Capítulo 2

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A prova que existia algum santo que cuidava dos bêbados era que Hongjoong havia chegado em casa bem.

(Ok, talvez o santo não fosse tanto o culpado e sim o bolso fundo do rapper, que podia pagar qualquer taxa de taxi sem muito problema.)

Com apenas vagas lembranças da noite anterior e muita, muita ressaca, Joong abriu os olhos quando a luz do sol entrando pela janela aberta se tornou mais irritante do que era possível ignorar Ele nunca dormia com as janelas abertas, o que só atestava para seu estado de espirito na noite passada.

Seu estômago protestou alto quando se sentou e, sem tempo de sequer levantar, seu lixinho de cabeceira teve que aguentar a pior. Aquela seria uma manhã longa.

Seus olhos sensíveis só tiveram coragem para conferir o celular uma hora depois – ou melhor, um litro de água e um ibuprofeno depois. Haviam as mensagens padrão: Jongho e Yunho mandando as fotos da noite, Yunho lembrando-o de seus compromissos, San lembrando-o de seus compromissos e um número não salvo.

Hm. Um número não salvo. Hongjoong parou um segundo a mais antes de deletar a conversa, intrigado com sua existência. Suas memórias voltaram de uma vez, assim como o perfume de morango, assim que leu a primeira mensagem.

[10:43] Olá, aqui é Flower

[10:43] Espero que ainda se lembre de mim

[10:52] Se a proposta ainda estiver de pé, me encontre no café Treasure às 13h30

[10:53] Se não estiver, pelo menos me avisa e eu não apareço lá

Hongjoong olhou o relógio e voou da cama ao perceber que era quase uma da tarde já. Confirmando o encontro com uma mensagem curta, o homem vestiu um óculos (bem) escuro, uma máscara que cobria o resto do rosto e um chapéu baixo – o tipo de roupa que em si gritava "celebridade escondida", mas ele não tinha mais tempo para pensar em algo melhor.

Se sentindo bem o suficiente para dirigir, o caminho, por sorte, não foi muito demorado. O rapper adentrou o estabelecimento com apenas dez minutos de atraso.

O estranho era não ver Flower em lugar nenhum.

Hongjoong olhou em volta, olhou de novo com os óculos abaixados, conferiu o celular e releu a mensagem onde ela dizia já ter chegado e que guardava a mesa oito para os dois. Ou ele não sabia dizer o que era uma mesa oito, ou ela não estava ali.

— Olá – ele disse, se rendendo e pedindo ajuda a uma garçonete –, poderia me dizer onde é a mesa oito? Uma amiga está me esperando.

A garçonete se virou para um dos lados do café e franziu o cenho. Hongjoong não sabia o que ela viu, mas seguiu-a até a mesa... onde um cara estava sentado.

— Mesa oito? – a garçonete confirmou.

— Hum...

O estranho virou o rosto e reconhecimento finalmente bateu em Hongjoong. Ele sentia como se sua ressaca estivesse batendo mais forte do que nunca subitamente.

— Isso, eu guardei mesa para meu amigo – disse o estranho com voz extremamente familiar.

A garçonete se afastou, voltando apenas para colocar um cardápio nas mãos de Hongjoong e sumiu de novo. O rapper não pretendia olhar para nenhum outro lugar fora Flower.

— Sinto que temos bastante a conversar – ela... ele... disse.

— Eu... – Hongjoong começou a dizer, mas as palavras morreram em sua boca. O que dizer? Ele talvez tivesse cometido um grande erro.

Flower no bar tinha olhos cobertos de glitter e iluminado por lentes coloridas. Hongjoong obviamente não esperava que ela viesse toda produzida para um café no meio do dia, mas ele não esperava quão escuros seus olhos seriam. Suas íris eram tão escuras quanto seu cabelo, que, em vez de cair até a cintura, adornavam seu rosto, se soltando de um curto rabo de cavalo.

Pretty FlowerWhere stories live. Discover now