amigos amigos, negócios a parte

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JAMES

- Mas e a sua mãe. - Eu digo pegando um baseado de dentro do bolso da calça - Quer?

- recuso. Um de nós tem que estar sóbrio pra dirigir. Bom minha mãe é uma modelo normal, como todas ela usa umas drogas pesadas por causa da pressão das passarelas, mas eu não fui planejado... Ela teve que transar com um agente para conseguir ir em um desfile, mas ele nunca me assumiu. Mesmo assim ela me ama, segundo ela eu sou um milagre. Uma lágrima rola da bochecha do meu amigo, e eu o abraço procurando ajudar.

- Sinto muito. Sério mesmo, deve ouvir isso de muita gente mas eu tô sendo sincero. Não sou bom com palavras.

- De boa. E a sua família?
- Minha mãe também é do ramo da moda, é estilista. Mas ela teve o azar de se casar com a pessoa errada... do tipo do seu pai. No início papai era muito atencioso mas depois a fama subiu a cabeça dele. Ele bebia, chegava tarde em casa e tinha muitas amantes. Mas ele morreu. Eu encerrei aí ele não precisava saber que ele batia em todo mundo da minha casa e nem que eu matei o desgraçado.


CLARA

Okay, eu acho que devo uma explicação de QUEM É Estella? Acredite eu não quero explicar isso mas bora lá.
Estella Cristine Warren é minha ex melhor amiga. Ela tem cabelos loiros ondulados e pele tão branca quanto a minha e corpo magro. Ela tem uma atitude de "não me importo" com todo mundo e foi exatamente esse o motivo da gente ter terminado a amizade, porque AQUELA VADIA BEIJOU MEU NAMORADO DA ÉPOCA E DEPOIS VEIO FALAR COMIGO COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO. E sem falar que ela queria tudo que eu tinha. Em resumo eu sou uma Cher e ela é uma Regina George. A Regina é amada na mesma intensidade que é odiada e a Cher é amada.
Eu gostava muito dela, nós éramos unha e carne e vivíamos grudadas, mas depois que isso aconteceu a gente nunca mais se falou e é melhor assim. Algumas pessoas não mudam.

- O que foi ClaCla? Melissa fala me tirando dos meus pensamentos.

- Nada Mel. Seu irmão sumiu né? Falo mudando o assunto

- Foi vagabundar, você não conhece ele? Vou pegar carona com você. Ela deixa a cabeça cair ao meu colo

- Quem deixou? Pergunto sorrindo quando ela brinca com meus dedos.

- Sua mãe tá com saudades de mim, certeza. Ela fala fazendo um biquinho e depois caindo em risada.

MELISSA

Chego em casa, olhando minha mãe em cima do sofá. Ela tá completamente bêbada.

- Mãe - falo com a voz arrastada - levanta e vai tomar banho, vc tá com um cheiro horrível de bebida - digo apoiando o braço dela no meu ombro.

- bêbaaada? Queemmm? Euuu? Não eu tô sóbria. Ela solta uma risada que me arrepia.
Minha mãe, Jacqueline Vonhart tem estado assim desde a morte de papai no ano passado.
Me dói tanto ver ela assim, e me dói ainda mais saber que às vezes ela nos confunde com ele. Eu e James não herdamos nada dela, a não ser a personalidade e James ainda me lembra um pouco do meu pai quando ele fica bravo. Mas eu vou lutar para ele nunca nem chegar perto do que ele virou. Eu me recuso a deixar meu irmão virar aquilo.
Chego na cozinha e bota um pouco de água para ela, logo em seguida subindo para o quarto onde boto ela na cama e ao lado deixo a lixeira para o caso de ela vomitar.
É raro as vezes que minha mãe fica assim, ela sabe das responsabilidades que ela tem, mas quando as crises de ansiedade batem muito forte da porta da cabeça dela, não tem uma pessoa que consiga conter ela.
O sofrimento é visível nela, o olho inchado de tanto chorar e o nariz muitas vezes vermelho, mas nada que um pouco de maquiagem e um sorriso não mascarem. Ela perdeu o brilho no olhar completamente, mas os desenhos de moda dela ainda são incríveis, repletos de magia na minha opinião e são a saída que ela tem da realidade.
Ela sempre me disse que aparência era tudo e é por isso que eu nunca mostro minha dor e sofrimento para as pessoas, ninguém se importa com essa coisas e sempre tem a chance de usarem isso contra você, sendo amigo ou inimigo, nem a Clara sabe disso porque eu sei como ela é uma bomba relógio quando fica com raiva.
Vou para o meu quarto e boto minha música no volume máximo. Logo eu deixo as lágrimas descerem, e dou um grito alto, que rebobina até se dissipar e eu caio de joelhos sem mais forças para aguentar ficar em pé. O bom do meu quarto ter paredes grossas é justamente isso, ninguém me escuta gritar.
Afasto um pouco a cortina e vejo o meu irmão chegando, limpo minha lágrimas mesmo sabendo que não vai adiantar, ele sabe tudo de mim.
- desculpa Boug. - ele cita meu o apelido que ele me deu por causa da minha flor favorita bougvilia - Eu não queria ter gritado com você e nem ter sido maldoso, eu só tava estressado. Você quase nós matou. Ele diz se sentando ao meu lado.

Perfeita Where stories live. Discover now