O nosso tango

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Estava decidido que eu passaria a acessorar o Rodolffo,  mas ainda havia a questão da bábá para Carolina.

Sara não tinha família directa que a prendesse em casa mas será que ela aceitaria ser nossa companheira de estrada?

Fui conversar com ela mal chegou.

- Eu amo a Carolina.   Claro que eu aceito.  Nada me prende aqui e aproveito para conhecer alguns locais diferentes.

Juliette respirou aliviada.  Estava apreensiva pois era difícil contratar outra bábá assim de repente e que quisesse viajar com eles.  E Carolina estava bastante apegada a Sara.

Hoje Rodolffo regressava a casa para mais uns dias de descanso.

Desta vez ficaria quatro dias e depois já viajavam todos em família.

Juliette fazia aniversário na quarta feira e Rodolffo já tinha reservado um restaurante legal para jantar com ela.

Era segunda e Juliette tinha saído para ultimar a papelada do estúdio com as amigas.

- Rodolffo,  a Juliette não vem almoçar.  Disse que almoçava perto do estúdio.

- Obrigado Sara.  Vou ficar um pouco com Carolina.  Também devo sair a seguir ao almoço.

- A Juliette deixou o seu almoço pronto.  Quando quiser eu depois aqueço.

- Podes deixar, Sara.  Eu mesmo faço isso.

Eram 15 horas, Rodolffo saiu para comprar o presente de aniversário de Ju.

Foi no shopping,  comprou um lindo vestido, sapatos e um colar deslumbrante com brincos a condizer.
Comprou também uma camisa para ele e um conjunto para a filha.

Quarta feira, Juliette chamou Ana e Mateus para o almoço.  Às 13 horas, ela, Rodolffo,  Sara e Carolina chegaram ao restaurante onde já estavam os cunhados.

Ana pegou logo na sobrinha e ficou de indirectas para o Mateus que fingia não perceber.

O almoço foi super animado e teve bolo com parabéns.   Juliette com Carolina no colo apagou as duas velas existentes.  Como se percebesse alguma coisa,  a criança sorria e levantava os bracinhos.

Após o almoço, Ana levou Carolina e Sara teve o resto do dia e o dia seguinte de folga, pois a seguir iriam viajar todos.

Rodolffo regressou a casa com a esposa e resolveram ir descansar um pouco já que estavam sózinhos.

A ideia era descansar, mas como onde há amor há safadeza na certa, eles apenas aproveitaram a cama.

Depois de banho tomado, Rodolffo foi entregar o presente a Ju.

- Isso tudo é para mim?

- Sim.  Esta noite quero-te deslumbrante.  Quero que todos olhem para ti e sintam inveja de mim.

- Isso é feio.  A inveja e a cobiça são pecados.

- É pecado eu mimar a minha mulher?  Então eu pecador me confesso.

- Amor, o vestido é lindo!  E as sandálias!  Gostei muito.  Sempre admirei o teu bom gosto.

- Tem mais uma coisa.  Vem cá.

Rodolffo colocou o colar em Juliette e a pulseira que escolheu no final e entregou-lhe os brincos para ela colocar.

- Tu és doido?  Gastaste uma fortuna!

- Nada disso se compara à alegria e prova de amor que me deste ao aceitares ser minha parceira de estrada.  Tudo o que eu te der nunca será suficiente.

- Mas tu hoje também caprichaste no visual.   Não quero ver nenhuma assanhada de olho gordo para ti.

- Onde vamos, seremos só nós dois.

Chegaram ao restaurante onde Rodolffo havia reservado uma sala só para eles.
A decoração estava linda.  Havia um lindo buquê de rosas vermelhas sobre a mesa e um balão de coração enorme com a inscrição TE AMO.

A iluminação estava a meio tom e um garçon chegou com dois drinks.

- Obrigado.   Depois já peço para servirem o jantar, disse Rodolffo ao garçon.

- Que esta noite seja toda nossa.  A ti, à Carolina e ao nosso amor.

- A nós, ao nosso futuro com a Carolina, respondeu Juliette.

Depois de um beijo apaixonado o jantar foi servido.
Juliette bebeu vinho.  Esta noite ela queria tudo.

O restaurante pertencia a um hotel e então já prevendo um copito a mais Rodolffo reservou uma suite para passarem a noite.  Não queria arriscar conduzir com àlcool.

A sala possuía música ambiente.  Rodolffo previamente tinha fornecido a playlist que queria ouvir.  Havia música dele e de vários artistas que os dois gostavam.

Quando serviram a sobremesa veio uma garrafa de champanhe.  Rodolffo serviu as duas taças e brindaram novamente.

De seguida arriscaram na dança.  As músicas que tocavam eram propícias a dançarem coladinhos e isso eles não dispensaram.

A noite decorria entre um pouco de champanhe e mais uma dança, beijos e juras de amor.

Rodolffo sabia a sequência da playlist.
Ele sabia que agora era a hora.
A hora da dança que ele muito ensaiou com Jorge.

Por seu lado, Juliette, sem saber, também a tinha ensaiado muito.

Aos primeiros acordes, Rodolffo segurou a mão dela.

- Vem meu amor.  Vem dançar o nosso tango.

- Tango?  Também danças tango?

- Só contigo e só para ti.

-  O nosso tango.

O Tango dos Amantes.

Fim

Tango dos AmantesOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz