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𝟏𝟔𝟏𝟎.

1610. Na verdade é 1615, mas relevamos.

A vida de uma mulher bem resolvida nessa época era difícil demais, provavelmente casada com alguém que sente repulsa, com muitos filhos e não tendo um mínimo de dignidade dentro de casa. Imagine a minha com apenas 19 anos.

Meu pai estava enlouquecendo para me arrumar um pretendente, para que finalmente se livre da única filha mulher da família e que como consequência ganhe mais poder. E bem, acho que conseguiu.

Duque Ernest, o filho dele, Harold. Um homem idota, soberbo. Meu casamento já está marcado e vi meu futuro marido apenas três vezes desde anunciado.

Encaro meu reflexo no espelho e suspiro alto. Por que é tão difícil conseguir fazer o que eu quero pelo menos uma vez na vida?

Minha cintura é apertada por um espartilho e por cima um vestido azul bebê de mangas longas com fenda e que se amarrava ao meu anelar. No cabelo uma fita da mesma cor do vestido amarrava um pouco de cabelo em um penteado.

Sai do quarto indo para sala de casa onde meu pai e minha mãe me esperavam para o jantar onde Iris ver a família do meu noivo pela última vez antes do casamento.

- Ah minha filha, tão linda. - mamãe me recebeu com um selar na bochecha. Meu pai apenas me olhou de cima a baixo e me deu as costas apressando minha mãe.

Na carruagem papai e mamãe falavam de política como sempre. Sobre poder e dinheiro. Mamãe apenas ouvia, não era de muito interessante e também sua opnião não servia de nada ali.

Na frente da mansão do Duque, haviam inúmeras pessoas vigiando do lado de fora.

Enquanto minha mãe e meu pai iam na frente, eu andava lentamente. Não queria chegar no meu destino nunca.

Queria poder simplesmente recusar me casar, achar a pessoa que meu coração escolheu e viver de maneira simples. A vida nem sempre é da forma que queremos. Mas eu queria apenas ter a opção de escolha ao noivo.

Harold não é um homem feio, pelo contrário um homem bonito. Cabelos loiros penteados cuidadosamente para trás, tinha um fino bigode loiro e a barba também bem aparada. Era alto e com bastante músculos. Boatos falam que ele é um dos melhores guerreiros da cidade. Assim que ele me vê, seu sorriso aparece e se aproxima rapidamente dos meus pais comprimentando minha mãe com um beijo no dorso da mão e meu pai com aperto firme.

- Senhorita Durham, está magnífica. - ele gentilmente pega a minha mão e lhe da um delicado beijo. Quis limpar jogar vestido, aquilo tudo está me dando tremedeira.

- O Senhor também está perfeito.

- Oh, nada de Senhor, entre nós dois apenas Harold.

- Tudo bem então, Harold. - ele entrelaça nossos braços e somos guiadas até a enorme sala de jantar, uma longa mesa muito bem decorada e repleta de comida. Me sento ao lado de Harold e na frente dos meus pais, ao lado da minha mãe está Annie, mãe de Harold e ao lado de Harold, Ernest.

Os homens conversavam sobre as tecnologias que estão surgindo e bem, nos mulheres ficamos caladas comendo. Já estava acostumada com isso.

- A nossa casa já está organizada. Está tudo perfeito. Uma grande residência, com direito a um celeiro para os meus cavalos. - me atento a conversa com essa frase de Harold. Casa. Por mais que não gostasse de morar com meu pai, sair para morar com ele parecia bem pior.

Stay. | Paul LahoteWhere stories live. Discover now