu pai cantou cada música linda e volta e meia eu pensava no Jonathan. Não conseguia entender porquê ele estava nos meus pensamentos, tinha sido só
uns beijos. Eu já beijei outros caras antes e não fiquei pensando neles depois.

Quando meu pai tocou "Amor I love you" dos Tribalistas, eu lembrei do dia que assistimos o jogo juntos. Não tinha nada a ver uma coisa com a outra, mas ele estava nos meus pensamentos.

Tirando esses pensamentos, o luau foi incrível. Gisele me convidou para fazer um piquenique no outro dia e andar a cavalo e eu falei que ia sim.

Quase 3h da manhã, eu já tinha tomado banho e estava me preparando para dormir quando
vejo uma chamada de vídeo do Jonathan. Atendi, porque fiquei preocupada.

- Oi, Letícia. Te acordei né? - ele fala.

- Oi, Jonathan. Na verdade eu ia dormir agora. - respondo.

- Ah, então vai dormir. Eu não devia ter ligado. - ele fala e eu vejo tristeza na sua voz.

- Ei, tá tudo certo. Aconteceu alguma coisa? - eu falo.

- Tô me sentindo sozinho. Queria tanto que você estivesse aqui comigo. - ele fala.

- Eu estarei sempre com você, independente da distância. - falo tentando ser amigável.

- Falta muito pra você voltar? - ele me pergunta.

- Na segunda eu pego o avião às 6h da manhã. Devo chegar aí às 7h. - respondo.

- Que bom. Vou contar as horas. - ele fala.

- Vai jogar domingo? - pergunto mudando de assunto.

- Vou! Jogo difícil. - ele fala.

- Você vai arrasar. E eu estarei aqui torcendo por você. - falo.

- Obrigada, Letícia. - ele responde.

Nós ficamos conversando até tarde, e ele disse que estava melhor e que ia tentar dormir. Nos despedimos e eu fui dormir também.

AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Where stories live. Discover now