Opiniões

154 26 25
                                    

Hope deitou no chão da academia vazia, suada e ofegante, havia acabado de terminar um dos exercícios, seus braços e pernas doíam. Ela reuniu forças para sentar e suspirou profundamente, tentando recuperar o fôlego. Precisava ir para casa, tomar banho e ir corromper sua noviça favorita. Bom, era a única noviça que Hope conhecia, por isso era a favorita. Riu com o pensamento. Não achava errado o que estava fazendo, apenas estava mostrando a Josie uma parte real do mundo.

Josie.

Vez ou outra sua mente voltava para ela, desde que a conheceu. Hope culpava a euforia de estar fazendo uma coisa nova, após anos vivendo sem nada diferente em sua rotina.

Hope caminhou para fora da academia em direção ao estacionamento, olhando para seu carro, enquanto aproximava-se do mesmo.

- Achei que o lugar das putas era no puteiro. - Hope suspirou vagarosamente, sentindo seu coração acelerar. O muay thai estava em dia, mas a terapia não.

Ela virou em direção ao homem, era alto e magricela, ele sorria convencido e a olhava de uma forma nojenta.

Hope permaneceu calada e decidiu ignorar, virou-se novamente para destravar o carro e ir embora, porém, sentiu o corpo do homem atrás de si, a prendendo. Aquilo despertou memórias aterrorizantes. Hope virou seu corpo de uma só vez, socando a mandíbula do homem, que afastou-se cambaleando para trás, ela não perdeu tempo, entrou rapidamente dentro de seu carro e saiu dali.

Suspirou diversas vezes, enquanto dirigia, tentando esquecer o que havia acontecido.

Sem planejamento, acabou concentrando-se em Josie. A noviça. Iria vê-la hoje. Seguiu rumo a sua casa, tomou um banho relaxante e voltou a entrar no carro, dirigindo até a casa noturna. A rua estava calma, dando margem para que ela chegasse alguns minutos mais cedo do que pretendia.

Ao chegar, encontrou Josie sentada em uma das mesas, sozinha, sorriu ao notar que Lizzie já colocava em prática o plano, estava conversando com o padre, o distraindo. A mulher mais velha sentou-se em frente a Josie, percebendo seu rosto se iluminar.

- Olá, amor. - Josie arregalou os olhos e baixou o olhar rapidamente, Hope sorriu, percebendo que Josie estava corada.

- Hum... Eu trouxe a Bíblia. - Ergueu o livro e quase não consegue fazer isso com uma mão só, era um livro grosso e a garota parecia ser tão magrinha. Hope rapidamente colocou uma de suas mãos por cima da dela para ajudá-la a colocar o enorme livro de volta na mesa. Josie sentiu um arrepio percorrer seu corpo, assim como Hope, que culpou a atração.

- Acho que precisa fazer musculação. - Hope brincou.

- Bom... Não--

- Não podem, já sei. Isso é uma merda. - Josie a repreendeu com o olhar. - Uma coisa chata. - Corrigiu-se, sorrindo para ela. - Melhor? - Hope questionou. Josie mordeu o lábio inferior, seu coração acelerado. Estava em pânico com a forma como seu corpo reagia aquela mulher de olhos azuis. - Bom, eu posso. Faço academia todos os dias. Corro e prático muay thai também. - Josie ficou surpresa.

- Parece legal. Nunca ouvi falar disso que você pratica. É um esporte? - Hope assentiu.

- Também, está mais para uma luta. Faço para me defender e também porque gosto. - Josie sorriu. Hope parecia um pouco empolgada.

- Bom... A única coisa que faço é rezar, ajudar o padre Luiz e a Madre Cassandra com as missas. - Então uma dúvida surgiu na cabeça de Hope.

- O convento faz caridade, você não participa? - Perguntou.

- Ah, não. Eu bem que gostaria, mas o Padre diz que não é bom sair para o mundo. Ele deixou que eu viesse aqui depois de muita insistência. Mas ele disse que se eu conseguir converter alguém, vai ter mais confiança em me deixar sair para rua. Ele diz que é perigoso, muitos homens maus e bem... Aqui só tem mulheres. - Hope assentiu.

Desvirtude - Hosie Onde histórias criam vida. Descubra agora