Javon Walton
Após correr pelo acampamento, vislumbro Victoria Sinclair. Seu nariz sangra pelos dois lados, enquanto ela observa seu braço, marcado de alguma forma. Sua expressão denota dor ao tocar a área afetada.
— Hey! Sinclair! — Chamo, mas ela me ignora ou não escuta, indo em direção a uma sala. Antes de entrar, lança um olhar ao redor, como se escondesse algo.
Movido pela curiosidade, decido segui-la. Ao entrar na sala, a porta faz barulho, chamando a atenção de Sinclair, que me encara.
— O que você está fazendo aqui? — Pergunta ela, enquanto uma senhora de cabelos grisalhos começa a cuidar do nariz de Victoria Sinclair. Busco uma desculpa ao olhar para o lado e avistar um kit de primeiros socorros.
— Estou com dor de cabeça e queria um remédio — Invento, e a senhora, cujo nome desconheço, se aproxima da mesa, abre um remédio e me oferece com uma garrafa de água.
Fingo beber o remédio, segurando o comprimido entre meus dedos e simulando que o engulo. Agradeço e deixo o local.
Ao olhar para os lados e retomar minha caminhada, percebo que desde o incidente com o mascarado, não consigo deixar de pensar nisso. A ideia de meus irmãos estarem em perigo me impede de dormir tranquilamente.
— Ei, hoje à noite vai ter uma pequena festa na casa da Sheila Watson. — Mason se aproxima, colocando a mão no meu ombro e me assustando enquanto continuo treinando.
— Será que aquela menina sabe que tem gente que morreu? — Comento enquanto faço flexões em voz alta. Mason continua:
— Não deve. Mas cara, ela tá tão na sua — Ele fala, e eu reviro os olhos. Todo ano, Sheila tenta me beijar, aconteça o que acontecer, ela sempre tenta. — Quer água? Porque você já deve estar seco de tanto a Sheila te secar — Acrescenta, e olho na direção que aponta; Sheila me encara com um sorriso no rosto, mas quebro o contato visual.
— Eu odeio ela! — Digo, levantando-me enquanto pego a garrafa de água que Thames segura, pronto para fazer a piada habitual sobre Sheila.
Após um tempo, avisto Victoria Sinclair e Lana Smith conversando enquanto caminham. Victoria ri de algo que Lana fala. Lana Smith, filha do dono do grande fliperama no centro da cidade, parecia ser uma companhia agradável.
— Agora eu sei por que você não dá atenção para Sheila. A Vic é bem bonita mesmo, mas prefiro a Lana — Mason comenta, olhando para mim com um sorriso malicioso.
— Eu não gosto da Victoria! A gente nem se falou direito! — Respondo, e ele me encara ainda com o maldito sorriso malicioso e maligno.
Mason começa a rir, e eu não entendo até que ele fala: — Você acabou de assumir que gosta dela! — Diz alto, continuando a rir. Sinceramente, não é bem assim; Victoria apenas é uma menina interessante.
Continuando minha rotina no acampamento, passo por diversos locais. A tensão do recente evento permanece no ar, e as dúvidas sobre o que realmente aconteceu persistem. A busca por respostas torna-se um fardo em meio à suposta normalidade do ambiente. G
Enquanto treino e interajo com outros acampantes, uma sombra paira sobre a diversão planejada para a noite. A festa na casa de Sheila Watson parece uma fuga temporária, mas a inquietude persiste. A presença de Lana Smith ao lado de Victoria Sinclair adiciona uma camada de complexidade às relações.
O entardecer cede lugar à noite, e a pequena festa ganha vida na casa de Sheila. Risos e música preenchem o ar, mas minha mente está longe dali. A presença de Victoria e Lana na festa adiciona uma nova dinâmica ao ambiente, enquanto os rostos dos que se foram ainda assombram meus pensamentos.
Mason, sempre o animador, tenta me convencer a participar da festa. No entanto, a atmosfera pesada que paira sobre o acampamento impede-me de mergulhar completamente na diversão. Sheila, mesmo com seus avanços habituais, não consegue dissipar o peso da tragédia recente.
A noite avança, e o murmúrio das conversas e risadas mistura-se ao som da música. Victoria e Lana parecem encontrar um
A
pós o grito e a chegada da polícia, a tensão cresce enquanto somos cercados por agentes que começam a questionar a todos. Perguntas são lançadas de maneira incisiva, alimentando ainda mais o medo que se instaurou na festa. A busca por respostas torna-se intensa, cada um de nós sendo submetido a um interrogatório minucioso.
Sentados no chão do local interditado, Jayla, Jaden, Lana, Nick, Vic e Sheila compartilham olhares apreensivos enquanto a polícia realiza sua investigação. O medo, agora mais palpável do que nunca, envolve-nos como uma névoa densa, obscurecendo qualquer resquício de diversão que a festa pudesse ter proporcionado.
Retornar ao acampamento torna-se uma jornada silenciosa, permeada por pensamentos tumultuados e suspeitas entre os presentes. As conversas murmuradas refletem a perplexidade diante do ocorrido, enquanto as mentes trabalham para assimilar a gravidade da situação. O que era para ser uma noite alegre transformou-se em um cenário de dúvidas e apreensões.
Ao chegarmos ao acampamento, a inspetora assume o papel de mediadora, buscando compreender os detalhes do incidente. Em meio a essa atmosfera carregada, tentamos amenizar a tensão com brincadeiras, mas a farsa não consegue encobrir completamente a inquietação que se manifesta em nossos semblantes.
A noite se estende, e a tentativa de dormir é frustrada pela persistência dos eventos recentes em nossas mentes. Os beliches que antes representavam conforto agora parecem mais distantes, e a sensação de vulnerabilidade cresce. O acampamento, que deveria ser um refúgio, transformou-se em palco de insegurança.
Entre olhares trocados e conversas sussurradas, a incerteza domina nossas interações. O que testemunhamos na festa continua a assombrar nossos pensamentos, criando uma sombra que persiste na escuridão da noite. A polícia, as perguntas sem respostas e o medo iminente moldam a experiência do acampamento de uma forma que jamais poderíamos antecipar.
Enquanto tentamos descansar, a atmosfera densa persiste, impedindo-nos de escapar dos acontecimentos perturbadores. Cada ruído na noite é interpretado como um sinal de alerta, e a paz que costumava reinar no acampamento é substituída por uma sensação de inquietação constante. A polícia torna-se a presença dominante, delineando um novo capítulo na nossa estadia que desafia qualquer expectativa anterior.
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𝙳𝚎𝚊𝚍𝚕𝚢 𝙼𝚊𝚜𝚔𝚜 - 𝙹.𝚆
FanfictionEm 1978, Victoria Sinclair, uma jovem rebelde, encontra-se no intrigante acampamento Nightwing. Enquanto um misterioso assassino mascarado aterroriza o local, a confiança se desfaz. Em meio ao perigo, Victoria se apaixona por Javon Walton, entrelaça...