parte 1

465 11 0
                                    

Me chamo Tay, tenho 20 anos e me mudei há poucos meses para fazer intercâmbio.
No tédio, acabei baixando um aplicativo de conversa e lá fiz amizade com um senhor chamado George.

Ele tem 70 anos e vive sozinho.
Sua família não é nada presente, por isso ele se sente muito solitário e esse foi o motivo que o levou a baixar o aplicativo de conversa onde nós nos conhecemos.

Apesar de parecer estranho, nós conversamos por um longo período. Praticamente o dia todo.
E sempre uma conversa tranquila, ele é bem compreensivo e me respeita.

Ao contrário dos outros homens, ele nunca me pediu nudes, nem "foto de agora".
Nunca mencionou qualquer tipo de segundas intenções.

E foi por isso que eu decidi conhecê-lo pessoalmente.

Mesmo sabendo que ele aparentemente é um homem direito, eu não quis ir até sua casa. Pelo menos não agora, prefiro conhecê-lo melhor.

Marcamos em um restaurante e lá nos encontramos pela primeira vez.

Apesar de idoso, ele é um homem bastante apresentável. Alto e se veste bem.

Nos abraçamos e ficamos alguns segundos ali naquele abraço.
Ele me apertou um pouco, como se quisesse ter certeza que eu era real.

Depois se afastou um pouco e me encarou com os olhos cheios de lágrima.

— Obrigado por vir, Tay.

Ele realmente é uma pessoa solitária.

Dei um beijo no seu rosto e o abracei novamente para confortá-lo.

Em seguida fomos comer e ficamos conversando por um bom tempo.

Pessoalmente ele é ainda mais gentil e compreensivo.

Me faz lembrar meu avô.

Ao final, ele pagou a conta e deixou a gorgeta para o garçom.

Nos levantamos e fomos caminhando pela rua.

Conversamos sobre a vida enquanto caminhávamos e ele me contou mais detalhes sobre sua família.

Sem me dar conta, estávamos parados em frente a casa dele.
E eu só percebi quando ele perguntou:
— Quer entrar, Tay?

Tive que negar. Eu não poderia simplesmente entrar na casa dele.

O homem é um fofo e parece bem inofensivo, mas tudo tem limites, né?!

Ele pareceu meio triste quando eu disse que não, mas pareceu compreender mesmo assim.

Então nos despedimos com um abraço e ele me apertou novamente, como se não quisesse que eu fosse embora.

Senti sua respiração pesada.

— Obrigada pela conversa, George.

— Eu que agradeço. Espero que não me abandone, Tay. Você está sendo a única pessoa que me dá atenção.

Dito isso, ele pega a carteira e abre. E vai tirando dinheiro.

Eu recuo e ele me estente as notas.

— George. Eu não quero.

— É pra você voltar pra casa, Tay. Receba, por favor.

— Não precisa, é sério.

Então ele coloca o dinheiro dentro da minha bolsa.

— Não entenda mal. Mas você tem que ter alguma recompensa por ter perdido seu tempo comigo.

— George, pelo amor de Deus. Eu não perdi meu tempo com você.
Foi muito legal a nossa conversa e você é muito gentil.

Então ele fala sério:

— Fique com o dinheiro ou nós não nos encontraremos mais nunca. É apenas uma micharia, Tay.

Decida a não discutir mais, eu apenas concordo com a cabeça, agradeço e vou embora.

Amor no débitoWhere stories live. Discover now