Amor cruel

Capítulo 54

     • 2002, reno nevada •

A mulher conseguiu sair da casa pelo porão, sentia a pele desgrudando do corpo,rapidamente colocou a mão no pescoço sentindo-se uma dor insuportável. Caminhou lentamente pela estrada deserta até que caiu desacordada na avenida.

- olá- ekaterina abriu os olhos tentando assimilar onde ou o que tinha acontecido. - te encontrei desmaiada na avenida completamente ferida, então coloquei você no meu carro e te trouxe para cá.- uma moça com roupas de fazendeira disse com um sorriso gentil para a morena. - quer que eu comunique alguém? -Rapidamente ekaterina arregalou os olhos lembrando que seu marido estava morto e o filho estava com a pérfida e cruel desirée.

- não!- disse apressadamente para a moça.- não existe ninguém que possa se preocupar comigo... Ah obrigada- estendeu a mão para a jovem e esperou ansiosamente pelo retorno, a moça retribuiu com um sorriso simpático.- sou ekaterina pavlova jo... Só ekaterina pavlova mesmo. - a morena disse sem graça. Lembrou que o cônjuge estava morto, então não precisava mais usar jones, apesar de ser seu próprio sobrenome aquilo lhe trazia dor e lembranças ruins. Afinal, tinha dado tudo para nikolai e mesmo assim o homem preferiu traí-la com a melhor amiga.

- prazer em conhecê-la só ekaterina, sou eleanor blue... Sim, igual a cor-a moça gargalhou alto lembrando da maravilhosa herança que os pais tinham lhe presenteado. - meus pais eram estranhos... Nunca entendi o conceito desse sobrenome, mas até que gosto.

- eram? O que aconteceu com eles?- ekaterina levantou da cama macia e sentou ajeitando o corpo dolorido.- desculpa se eu estiver sendo invasiva, não é minha intenção.

- relaxa... Minha mãe morreu alguns anos em um acidente e meu pai faleceu cinco meses de câncer.- a srta.blue disse com pesar.- fiquei com essa casa enorme sozinha, apesar de tudo... Não tenho o que reclamar. Meu pai era policial e minha mãe agricultora, eles me deixaram com uma conta razoável, pelo menos não passarei fome até terminar a faculdade de medicina.

- uau... Sinto muito e parabéns!- a morena observou a moça sentando na beirada da cama e encarando a si com os olhos azuis quase transparentes.

- quer me contar sua história? E o que fizeram com você?

Ekaterina um pouco com receio se abriu para a jovem, contou todas as agressões que sofria com o marido, falou também sobre o temperamento sinistro do filho e sobre a ex melhor amiga.
Eleanor blue ouviu a mulher com atenção, aconselhou e apoiou a decisão da morena de não querer procurar as autoridades.
E assim fora a vida da ekaterina, ela continuou morando por longos anos na casa da moça, depois se mudou para nova york e viveu no subúrbios trabalhando e construindo uma carreira boa suficiente para pelo menos não passar necessidades. Ainda tinha muito dinheiro na conta, mas não pretendia nunca usá-lo ainda mais sabendo que era dinheiro sujo da organização.
Quando estava prestes a se mudar de novo, viu no noticiário que um casal tinha sido brutalmente morto em um acidente de carro, ficou chocada quando analisou o rosto da amiga no jornal. Sabia que desirée tinha uma filha, mas não quis se envolver. Desejava ardentemente esquecer aquela família, afinal sua própria tinha sido destruída através das maldades da mulher. Permaneceu em nova york até que um dia de forma estranha e bizarra,descobriu que a francesa tinha retornado das profundezas do inferno e estava infernizando seu filho e a suposta namorada dele. No início ekaterina não se importou, afinal james tinha tentado cruelmente mata-la sem sequer comunicá-la do motivo. No fundo ekaterina ainda sentia-se profundamente magoada. Mas tentou o máximo perdoa-lo, sabia que fora tudo culpa de desirée. Aquela mulher tinha envenenado completamente seu filhinho.
A morena começou a seguir o filho para todos lugares, em Las Vegas, roseburg,perm, moscou, Veneza e até na china. Estava o tempo inteiro observando os passos de jones. Descobrirá que tinha uma netinha linda, ficou encantada pela garotinha e até tentou se aproximar, mas sabia que não era bem vinda.