Capítulo XLIII

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Diogo observou com curiosidade a movimentação dos dois solis mais velhos, aumentando as suspeitas que despertaram em sua mente desde que capturara um vislumbre do nome na tela do celular do líder. Por um momento, descartou a hipótese de ser realmente Freya do outro lado da chamada, mas depois lembrou do que fizera e da ameaça que ela proferiu naquela noite. Será que ela contou?, Diego pensou com nervosismo.

Quanto mais tempo passava no QG e descobria sobre aquelas regras estúpidas, mais se atormentava com a possibilidade de descobrirem. Por isso havia se mantido distante dela, até o colégio havia abandonado. Não voltar para casa também não era um problema, o pai não se importaria se estava lá ou no colégio, talvez até preferisse sua ausência. Então passou a residir no complexo desde então.

Mas se manter ali o fez perceber quão grave fora o que tinha feito.

Se era realmente Freya no celular, se ela realmente contou...

Possibilidades começaram a correr por sua mente, imaginando como o rapaz loiro não hesitaria em cumprir a punição caso descobrisse que ferira uma lunam amante naquelas condições. Diego não gostara dele desde o início, era muito prepotente, muito sério, muito preocupado com as regras. Uma pedra no sapato, pensou ele.

― Preciso sair daqui e resolver isso de uma vez. ― murmurou para si, deixando o salão de treinamento e seguindo pelos corredores.

Sebastian ainda segurava o corpo desacordado de Raoni quando a ave pousou num jardim familiar

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Sebastian ainda segurava o corpo desacordado de Raoni quando a ave pousou num jardim familiar. Sua expressão preocupada começou a se tornar ainda mais abatida, sendo tomado pelas lembranças. Havia se passado muito tempo desde sua última vez ali.

― Por que nos trouxe para a minha casa? ― perguntou ele, confuso.

Era o lugar mais seguro, jovem guerreiro, a ajuda de que precisamos não será encontrada junto a outros Filhos do Sol.

Sebastian ouviu aquela sentença em sua mente e desistiu de questionar mais, Raoni sangrava muito e precisava de abrigo. Apoiou o corpo do fratis no seu e o tirou das costas da ave, levando-o para dentro da casa.

Ainda do lado de fora, o Anu-Branco cantou alto, um chamado que seria ouvido. Como esperado, não muito tempo depois, um uivo corta o ar, também se fazendo ouvir sem dificuldade. 

Freya e Uyara ainda conversavam e riam quando Pytuna se materializou no quintal, imediatamente subindo no colo da jovem e esfregando seu focinho em seu pescoço

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Freya e Uyara ainda conversavam e riam quando Pytuna se materializou no quintal, imediatamente subindo no colo da jovem e esfregando seu focinho em seu pescoço.

― O que faz aqui, Pytuna? ― perguntou Freya, sorrindo e acariciando a bela loba de volta, que deixou seu colo e ficou em sua forma completa, ocupando quase todo o quintal.

Uyara se levantou maravilhada, seus olhos brilhando em contemplação. Deu um passo em direção da loba, mas hesitou em se aproximar mais. Ela sabia que os animais protetores místicos eram extremamente poderosos e especiais, deveriam ser reverenciados e tratados com respeito. Não faria uma aproximação que pudesse ser indesejada para a criatura. A senhora, então, se curvou em respeito.

― É uma honra estar em sua presença, Pytuna. Ainda mais depois de tantos anos.

A loba, graciosamente, realizou também uma rápida reverência. Reconhecendo a presença da lunam amante aposentada e respondendo à sua cortesia, antes de voltar-se novamente para Freya.

Algo aconteceu, jovem Filha da Lua. Alguém precisa de nossa ajuda. ― soltou Pytuna, na mente de Freya.

O sorriso dela desmanchou-se quando se aproximou de Pytuna e acariciou seus pelos, nervosa. Um arrepio percorreu seu corpo quando lembrou da mensagem de Jaqueline. Realmente acontecera, pensou ela.

Percebo que já imagina o que aconteceu. Não temos tempo a perder, então. Precisamos partir agora e ajudar o Filho do Sol, sua vida está por um fio.

O nervosismo de Freya aumentou, pensando ter sido Sebastian a nova vítima, fazendo-a se desestabilizar e quase tropeçar na cadeira. Eu o avisei, eu o avisei! Olhava desnorteada pelo quintal quando sua avó chamou sua atenção:

― O que aconteceu, minha querida?

Tentando se controlar, respondeu:

― Me desculpe, Uyara, sei que praticamente acabei de chegar, mas preciso partir. ― ainda desnorteada, voltou para dentro da casa, procurando sua mochila, com sua avó em seu encalço.

― Eu entendo... apenas me diga o que está acontecendo...

― Um solis cultor foi atacado por uma criatura estranha... ― Freya pegou o celular e o colocou na mochila. ― Esse... monstro... nenhum Filho ou Filha do Sol ou da Lua está a salvo... não posso explicar tudo agora...

Uyara percebeu quão nervosa sua neta ficara, e mesmo sem entender o que, de fato, acontecia, foi tomada pela preocupação. Em um rompante, soltou:

― Vou com você.

― O que?

― Se há alguém precisando de cuidados, eu posso ajudar. ― seu olhar seguiu para uma caixa de madeira grande, que pegou e colocou em uma bolsa de palha trançada.

― Mas...

― Sem discussão. Já estive longe de sua vida por tempo o bastante. Farei tudo o que puder agora. ― segurou Freya pelos ombros, encarando firmemente seus olhos. ― Você não estava com pressa? Vamos.

Freya não discutiu, apenas assentiu em silêncio e seguiu de volta para o quintal. Encarou Pytuna, confusão tomando seu semblante, enquanto ajeitava a mochila nas costas. Dúvida finalmente lhe atingindo.

― Mas e como chegaremos em Andema a tempo? 

― Mas e como chegaremos em Andema a tempo? 

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Notas:

Solis cultores: amantes do Sol, grupo herdeiro da maldição imposta aos filhos do Sol por Tupã;

Lunam Amantes: amantes da Lua, grupo herdeiro da maldição imposta às filhas da Lua por Tupã;

fratris: do latim "irmão".

Stellae - A maldição do Sol e da Lua [LIVRO I - COMPLETO]Место, где живут истории. Откройте их для себя