O11 - お嬢様

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 O grupo de detetives me olharam surpresos, exceto Osamu... Que me olhava com uma certa dúvida. Meus olhos estavam focados em Nakajima, cujo qual eu sorri em direção, o deixando levemente avermelhado.

— Eu vim verificar... Há quanto tempo, Dazai.
— Verificar o quê, exatamente? - Atsushi perguntou.

— Você, óbvio. - O detetive de chapéu disse, então eu o olhei surpresa...
— Hã? Como assim, eu? Por que a-
— Exatamente... Por quê uma ex-executiva da máfia iria verificar se você está bem? - Tanizaki comentou.
— Não, Tanizaki... A senhorita Yorozu não é assim. - Osamu se sentou em uma poltrona que havia ali, claramente sério.
— O que te dá tanta certeza? - Kunikida perguntou curioso.

— Ora, porque trabalhei com ela. - Osamu então disse, deixando Atsushi e Kunikida extremamente surpresos.
— Mesmo se eu quisesse voltar, eu não posso mais... Mesmo que eu tenha a carta branca do senhor Mori, eu não...
— Não se preocupe, Yorozu, você não deve nada á mim, ou a alguém da Agência. - Osamu proferiu, olhando no fundo da minha alma.

Suspirei fortemente, sentando-me em frente ao Dazai, numa poltrona de coloração esverdeada...

— Deseja tomar um café? - Dazai perguntou, então acenei positivamente.

Em seguida me levantei e acompanhei Dazai, com um olhar baixo e triste... Após descermos as escadas, notei que as garçonetes perfuravam Dazai com seus olhares maliciosos e obscenos. Ignorei este fator, ainda que eu sentisse uma pontada de agonia... Algo que nunca havia sentido antes.

— O que aconteceu pra você desaparecer do Japão por quatro anos? - Perguntou Dazai após nos sentarmos em uma mesa, um de frente para o outro.
— Naquele dia... Na morte de Odasaku... Eu ia pra Rússia no dia seguinte, porém, fui sequestrada e torturada por uma semana ou duas... Um homem russo me salvou, porém me manteve presa por todo esse tempo... Assim que tive oportunidade, fugi...

Osamu suspirou, então bebericou do café que a garçonete trouxe, enquanto a mim, pude comer um pedaço de bolo de morango.

— Uma semana depois, me retirei da Máfia, onde eu já tinha contato com o Presidente, e assim me ingressei na organização, agora, estou cuidando e treinando seu irmão... Ele não sabe ainda, e não sou eu quem tenho que contar. - Dazai disse olhando no fundo dos meus olhos.

— Estou sabendo... Também soube que a máfia está atrás dele... Se eu fosse você, eu me preocuparia com algo maior, Osamu... - Confessei, fazendo Dazai me olhar curioso.
— O que quer dizer?

Um silêncio permaneceu, tudo estava tão quieto, que eu podia ouvir a faca que eu usava para cortar o bolo atravessar o pedaço do doce... Sentia-me desnorteada... Mesmo que eu quisesse fugir, Dazai... Eu não podia.

— Você sabe de alguma coisa, não sabe Yorozu?...
— Sei de muitas coisas, coisas das quais você não vai se alegrar...

Meus olhos estavam focados no meu pedaço de bolo, sentia o olhar de Dazai aprofundar-se cada vez mais em meu interior, em minha alma... O olhar que ele sabia que me intimidava, que ele sabia que podia arrancar quaisquer confissão de mim, mas dessa vez, ele apenas permaneceu quieto. Notando minha inquietação, incluso de minha sensação de observação. Eu sei que estou sendo observada...

Meus lábios se abriram em um perfeito "O" para colocar o pedaço farto de morango em minha boca. Porém, senti algo escorrer em minhas bochechas, permanecia ainda meu olhar baixo, desistindo de comer aquele morango que uma vez me pareceu tentador... Era a primeira vez que Dazai havia me visto chorar, e talvez, isso o deixou chocado.

Eu olhei para o lado de fora da cafeteria, notando a movimentação das ruas de Yokohama, notando aquele sorriso que atormentava todas as minhas noites... Todos os meus dias, inclusive, me via naquele sorriso. O maldito sorriso, cujo qual é a única que vi quando comecei a ter consciência, consciência de quem eu sou, que ainda sim, é um enigma até mesmo pra mim...

Tantos pensamentos passaram-se como um trem em minha mente, sentindo-me como da primeira vez, uma miserável, que agora não possuía absolutamente mais nada... Nada me restara, nada irá. Meu destino é o sofrimento eterno, cujo qual estou fadada a viver incessantemente.

— Yorozu. - Dazai me chamou, fazendo-me o olhar.

Pela primeira vez, pude ver um olhar preocupado em Dazai. Algo que jamais imaginei que veria novamente... Eu posso até ser uma mulher forte, mas ainda possuo minhas fraquezas.

Osamu retirou um lenço de seu bolso, entregando-me gentilmente, enquanto eu - forçadamente - comia aquele pedaço farto de bolo...

Pelo visto, todos nós mudamos... Seja para melhor, ou para o pior, mas mudamos... Dazai tornou-se um homem que acolhe os mais fracos, e protege os órfãos... Assim como Odasaku fazia.

Enquanto á mim... Passei anos presa nas garras daquele homem cujo qual em poucas horas eu deveria voltar.

— Eu estou bem. - Disse empurrando o prato de bolo na direção dele.
— Não se preocupe com Atsushi, cuidarei dele. - Osamu proferiu, me fazendo sorrir agradecida, então me levantei e me despedi de Osamu...

Não sabia quando eu iria vê-lo novamente... Nem se eu iria... Mas tive a oportunidade de o abraçar, pela primeira vez, o meu antigo chefe. E também, a pessoa que eu mais considerava próximo.

— Adeus, Osamu.
— Até logo, Nakajima.

E ao voltar sorrateiramente ao esconderijo de Fyodor, fui recebida com aquele sorriso sinistro que somente este homem podia fazer, ainda sim, não era igual aquele sorriso... O sorriso da mulher cujo qual não me lembro nome, rosto ou personalidade... Meu olhar estava baixo, do que eu sentia tanto medo?

Por que eu sentia medo dele?

— Pontual e obediente, minha rainha. - Fyodor disse, vindo á minha direção...

Permaneci quieta, ainda que eu sentia seu olhar sobre mim como um leão olhando um pedaço fresco de carne... Não era malicioso, mas era predatório.

As malditas mãos gélidas encostaram em minhas bochechas, forçando-me a olhá-lo, seu toque era gentil, ainda sim fatal... Estar perto deste homem, é como estar perto da morte... Ele é meu crime, e meu castigo... E eu jamais vou conseguir desvencilhar-me deste homem novamente.

Seu olhar violeta era frio como deitar em uma neve estando nua, seus cabelos extremamente negros e aquele sorriso levemente sádico... Eu repudiava aquele homem, ainda sim, estava presa á ele... Fyodor me deu o que poucos dariam, uma oportunidade de viver, mesmo que eu me sentisse constantemente morta.

𝐏𝐇𝐀𝐍𝐓𝐎𝐌 𝐁𝐑𝐈𝐃𝐄 • Osamu D.Where stories live. Discover now