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⭒capítulo um⭒ the siren song
﹙eis as belas criaturas mitológicas, que seduziam os navegantes com suas melódicas vozes e os atraía para a morte, ao abandonarem seus navios e atirarem-se nas perigosas águas marítimas... você permitiria-se ser seduzido por uma? aceitaria definhar ao lado desta bela quase-donzela?﹚
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⭒ Porto Real - continente de Westeros 129 d.c.
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É DITO desde o nascimento de um ser que a vida, mesmo que efêmera, deve ser saudada como aquilo que é divino, vindouro como uma benção para quaisquer as almas que circulam o reino dos vivos. A vida, na verdade, pode ser a ruína e epifania de alguém. Àqueles que nascem afortunados muitas vezes é a opção que relaciona-se com a epifania, afinal, a vida não lhe propõe desafios que tecem a alma como se amaldiçoasse-a.
Mas talvez Aegon Targaryen fosse uma exceção diante os olhares dos deuses. Aquele arruinado pela própria existência desde o singelo primeiro suspiro.
Os olhos violáceos do homem encaravam com atenção a moeda que era atirada e movida de forma veloz entre os próprios dedos e vez ou outra colidindo-se e reproduzindo agudos sons aos seus ouvidos pelos anéis que adornavam a mão do jovem príncipe. A mente ─── apesar de atenta ao movimento realizado pelo metal ─── era atraída pelos sadicos pensamentos sobre aquilo que era sussurrado pelos portadores do sangue de dragão.
Toda vez que um Targaryen nasce, uma moeda é atirada aos céus e o mundo segura um suspiro, aguardando qual será seu destino.
Prosperidade ou perdição. Glória ou ruína.
Talvez perecer à insanidade seja o mais plausível àqueles que portam o sangue valiriano, a vida não lhes é bondosa mesmo que tenham nascido nas afortunadas condições da realeza. Aquilo que um continente inteiro ambiciona era a ruína daqueles que o possuíam ─── o poder.
Aegon Targaryen há muito tempo havia sido atirado bruscamente em direção à um abismo. De primeiro filho do reino e aquele que é aguardado há anos, para uma espécie de decepção como homem, marido e príncipe ─── um anjo caído que quebrara todas as expectativas postas sobre si por nada além da própria incompetência e falha como ser humano. Aquele que nasceu com tudo mas desperdiçou quaisquer das bênçãos que lhe eram dadas pelo próprio egoísmo.
