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Madripor - Islândia 📍
2024
Cidade Alta

Barnes, Sam e eu já estavamos na super cobertura da Sharon, estranhamos ao ver o luxo do lugar até ela explicar sobre traficar quadros e coisas assim

Parece que se entregou de vez pra loucura da vida do crime. Essa parte eu não julgava, faria igual.

- Vocês tem que se trocar, vou receber clientes em uma hora. - A loira avisa, passando por nós quatro pra acender mais algumas luzes do local

Eu já tinha corrido pro banheiro pra respirar longe dos outros, sentia meu corpo inteiro tremer

Eu tinha tomado um tiro de raspão no braço e só agora eu havia percebido. Talvez tenha sido a adrenalina.

Me sentei sobre a tampa vaso e encarei a roupa que Sharon havia me emprestado. Calça preta, blusa no mesmo tom e um scarpin. Eu odiava salto fino, mas não iria reclamar agora.

- Stark? - Escuto alguém bater na porta e me levanta, soltando um gemido sofrego até abrir e dar de cara com Zemo - Posso falar com você?

- O que foi agora? - Eu digo, indiferente e volta a me sentar, resmungando de dor - Se for pra encher mais meu saco, por favor, não fale. Minha cota já tá cheia por hoje.

- Não. - Ele é rápido em responder e entra no grande banheiro, fechando a porta atrás de si - Eu gostaria de pedir desculpas a você.

Acabo franzindo os olhos em confusão, ele não parecia o mesmo Zemo que eu vi há uma hora atrás. Seu tom de voz era calmo e receioso. Eu achei estranho.

- Me pedir desculpas? Porque?

- Eu sei que todo aquele teatro pode ter sido doloroso pra você, senhorita Stark. Eu não gosto de Barnes, tenho meus motivos. Mas não tenho nada contra você. - Ele suspira e arruma a postura, ainda a encarando - Sinto muito pelo constrangimento.

Eu o encaro de volta, buscando algum resquício de mentira, mas não encontro

- Foi necessário, Zemo. - Digo - Nunca fui uma boa pessoa, eu matava pra sobreviver e porque era comandada a fazer isso. É como se eu estivesse revivendo tudo aquilo mais uma vez. É só que... Eu estou cansada.

Ele me observa, analisa meus movimentos e balança a cabeça em concordância, se compadecendo com a situação

No fundo eu sabia que Zemo não era uma má pessoa, ele perdeu toda a sua família enquanto os vingadores estavam arrasando no céu. Eu amava cada um deles, mas também reconhecia quando estavam errados.

E eles erraram, tentando fazer o certo. Mas erraram. Principalmente seu pai quando criou Ultron.

- Eu entendo. Peço desculpas mais uma vez. - Ele responde com a cabeça baixa, mas levanta e observa o ferimento no meu braço - Precisa de ajuda com isso?

- Não. Tudo bem. Eu consigo resolver.

- Tudo bem. Eu aguardo lá fora.

Responde e com um sorriso ladineo, ele sai do banheiro fechando a porta atrás de si

Eu fiquei meio abismada por alguns segundos com a atitude do barão, mas recobrei a consciência e decidi entrar debaixo do chuveiro pra tirar todo aquele sangue agarrado no meu corpo

Era estranho, eu esfrego o corpo com força querendo tirar aquela coisa vermelha de mim, mas quando mais lavava mais me sentia suja. E era doloroso.

Sabia que uma parte de mim nunca deixaria de ser um arma.

[...]

Já do lado de fora, me senta em uma cadeira mais no fundo da sala. Estava de lingerie e tinha um roupão sobre o corpo, ainda ia fazer um curativo no braço

"It's our secret."Onde histórias criam vida. Descubra agora