Quem está aí?

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— Eu realmente não acredito no que aconteceu, mãe! Como pode ser isso, justo com ele? Por que a vida faz isso, mãe? — Ethan falava entre lágrimas e indignação diante da situação.

— Nem sempre podemos entender a vida, meu filho — ela passa a mão pelos cabelos de dele.

Ele está chorando muito! Mas o porquê disso? Para entender o que aconteceu, precisamos retroceder no tempo para conversar sobre Ethan e a mãe de Cadu.

— Então, Ethan, fomos ao médico e recebemos a notícia de que Cadu está com uma doença incurável e que não existe tratamento! — diz a mãe de Cadu em prantos.

— Isso não é possível! Cadê o Cadu, tia? Eu quero vê-lo!

— É melhor você voltar outra hora quando estiver mais calmo.

Ethan realmente não acredita no que aconteceu naquele dia. Ele não teve força para ir à escola e voltou para casa, passando o dia inteiro chorando e pensando no que poderia fazer para ajudar o amigo, mas nada veio à mente naquele momento. Só restava dormir, e foi o que ele fez, ou pelo menos tentou. A noite parecia longa, e toda vez que fechava os olhos, vinha à sua mente a imagem de Cadu pedindo sua ajuda. Ethan, então, levanta, liga a luz do seu quarto e laboratório, tentando pensar em algo, mas nada vem à mente para ajudar seu amigo, o que o deixa bastante desapontado consigo mesmo.

Ethan não vai para a escola novamente, pois sabe que não conseguirá encarar seu amigo e saber que ele não está bem. Quanto tempo ele ainda vai viver? 1, 10, 30, 50 anos? Ninguém sabe, e isso é o que mais complica a situação de todos nós.

Já é de manhã, e Ethan não conseguiu dormir nem um pouco à noite. Ainda está triste por toda a situação que o amigo está vivendo. Então, ele decide testar o novo experimento para distrair um pouco a cabeça. Pega as coisas que vai usar e começa o experimento.

**POW**

— O que foi isso??? — O garoto leva um grande susto.

— Ah não, tá dando errado de novo!

**POW POW**

**BOMM!!!**

Todo o equipamento estoura, fazendo uma pequena explosão e uma enorme bagunça.

— Merda, merda, merda! Que merda! — grita Ethan, muito bravo com a situação. — Nunca dá certo nada que faço! Por que isso?? Eu desisto dessa merda! — ele joga tudo no chão.

— O que você está fazendo, meu filho? — pergunta a mãe de Ethan.

— Não é nada! — O jovem sai andando para fora e pega sua bicicleta.

Ethan pega sua bicicleta e vai em direção a uma montanha que tem perto dali. Sempre que está cansado ou com algo na cabeça, ele vai para esse lugar e fica lá sozinho, chorando, pensando, rindo, o que estiver sentindo no momento. Ele está visivelmente abatido com todas essas situações que estão acontecendo em sua vida. Está muito rápido com sua bicicleta, dirigindo-se com lágrimas nos olhos e emocionalmente abalado.

Finalmente, ele chega ao seu destino e fica ali sentado na ponta da montanha, sentindo o vento e pensando em tudo que está acontecendo com ele. Depois de um tempo ali refletindo, ele olha para o lado e percebe um homem de chapéu que encobre seu rosto e com um terno cinza o encarregado fixamente.

— Quem é você? — pergunta Ethan, sem obter resposta.

— O que está fazendo aqui? — Ethan se levanta e se aproxima rapidamente.

— Eu não tenho medo de você. — Ethan se aproxima mais e mais.

O homem continua o encarando fixamente. Então, Ethan vai se aproximando do homem lentamente.

**Au...**

Ele então olha para o lado assustado e vê um cachorrinho pequeno ali no chão. Ele então se vira novamente para onde o homem estava e não o encontra mais lá. Então, ele olha ao redor e tenta localizar o homem, mas não o encontra. Ele se dirige em direção ao cachorrinho e o pega na mão.

— Aquele homem mau deixou você aqui, foi? — fala Ethan usando uma voz fofa enquanto faz carinho no cachorro. — Vem, vou te levar para casa. — diz ele colocando o cachorro dentro da mochila.

Ethan olha mais uma vez em volta para ter certeza de que o homem foi embora e então pega sua bicicleta e vai embora para casa. Chegando lá, ele entra devagarinho para que seus pais não o escutem, pois já está muito tarde.

— Ethan, meu filho, fiquei preocupada! — ela o abraça.

— Você tá bem? — pergunta seu pai, o abraçando também.

— Tô sim, já vou ir para o meu quarto que tô com sono!

Ele então fecha a porta do quarto e desce as escadas depois de ligar a luz e tira o cachorrinho da mochila. O pai e a mãe de Ethan não deixam ele ter nenhum animal em casa, por esse motivo, ele vai ter que esconder ele.

— Que nome eu te dou? — diz o garoto conversando com o cachorro.

— Já sei! Que tal Duke? — Com empolgação, continua a falar. — AU! — Ei, fala baixo, ninguém pode escutar. Então tá decidido, você vai se chamar Duke!

**Toc Toc.**

— Filho, posso entrar? — É a mãe dele.

— Eu preciso esconder você rápido! — diz Ethan colocando o cachorro dentro do guarda-roupas.

— Oi, mãe! — Com um sorriso no rosto, o jovem abre a porta.

— Eu trouxe a sua comida preferida. — Ela estende a mão e entrega um prato com arroz, batata frita e carne.

— Obrigado, mãe! Te amo! — ele então rapidamente fecha a porta.

Em passos largos, ele se dirige a Duke e coloca o prato em cima da mesa, tirando o cachorro de dentro do guarda-roupas.

— Você deve estar com fome, né?! Experiment...menta isso. — Ethan estende a mão com um pedaço de carne para o cachorro, que o come todo.

— Parece que eu perdi meu pedaço de carne por hoje!

A manhã avança, e Ethan, mesmo com os desafios recentes, decide concentrar-se em seu experimento para se distrair. Enquanto trabalha em seu laboratório improvisado, Duke, o cachorrinho, observa com curiosidade, tornando-se uma inusitada companhia.

No entanto, a frustração persiste quando outro contratempo acontece. Ethan, determinado a superar as adversidades, revisita suas anotações e ajusta o experimento. Surpreendentemente, desta vez, tudo ocorre como planejado, revelando um sucesso inesperado que traz um sorriso ao rosto de Ethan.

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