Gun unlocked

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Apagando o cigarro no cinzeiro preto que ficava em cima de sua mesa, o alfa olhou pensativo para o seu amigo. Bufou, pensando sobre a situação em que estava, se frustrando um pouco, não era nada agradável, mesmo que tenha sido um tanto quanto divertida no começo.

— Eles pegaram o seu braço direito — Daeyoon falou, olhando para Chaehyun, que o olhou de maneira dura.

— Eu sei — murmurou, voltando a desviar o olhar, focando no retrato de sua falecida esposa na parede, nos olhos brilhantes e no sorriso que faziam todos se lembrarem de um coelho — não vou deixar barato, pode apostar.

Daeyoon não soube dizer muito bem a que ele se referia, se estava falando consigo ou com o quadro da ômega que matou. Jogando os cabelos para trás, respirou fundo e andou até a mesa do alfa.

— Se quiser ajuda para resgatar ele, eu estou aqui — falou calmo, vendo o amigo voltar a olhar para si.

— Resgatar? — riu — eu não vou resgatar ninguém, eu vou me vingar.

E novamente ficou a dúvida, Chaehyun queria se vingar do braço direito ou de Taehyung?

(...)

Taehyung suspirou, fazendo carinho nos fios escuros de seu namorado, que dormia calmamente em seu peito. Nunca, em hipótese alguma, se afastaria dele por causa daquilo, por causa de seus progenitores. Seu garoto fora criado bem longe de todo aquele mundo, e ainda estava completamente alheio a tudo aquilo. Ainda era um garotinho bom.

Contaria tudo, é claro, Jeongguk tinha todo o direito do mundo de saber sobre aquilo, o difícil seria encontrar as palavras certas, e o momento certo. Não que isso realmente fosse fazer diferença, mas sempre que pudesse deixar as coisas mais leves para o ômega, ele tentaria.

Apertou o garoto em seus braços, fechando os olhos e apreciando o cheirinho gostoso de pêssego. Deixou alguns selares sob os fios escuros, voltando a fazer carinho ali, o seu pequeno não merecia viver no meio daquela bagunça, mas já nascera no meio dela.

Naquele, e apenas naquele momento desejou ser um ômega, só para que usassem a voz de alfa para mandá-lo dormir. Já deviam ser por volta das duas horas da manhã, e nada do sono vir, fechou os olhos, pensando seriamente em pegar algum remédio que o fizesse apagar.

Sentiu seu tronco ser abraçado, então sorriu automaticamente, ouvindo os pequenos murmúrios de seu neném, que se aconchegou mais em si, parecendo estar tendo um bom sonho. O abraçou melhor também, sentindo seu lobo se aquietar dentro de si, como se estivesse finalmente pronto para descansar.

Como se tivesse apenas piscado, Taehyung foi acordado com os raios solares batendo em seu rosto, abrindo os olhos com preguiça. Sorriu pequeno ao se deparar com as orbes escuras e brilhantes lhe observando com certa curiosidade, era apaixonado demais por aquele garoto.

— Bom dia — a voz doce se fez presente, nem um pouco rouca, mostrando que já estava acordado a um tempo, junto da movimentação dele se sentando.

— Bom dia, meu neném — sua voz saiu rouca, denunciando que acabara de acordar.

— Você tava fofinho dormindo — Jeongguk falou, sorrindo de maneira fofa — as bochechas — murmurou, tocando em uma delas.

— Você é fofo o tempo todo — murmurou, se espreguiçando, voltando a olhar para o ômega

Jeongguk apenas sorriu, deixando um longo selar sob seus lábios. O Kim olhou para o rostinho angelical por mais alguns segundos, perdendo-se um pouco, não sabia se eram os olhos brilhantes ou as bochechas coradas, mas se perdeu em algum dos dois.

— Eu estava pensando — comentou, não sabendo ao certo como deveria dizer aquilo, mas achava importante — o que acha de começar a aprender a atirar? Começar a mexer com armas? — perguntou, olhando para o menor.

A Little Innocence  (Taekook)Where stories live. Discover now