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Tina lhe enviou um tchau antes de subir na bicicleta e seguir rua a dentro.

-Quem é Tina? - Bagi pulou quando escutou a voz de seu pai ecoar em suas costas. Isso era típico de Giovanni , chegar em passos silenciosos e assustar as pessoas. Seus filhos não escapavam disso.

-Porra pai, você me deu um baita susto! - Bagi reclamou se virando para seu pai com a mão no peito.

- Já achou uma namorada? Você é rápida, filhota. - Giovanni encurralou Bagi com seus braços a puxando para um abraço - Aprendeu com o papai aqui!

O mais velho despejou um beijo no topo da cabeça de Bagi, antes de entrarem no carro.

Bagi não tinha reclamações a fazer sobre sua família , mesmo que ela não admitisse em voz alta, amava eles mais que tudo. Eles sempre foram unidos , Bagi e seu irmão mais velho , Cellbit , cresceram com carinho e amor de ambos os pais.

Os irmãos vivem diariamente com um ótimo exemplo de casal, e nem as casas extremamente grandes que moraram durante muito tempo foi capaz de desunir a família. Sempre reuniam na sala de jogos ou na sala de cinema. Ariele e Giovanni estavam casados a quase 20 anos , sem desavenças e sem brigas frequentes.
Bagi não podia agradecer por mais que isso.



Enquanto Tina , que estava arrumando a prateleira de livros de romance, vivia um de terror em sua própria casa.

Tina, com mesmo pouca idade, teve que arrumar um trabalho para não passar fome. Angelina gastava todo o dinheiro que era para ser gasto em casa com bebidas.

A menina mais nova esperava ansiosamente o dia em que completaria 18 anos , iria sair de casa assim que o relógio desse 00:00 , não que tenha dinheiro suficiente para se manter, mas daria um jeito.

- Tina , estou indo , tudo bem fechar aqui hoje? - Judy perguntou

- Sim , eu fecho aqui , tenha uma boa noite e diga para Melissa que eu mandei um beijo.

- Boa noite! Eu digo sim.

Judy sorriu antes de ir até a saída, a biblioteca pública ficava aos cuidados da delegada da cidade, mãe da Melissa. Foi assim que ela conseguiu o emprego, afinal, ela não tinha especialidade em nada.

Após terminar as tarefas recebidas, ela apagou as luzes e trancou a biblioteca. O céu ainda não estava totalmente escuro, havia raios de sol alaranjados tentando escapar da noite. Mas as ruas já estavam completamente vazias.

Tina subiu em sua bicicleta e pedalou até em casa. Infelizmente não tinha nenhum compromisso nesse início de noite. Ela faria qualquer coisa para ficar fora de casa por alguns minutos.

Antes de adentrar a casa , Tina se agachou para retirar seus tênis para fazer o mínimo de barulho. Tudo para sua mãe não notar que ela estava ali. Tina vivia em um jogo de sorte , chegava em casa sem saber como sua mãe estaria.

Todas as noites era uma surpresa.

- Tina? A mais nova paralisou ao ouvir a voz de Angelina.

- Oi? Hum...boa noite. precisa de algo? - Perguntou receosa

- Ainda trabalhando na biblioteca?

- Eu preciso de dinheiro , mãe.

- Acha que meu dinheiro não é suficiente? Filha da puta , arrogante. Você tem sorte de ainda ter um teto para morar, não merece um terço disso.

Tina apenas abaixou sua cabeça encarando seus dedos enquanto dispersava as lágrimas que insistiam em escorrer. Tina se sentia humilhada ao chorar na presença de Angelina. Ela ouvia ofensas de sua mãe diariamente , e mesmo assim toda vez , uma ferida nova se abria.

Tina não tinha culpa de seu pai ter saído de casa aos 8 anos , e nem quando sua mãe começou a beber, então toda a culpa recaía sobre ela?

Vai se arrumar, vamos jantar com os novos moradores. - Angelina proferiu. fazendo Tina inclinar a cabeça , olhando novamente. Imediatamente soube que se tratava da família da Bagi

Tina apenas assentiu com a cabeça e foi para seu quarto.



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Cinnamon Girl | Teaduo/Shyduo (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora