• Capítulo 01

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JANEIRO DE 1992BROOKLYN / NEW YORK

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JANEIRO DE 1992
BROOKLYN / NEW YORK

PETER STEELE

Entrei na igreja com um ar de curiosidade, por algum motivo minha intuição me diz que aqui eu vou encontrar o que estou procurando.

Caminhei mais um pouco, olhando ao redor, admirando os vitrais coloridos, estátuas de santos, bancos de madeira e o altar de mármore. Alguns fiéis estavam por ali, divididos por todo o espaço fazendo suas orações.

Caminhei até uma das fileiras dos bancos e me sentei, fechando os olhos. Faz algum tempo que não venho a uma igreja, então meio que perdi o bom costume que me foi ensinado desde muito pequeno. Relaxei os ombros e tentei me concentrar na música que vinha do coro. Era uma melodia suave e harmoniosa, cantada em latim.

Quando abri meus olhos, percebi que havia uma garota sentada ao meu lado. Ela era muito bonita, com cabelos pretos e olhos verdes. Usava um vestido branco e um véu sobre a cabeça. Ela parecia um anjo.

A mesma olhou em minha direção e deu um sorriso doce.

— Oi, você é novo aqui?

— Olá, digamos que sim. Eu me chamo Peter, e você?

— Me chamo Mary. Eu venho aqui todos os domingos e nunca o vi por aqui.

— Não frequento a igreja faz um bom tempo.

— Tá explicado. Quer se sentir mais próximo de Deus novamente?

— É, é. Sim! — Apenas concordei, mesmo que a minha intenção não fosse exatamente essa.

— Gostou da música?

— Sim, é muito bonita. Mas eu não entendo o que eles estão cantando.

— Eles estão cantando o hino de São Bento. Ele foi um monge que fundou a ordem dos beneditinos. Ele é o padroeiro da Europa e dos estudantes.

— Interessante. Você é realmente muito devota, não é?

Ela não me respondeu, apenas deu um sorriso de canto. Prestei atenção em seu pescoço, onde ela usava uma medalhinha. Era uma pequena cruz de metal, com uma imagem de São Bento e algumas letras em latim.

Algo nela me intrigou. Temos algo em comum, mas acho que levará algum tempo para descobrir.

Os dias foram se passando, e todo domingo eu tirava um tempo para visitar a igreja naquele mesmo horário, só pra poder vê-la e conversamos um pouco. Não demorou muito para que nós começássemos a nos encontrar fora dali.

Estou entrando em uma nova fase da minha vida, depois de superar alguns problemas pessoais e profissionais. Estou mais maduro, mais confiante e mais motivado do que nunca.

Estou em fase de preparação do segundo álbum da minha banda, que foi fundada em 1989. Quero que seja o nosso melhor álbum, um reflexo da nossa evolução musical e da nossa paixão pelo que fazemos. Quero que seja um álbum que surpreenda os nossos fãs e que conquiste novos admiradores.

Estou trabalhando nas letras e nas melodias, buscando inspiração em diferentes fontes, como a literatura, natureza e nas minhas próprias experiências. Minhas canções sempre são honestas, intensas e emocionantes. Elas expressam os meus sentimentos mais profundos, desde o amor até a dor, desde a esperança até o desespero.

Sei que Mary será a mulher que me dará uma das melhores músicas do meu novo álbum, talvez tenha sido esse o sentimento de intriga que senti quando a conheci.

O tempo e a convivência definitivamente nos revelam quem realmente são as pessoas, seus costumes e modo de pensar. Os dias passaram calmamente, um por um, mas num piscar de olhos metade do ano se foi.

As ideias para o álbum foram surgindo de uma forma inusitada, estávamos indo aos poucos. Às vezes, eu Kenny e Sal nos reuníamos na casa de Josh para descontrair, compor, beber e fumar.

— Vocês não vão acreditar! — Disse Josh, chamando a atenção de todos — Peter se tornou um crente!

Não pude deixar de rir da declaração animada de Josh.

— Vai se fude, eu não virei crente!

— Virou sim, ele tá indo pra igreja com uma mulher!

— Ah, tá explicado! — Kenny disse tomando um gole de cerveja - Se tem mulher, Peter está no meio!

— Mais respeito, por favor. - Eu disse, e eles riram.

— Mas essa história é verdadeira ou Josh está inventando? -Sal perguntou.

— E desde quando eu ando inventando coisas sobre a vida dos outros? — Ele franziu a testa.

—  Bem, conheci uma mulher na igreja no centro da cidade. Ela é muito interessante, inteligente, religiosa. Então vou à igreja vê-la - Olhei o relógio no meu pulso — Inclusive tenho que ir! — Levantei — Tchau, a gente se vê amanhã no estúdio.

Continua...

N/A: Oi gente, tudo bem?
Esses primeiros capítulos serão mais curtinhos pois eles que vão dar base a história, certo?
Eu espero que vocês tenham gostado.

NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR e de comentar também, caso queiram compartilhar comigo o que estão achando ou as suas expectativas.

Boa leitura...

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