Na penumbra do crepúsculo, Satoru Gojo se encontrava no auge da desolação, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto repousava sua cabeça no colo acolhedor de Shoko Ieiri. O silêncio era ensurdecedor, quebrado apenas pelo soluço ocasional que escapava de seus lábios.
Shoko, preocupada e solidária, acariciava gentilmente os cabelos de Gojo, esperando pacientemente que ele se abrisse sobre a fonte de sua dor. Após um suspiro profundo, Gojo revelou o motivo de sua aflição.
- Shoko, eu... eu amo o Geto... Porra .. eu o amo tanto! Mas agora ele está namorando outra pessoa, e meu coração está despedaçado.
O peso da confissão ecoou pelo ambiente. Shoko, surpresa e compreensiva, abraçou Gojo mais firmemente, oferecendo consolo - Satoru, sinto muito. É difícil quando nossos sentimentos não são correspondidos.
Gojo fungou, tentando conter as lágrimas - Eu nunca tive coragem de dizer a ele. Agora, ver Geto com outra pessoa... é doloroso demais.
Shoko, com empatia, murmurou palavras de conforto, enquanto pensava em como ajudar Gojo a lidar com essa angústia. No entanto, um pensamento ousado atravessou sua mente, e ela decidiu compartilhá-lo delicadamente.
- Talvez seja a hora de falar com o Geto, Satoru. Às vezes, a verdade pode ser libertadora, mesmo que doa inicialmente.
As palavras de Shoko pairaram no ar, deixando Gojo em um dilema entre a revelação de seus sentimentos e o medo de perder a amizade que tanto valorizava. O coração de Satoru Gojo estava em pedaços, mas o caminho à frente se apresentava incerto, permeado pela complexidade das emoções não correspondidas.
Com um coração pesado, Satoru Gojo decidiu enfrentar seus próprios medos e falar com Suguru Geto. Ele o encontrou em um parque, o cenário tranquilo contrastando com a tempestade emocional dentro de Gojo. Observando Geto de longe, ele notou o brilho nos olhos do amigo enquanto este ria animadamente com a garota ao seu lado.
A hesitação de Gojo aumentava à medida que o medo de perder a amizade se intensificava. Ele questionou se seria egoísta estragar a felicidade de Geto com a confissão de seus sentimentos. No entanto, a dor de manter o segredo era insustentável.
Com passos vacilantes, Gojo se aproximou de Geto, que sorriu ao vê-lo - Satoru, que bom que você veio! Deixe-me apresentar, esta é Aiko.
Gojo forçou um sorriso, sentindo uma facada em seu peito ao perceber a felicidade evidente de Geto. Quando finalmente encontrou uma pausa na conversa, Gojo decidiu abrir seu coração, apesar do medo.
- Suguru, precisamos conversar... sobre algo importante.
Geto notou a seriedade na expressão de Gojo e assentiu, levando-o para um local mais tranquilo. Gojo respirou fundo antes de começar a falar, revelando seus sentimentos que estiveram guardados por tanto tempo.
- Suguru, eu... eu amo você. Mas entendo que agora você está feliz com Aiko, e eu não quero atrapalhar isso. Só precisava que soubesse.
O silêncio pairou entre eles, enquanto Suguru processava as palavras de Gojo. O olhar de Geto tornou-se uma mistura de surpresa e compreensão. Ele não esperava aquela confissão, e a notícia trouxe um momento de desconforto.
- Satoru, eu... eu não sabia. Sinto muito se isso te machuca - Geto murmurou, sua expressão pesarosa.
Gojo sorriu tristemente - Não precisa se desculpar, a amizade é o que mais importa para mim, se você está feliz, então eu também estou.
Apesar da tristeza que persistia em seu peito, Gojo sabia que tinha feito o certo ao expressar seus sentimentos. A amizade entre eles permaneceu, mas agora carregava uma sombra de complexidade, uma prova de que a verdade nem sempre traz a cura imediata para um coração partido.
À medida que o tempo passava, o relacionamento de Suguru Geto com Aiko florescia, trazendo consigo uma inevitável mudança na dinâmica entre ele e Satoru Gojo. A presença constante de Aiko criava uma barreira sutil, e, gradualmente, uma distância se instaurava entre os dois amigos de longa data.
As conversas entre Gojo e Geto tornaram-se mais espaçadas, preenchidas com silêncios desconfortáveis que antes eram inexistentes. A ocupação de Geto com os compromissos de seu novo relacionamento fazia com que a sintonia natural entre eles se desvanecesse aos poucos. O brilho nas trocas de olhares e nas risadas compartilhadas desaparecia, deixando uma lacuna que nenhum deles estava preparado para enfrentar.
Gojo, embora dolorosamente ciente da mudança, tentava disfarçar a tristeza por trás de um sorriso. No entanto, a realidade do afastamento tornava-se cada vez mais palpável, e uma sombra de melancolia pairava sobre a amizade que outrora era inabalável.
O destino, guiado pelos caprichos do coração, levava Satoru Gojo e Suguru Geto por caminhos distintos. O amor de Geto por Aiko não só os unia, mas também servia como alicerce para a desconexão gradual entre ele e Gojo, transformando o que era uma amizade vibrante em uma lembrança distante, marcada pelo eco silencioso das risadas que antes preenchiam suas vidas.