VOCÊ ACREDITA em almas gêmeas?
Um laço forte o suficiente para unir duas pessoas até mesmo diante da morte, cumprindo sua função de colocá-las uma diante da outra mesmo que nas piores circunstâncias. Sempre as puxando uma para a outra como um ímã, u...
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1400. Inglaterra.
DESCI DO CAVALO E olhei em volta, procurando pelo senhor responsável pelos cavalos. Não o localizei em lugar algum. Segurei o arreio com força e decidi eu mesma conduzir o cavalo de volta aos estábulos, afinal, eu podia cuidar perfeitamente dele.
Durante o percurso, percebi que algo estava estranho, ou no mínimo suspeito. Meus olhos percorreram todo o espaço em torno de mim, e não encontrei uma única alma viva. Isso não é comum, não é tarde, apenas pouco após o pôr do sol. Eu nunca me demoro em minhas saídas para cavalgar, sempre me asseguro de voltar o mais rápido possível, para que não me aborreçam.
A estranheza deu lugar a uma desconfiança. Algum extinto interno me alertava de que definitivamente algo não estava certo. No entanto, foi apenas quando alcancei as portas dos estábulos que as suspeitas tornaram-se certezas. O corpo do cuidador de cavalos estava no chão em frente às portas.
Recuei, engolindo um grito que se tornou um gemido horrorizado. Rapidamente puxei a barra do vestido, que agora me parecia desnecessariamente longa, para levantá-la e tentei de imediato montar no cavalo para ir em busca de qualquer ajuda que fosse possível. No entanto, antes que pudesse fazer isso, fui impedida por um aperto de ferro que se fechou em meu pulso.
Minha boca foi tampada, impedindo os gritos por socorro, fui arrastada enquanto me debatia buscando liberdade e minhas mãos foram amarradas.
- Pare de gritar ou será muito pior, princesa! - Uma voz arrastada, que me fez tremer, mandou em tom raivoso.
A maneira como falava... Era sem dúvidas um francês. Assim que cheguei nessa constatação, meu coração acelerou, o horror dominou todo meu corpo e fui contrária a sua ordem, começando a me debater e tentar gritar.
- Eu mandei não gritar!
Fui empurrada com força contra a parede dos fundos. Imediatamente uma dor pungente enveredou-se por toda a extensão de minhas costas, subindo até a base da nuca e se espalhando por minha cabeça. Fiquei tonta, meus olhos estavam embaçados e eu sentia que poderia vomitar a qualquer momento.
