Capítulo 1

92 20 13
                                    

Sob as risadas de Jongho, Hongjoong pegou o cigarro da mão de Yunho e deu um longo trago. Ele não era o maior fã de fumar em lugar fechado e havia largado o vicio há alguns anos já, mas ele podia sentir uma enxaqueca desabrochando atrás de seus olhos e queria aliviar o impacto.

— Por que não chama alguma amiga pra fingir por você? – Yunho perguntou.

Hongjoong bufou enquanto enfiava a cara na mesa.

— Já pensei nisso. Minhas amigas celebridades são conhecidas, não daria certo. Perguntei para as mulheres da equipe que sou mais próximo, mas todas recusaram.

— Hyung – Jongho disse, engasgando enquanto tentava parar de rir –, por que você não contrata alguém? Tem agências que fornecem esse tipo de serviço.

O rapper bufou de novo. Ele havia pensado nisso já. Era a melhor opção: essas mulheres eram treinadas para isso e tinham ampla experiência sendo a companhia bonita de homens ricos – porque, sejamos sinceros, a agência não pediu que Hongjoong levasse uma mulher para que ela se engajasse nas conversas dos homens –, mas Hongjoong nunca tinha solicitado um serviço desses antes. Eles lhe enviariam qualquer pessoa? Teria um catálogo para ele solicitar? Ele teria chance de falar com ela antes? Ela só apareceria na hora e eles teriam que improvisar?

— Urgh, eu preciso de mais bebida.

Os três amigos completaram a tarefa de secar a garrafa de whiskey e quase conseguiram fazê-lo com uma segunda.

— Hyung, você vai ver – Jongho disse, agarrado ao pescoço de Hongjoong enquanto os dois tentavam não cair da cadeira, – vou te encontrar uma namorada linda! Confia no seu dongsaeng favorito, eu vou dar um jeito.

— Você não é meu dongsaeng favorito-

— Vai ser a mulher mais linda da Coreia!

— Para de gritar!

Jongho batia no peito para falar, os olhos fechados como se estivesse fazendo um juramento de cavaleiro.

— Não se preocupe, hyung! Eu vou dar um jeito pra você...

Balançando a cabeça, o rapper se pôs de pé com dificuldade.

— Pra mim, já deu – Hongjoong anunciou. As palavras escorregavam por entre seus dentes lentas e pastosas, – eu vou embora. A conta é de vocês hoje.

Hyuuuuuung!

— Avise quando chegar – Yunho disse. Ele estava numa rara noite onde haviam bebido tudo aquilo e ele não começara a gritar junto de Jongho no meio do restaurante. Devia ser a falta de música pop ou trot tocando no ambiente.

Hongjoong fez arminhas com os dedos enquanto estalava alto a língua. Girar para se direcionar a porta quase o fez cair no chão, mas suas pernas estavam firmes o suficiente para que a caminhada não fosse tão humilhante.

Depois de tentar pedir um táxi para casa e falhar várias vezes, Joong decidiu caminhar um pouco, vendo se teria mais sorte em algum ponto menos movimentado da vizinhança.

Mesmo não tendo completado trinta anos ainda, Hongjoong já era um rapper com uma década de experiência. Ele realmente já havia feito de tudo: seu nome estava no topo da KOMCA como performer, como compositor e como produtor; já havia feito algumas colaborações com marcas de roupa grandes, como a Balmain, e estava prestes a lançar sua própria; em seu nome haviam desde polêmicas quanto um extenso trabalho filantrópico.

Se ele pensasse por esse lado, até que havia demorado para que seu chefe lhe chamasse para as negociações com investidores. E, se pensasse em seu passado e seus "escândalos", fazia todo o sentido que o CEO quisesse mostrar para os acionistas que ele era uma pessoa de respeito e não só qualquer rapper encrenqueiro.

Pretty FlowerWhere stories live. Discover now